A esposa do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) virou ré na Justiça Federal nessa quinta-feira por lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
O juiz Federal Sérgio Moro aceitou a denúncia apresentada pelo Ministério Público contra Cláudia Cordeiro Cruz, mulher de Eduardo Cunha, e mais outras três pessoas. Entre elas, Jorge Luiz Zelada, ex-diretor da Petrobras.
A investigação da Operação Lava Jato aponta que Eduardo Cunha recebeu mais de U$ 1,5 milhão em propina por um contrato da Petrobras com uma empresa no Benin, um país africano.
Parte dessa propina foi parar em empresas offshores e contas que alimentavam o cartão de crédito da esposa do presidente afastado da Câmara.
Os valores gastos durante sete anos alcançam mais de U$ 1 milhão o que, segundo os procuradores, seria incompatível com qualquer funcionário público, até mesmo um deputado federal.
Questionada sobre os valores dos cartões de crédito, Cláudia Cordeiro Cruz afirmou que não conhecia a origem do dinheiro e que nunca se interessou em perguntar ao marido, o deputado Eduardo Cunha.
Segundo o Ministério Público, boa parte dos gastos do cartão foram em viagens internacionais, diárias em hotéis de luxo e compras em lojas de grife.
Em nota, Eduardo Cunha ressaltou que sua esposa tem conta no exterior de acordo com as normas brasileiras, e que a origem desses recursos em nada tem a ver com atividades ilícitas ou recebimentos de vantagens indevidas.
O inquérito em que a mulher de Cunha virou ré investiga a participação da Petrobras em um campo no Benin, na África. A estatal pagou cerca de U$ 34 milhões de dólares por 50% de um poço de Petróleo.
Desse valor, cerca de R$ 10 milhões foram repassados para terceiros em forma de propinas, de acordo com o Ministério Público. Quatro anos depois, em 2015, a petroleira brasileira vendeu sua participação no Benin devido ao insucesso do negócio.
Fonte: Portal EBC
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