sexta-feira, 20 de julho de 2018

UGTpress: PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALAMOS DE COPA

QUANTO GANHARAM EM PUBLICIDADE: não, não se trata de jogador ou de clube, mas de países. A Copa do Mundo de Futebol é a mais espetacular vitrine de publicidade gratuita do planeta. Ali desfilam países e todos os meios falam das nações que estão lá participando. Só para citar um, qual o valor em dinheiro que teria de pagar a Croácia por todos os minutos de exposição que recebeu por ter disputado a final da Copa do Mundo? Incalculável! Seu turismo (que já é o dobro do Brasil), certamente, vai aumentar. Isso, sem discutir sobre o tamanho do país (56,538 km2 e 4,2 milhões de habitantes) e sobre a figura de sua presidente, Kolinda Grabar-Kitarovic, transformada numa personalidade global da noite para o dia. O Brasil, especialmente num momento em que está mal na foto mundial, em função de seus problemas de corrupção, desapareceu no final da competição e, de quebra, viu um dos seus jogadores ser transformado em chacota mundial (nesse primeiro momento, calcula-se que seu passe desvalorizou-se em cerca de 100 milhões de reais).

TITE PERDEU A MÃO: não bastasse o exibicionismo explícito e o servilismo conivente da imprensa esportiva brasileira, o treinador brasileiro, Adenor Leonardo Bacchi, perdeu a mão exatamente no momento supremo: não teve autoridade para limitar as extravagâncias de seu principal atleta e não teve personalidade para escalar os melhores que tinha em mãos. Comparação inevitável: o jogador Nicola Kalinic, croata que se recusou a entrar no final da partida contra a Nigéria, foi dispensado da delegação. E não foi só ele, mas também o auxiliar técnico Ognjen Vukojevic, em virtude de um vídeo polêmico. Na Croácia, sucesso dentro e fora do campo, houve autoridade e disciplina e, parece, isso faltou ao Brasil: Neymar, como dizem as redes “deitou e rolou”; Marcelo, inexplicavelmente apático, voltou nas quartas de final sem condições, enquanto o seu reserva esbanjava técnica e precisão; o meio campo de veteranos não produziu como nas eliminatórias; e o técnico belga deu aula de tática nos primeiros trinta minutos de jogo. Mas, essas opiniões técnicas não contam porque todos as temos e são naturalmente diferentes para cada brasileiro. Conta sim, a falta de organização e de comando.

CORRUPÇÃO: num país contaminado por uma corrupção endêmica, com casos envolvendo todos os setores da vida nacional e com inúmeros exemplos na área esportiva, não seria o futebol a ficar imune desta praga. As suspeitas recaem sobre as negociações de jogadores (valores declarados que não correspondem à verdade), convocações (influência de empresários e clubes) e até mesmo nas escalações (pálida dúvida sobre o goleiro titular, com relações pessoais com o técnico brasileiro, apesar de ele não poder ser acusado de nada, nem mesmo, talvez, de deficiência técnica). Na área fiscal, é possível suspeitar da existência de sonegação ou do não recolhimento de tributos ou contribuições sociais. Enfim, sobre corrupção, por maior que sejam os desatinos de quem fala, sempre há o risco de acertar.

FUTURO: a Confederação Brasileira de Futebol é mal administrada e suspeita-se de seus dirigentes. O atual e provisório, coronel Antônio Carlos Nunes, num caso em que ninguém mais fala, votou no Marrocos como sede da Copa, desrespeitando acordo anterior que o Brasil tinha com Canadá, Estados Unidos e México. O presidente a tomar posse é Rogério Caboclo, a quem caberá planejar a participação do Brasil nas eliminatórias e, se classificado, na futura Copa do Mundo do Futebol. Ninguém acredita que esse planejamento será tecnicamente superior ou suficientemente sério. O futebol continuará sendo a balbúrdia de sempre.

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