CASTRO, O SOBRENOME: há quase 60 anos, depois da saída do poder de Fulgêncio Batista, em 1959, o sobrenome Castro (primeiro Fidel e depois Raul) sairá da “primeira lista”, supõe-se, definitivamente. À época da Revolução Castrista, o novo presidente não era nascido. Díaz-Canel nasceu em 20 de abril de 1960 e assumirá o governo na véspera de seu aniversário de 58 anos. Não se esperam grandes mudanças e a maioria dos observadores apostam num estilo reservado, com pouco exibicionismo. Díaz-Canel, segundo a maioria de seus biógrafos, é um homem discreto, porém mais liberal.
MAIS DO MESMO: a revista inglesa “The Economist” disse que “Díaz-Canel não será mais amigável com os críticos ou com os EUA do que foram os Castro. Ninguém acredita que ele permitirá o surgimento de partidos de oposição ou liberará a imprensa. Uma esperança mais plausível é que Díaz-Canel siga o exemplo de China e Vietnã que abriram o mercado e permitiram aos cidadãos enriquecerem, mas mantiveram o controle político. Mas talvez nem isso aconteça. Por mais atraente que seja, muitos temem que uma abertura econômica transforme Cuba em fornecedora de produtos baratos para americanos ricos” (Estadão, 15-04). Pelo sim ou pelo não, de qualquer forma ainda vai passar muita água debaixo da ponte. Nada em Cuba é para já.
MOMENTO DIFERENTE: o momento em que assume Díaz-Canel é substancialmente diferente, com a política tomando ares de direita em quase toda a América Latina, inclusive no Brasil. As dificuldades econômicas do novo presidente serão muitas: a agricultura e a indústria não atendem à demanda dos cubanos, falta moeda estrangeira e há carência de produtos básicos. Com esse quadro, é impossível não pensar em reformas e o próprio Raul Castro defendeu a “reforma monetária “, o que pode ser um remédio amargo. Resta esperar pelos primeiros movimentos do próximo presidente, sabendo que ele tem atrás de si os olhos atentos de Raul Castro.
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