quarta-feira, 26 de junho de 2013

Para Dieese, país precisa de política de crescimento para atender pauta popular

Na infinitude de cartazes das recentes manifestações, com todo o tipo de reivindicação, chamou a atenção a ausência de pautas tradicionais como inflação e desemprego. No entanto, a condução da política econômica causa preocupação ao diretor-técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio. “A grande questão que precisaríamos construir no Brasil é de sustentação do crescimento econômico. Sem isso, não conseguimos sustentar várias dessas pautas (das ruas)”, diz o economista, que participou da reunião das centrais na manhã desta terça-feira (25), na sede da UGT, em São Paulo.

Para ele, os itens econômicos não são “questões prementes” neste momento. “O desemprego não está aparecendo como um problema. A inflação está alta, mas não está maior do que já houve no passado, não está fora do controle. Os protestos mostram fatos mais presentes no cotidiano das pessoas, como o transporte.”

O crescimento necessário passa por mais investimentos produtivos, em áreas como ciência e tecnologia e infraestrutura. Mas Clemente acredita que algumas das medidas adotadas vão no sentido contrário, como a elevação dos juros. "A política monetária em curso vai contra uma estratégia de crescimento. Houve uma pressão descabida da sociedade, criando uma situação cujo remédio é grave para a perspectiva de crescimento."

O efeito colateral desse remédio, diz o técnico do Dieese, é preocupante: corte no orçamento. "Você vai gastar menos com outras coisas", lembra. E a consequência é "reduzir a atividade econômica, que já está baixa". Inflação de demanda não representa um problema para o país, acrescenta o economista: "Não há consumo excessivo".

Clemente acredita que a economia crescerá "com quase certeza" abaixo de 3% este ano. As taxas de desemprego tendem a ficar próximas das do ano passado, "se houver uma sinalização de que o crescimento vai estar em torno de 2,5%".


Fonte: Rede Brasil Atual

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