quarta-feira, 5 de julho de 2017

Neto desfilia-se do PMDB e renuncia à presidência do Núcleo Nacional do PMDB-Sindical

Após mais de 30 anos de militância peemedebista e integrante de lutas históricas para o processo democrático do país, o paulista Antonio Neto, comunica, nesta terça-feira (4) sua desfiliação do PMDB. Neto fundamenta sua decisão, principalmente, por se declarar contrário às reformas em curso no Congresso (previdenciária e em especial a trabalhista), conduzidas pelo governo Michel Temer e apoiadas por grande parte dos parlamentares do PMDB.

Em carta protocolada ao presidente do PMDB, Romero Jucá, Neto, também presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), afirma “que não há como “permanecer filiado ao Partido que, sob o comando de uma pequena cúpula, que afronta o programa partidário; ignora os anseios e a vontade do povo; promove a destruição da Constituição de 1988; enxovalha a democracia duramente conquistada; desrespeita e desmoraliza os Poderes da República; rasga os direitos trabalhistas e sociais; avilta os direitos previdenciários e enterra os sonhos da construção de uma Nação mais justa e igualitária.”

No documento, o presidente da CSB (central com mais de 800 sindicatos filiados) revisita importantes momentos de protagonismo do PMDB na política brasileira até a “crise institucional atual”. Ressalta que, “por meio um processo parlamentar e da deposição da presidente eleita democraticamente, o PMDB chegou à Presidência da República.

Mas a proposta de uma conciliação e diálogo não durou muito. “Tão logo esquentaram a cadeira, uma pequena corte palaciana, por interesses e conchavos impublicáveis, até mesmo por sobrevivência indulgente, passou a atuar como tropa de choque de uma casta improdutiva e estúpida, que quer impor ao Brasil a ampliação da exploração do homem sobre o homem, implodindo a economia do País e o jogando no caos social, que envergonha todo e qualquer cidadão que tenha o mínimo de sensibilidade”, desabafa.

Ausência de compromisso
Neto repudia a ausência de compromisso do PMDB com uma agenda de direitos sociais dos trabalhadores, fruto da deterioração das posições do partido, sem levar em consideração o regimento interno da sigla e seu programa interno. “Para atender aos interesses de grandes grupos econômicos e do setor financeiro, impôs ao Parlamento e à sociedade brasileira uma reforma previdenciária e trabalhista que devasta por completo todo e qualquer direito dos trabalhadores.”

E chama atenção também para o descrédito que Congresso brasileiro obtém, ao abrir mão de legislar. "Digna de governos autoritários, diante da majoritária repulsa do povo brasileiro, o governo tenta aprovar tais medidas, expondo o parlamento brasileiro a um vexatório papel de subscritor de deletérias alterações legislativas, que causarão sofrimento, fome, desregulamentação do mercado de trabalho e até mesmo o óbito político de muitos que seguirão cegamente o caminho do abismo."

E conclui: sigo minha trajetória de luta. Sigo firme os meus princípios. Como dizia Ulysses: “A história nos desafia para grandes serviços, nos consagrará se os fizermos, nos repudiará se desertarmos."
Fonte: Diap

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