quinta-feira, 18 de julho de 2013

Eletricitários em greve

A política de precarização promovida pelo governo federal poderá levar o sistema de distribuição de energia ao colapso, denuncia o presidente do SINDENEL, Alexandre Donizete Martins

Trabalhadores das unidades da Eletrobras de Curitiba, Guarapuava e Laranjeiras do Sul, no Paraná estão em greve por tempo indeterminado. Terminou sem acordo a reunião dos sindicatos de trabalhadores e o ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, ontem (17/07) em Brasília. O ministro não apresentou nenhuma contraproposta de reajuste salarial, como havia anunciado anteriormente, o que desagradou as lideranças sindicais.

O presidente do SINDENEL – Sindicato dos Eletricitários do Paraná, filiado à UGT, Alexandre Donizete Martins esteve na reunião e ficou decepcionado com a indefinição do ministro na questão dos índices do reajuste e nas cláusulas sociais apresentadas pelos sindicatos laborais. “Estamos há meses discutindo a pauta de reivindicações, pedindo 3% de ganho real nos salários, mais a reposição da inflação dos últimos 12 meses e abono correspondente a três talões de tíquete e pouca coisa avançou nos últimos encontros com a companhia e o ministro. Outra questão importante é que a Eletrobras quer tirar direitos trabalhistas dos funcionários contratados a partir de 30 de abril desse ano. Dentre esses direitos a Eletrobras quer reduzir a participação da empresa na cobertura do plano de saúde dos trabalhadores para 50%, e o congelamento do adicional por tempo de serviço”, destacou Donizete.

Os dirigentes sindicais alertam o ministro sobre os impactos que a greve pode causar ao Brasil, na hipótese de uma pane no sistema elétrico. “Evidente que os trabalhadores são responsáveis em suas ações e não faltará energia, mas todo sistema de transmissão está sujeito às intempéries, e sem quadro funcional adequado, o restabelecimento da normalidade de transmissão deverá ser mais demorado”, alertou Alexandre.

Para os sindicalistas, mesmo sem avançar nas negociações, não haverá risco de desabastecimento de energia. “Descartamos essa possibilidade a curto prazo, mas com a política de precarização promovida pelo Ministério das Minas e Energia e das companhias de energia, sem a renovação de quadro funcional e ações de qualificação profissional, o Brasil poderá sim sofrer uma grave crise de abastecimento de energia”, adiantou o presidente do SINDENEL.

Pelo balanço do coletivo sindical, no sistema Eletrobras são mais de 1700 funcionários de braços cruzados por tempo indeterminado, ou até que haja uma proposta decente de reajuste. Dia 23 de julho trabalhadores de outras unidades de transmissão deverão entrar em greve em todo Brasil.

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