segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Para Paulinho, existe margem de negociação com o Congresso Nacional

Segunda, dia 4, as Centrais Força Sindical, UGT, CTB, Nova Central e CSB se reuniram em São Paulo para debater meios de enfrentar a reforma trabalhista e de assegurar custeio sindical.

A Agência Sindical entrevistou Paulo Pereira da Silva (Paulinho), presidente da Força Sindical e deputado federal pelo Solidariedade-SP. A íntegra:

Agência Sindical - Paulinho, a reunião das Centrais aqui na UGT, hoje, tratou do quê?

Paulinho - Tratamos de dois assuntos. Na semana que vem, haverá entrega de um importante documento dos trabalhadores e do empresariado de São Paulo. É um documento que cobra a volta do crescimento econômico, a volta do emprego. Estamos fazendo uma série de propostas ao governo para que o Brasil volte a crescer e a ter empregos. Isso é uma coisa importante. Na terça-feira (12), vamos entregar o documento ao presidente da República.

Também tratamos do futuro do sindicalismo. Do jeito que está, do jeito que ficou a reforma trabalhista, praticamente todos os direitos dos trabalhadores vão ser extintos. Aqui, as cinco Centrais discutiram também a sustentação dos direitos dos trabalhadores, a sustentação dos Sindicatos, porque o financiamento das entidades é o que nos dá meios de continuar a luta por direitos.

AS - Há um clima hostil com os trabalhadores no Congresso Nacional. Você acha que é possível reverter esse clima e construir uma solução negociada?

Paulinho - Acho que sim. Sempre tem espaço pra se fazer isso. Eu acho que o movimento sindical, de certo modo, pecou em algum período no enfrentamento com a política nacional, com o Congresso Nacional.

Eu acho que a gente já percebeu isso. Fizemos várias paralisações, uma paralisação geral no Brasil, uma das maiores que o País já teve, no dia 28 de abril. Acho que isso equilibrou o jogo. Então, agora temos que entrar no período de negociação e diálogo com cada um dos líderes dos partidos, com o próprio governo, pra que a gente possa voltar a garantir os direitos dos trabalhadores.

AS - Essa negociação se daria em torno de uma Medida Provisória do Executivo?

Paulinho - É nisso que estamos trabalhando. Nós estamos talvez na reta final desta Medida Provisória, que o governo já tinha se comprometido conosco. Estamos discutindo os detalhes dessa MP, quais as questões que podem modernizar e moralizar o movimento sindical e manter aquele sindicalismo que realmente defende os interesses dos trabalhadores. É dentro disso que está sendo editada a nova Medida Provisória.

AS - Tem prazo para que a MP seja publicada?

Paulinho - Eu acho que tem que ser já, porque nós estamos no mês de setembro. Agora, começam as campanhas das principais categorias. Se você não tiver financiamento para essas entidades, esses Sindicatos teriam que passar um ano sem recurso nenhum. E se passarem um ano sem recurso, com certeza, quebram. E quem vai perder com isso são os trabalhadores.

Só da Força, temos 4,7 milhões de trabalhadores no Estado de São Paulo com data-base no segundo semestre. Então, nós precisamos dessa Medida Provisória pra agora.
Fonte: Agência Sindical

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