terça-feira, 21 de agosto de 2018

UGTpress- AGROTÓXICOS: PERIGO À VISTA

MEIO AMBIENTE: o meio ambiente é uma das preocupações modernas, especialmente no intuito de preservá-lo, evitar a deterioração climática e proteger fauna e flora. Esse movimento mundial vem de longe, mas acelerou-se no século passado, especialmente depois da publicação do livro de Rachel Carson “A primavera silenciosa” (Editora Gaia), no início dos anos 1960. Essa onda ambiental suscitou vários modismos e seria de esperar que um país como o Brasil, com excelente área agricultável e grande rede de florestas tropicais, fosse um dos primeiros a se preocupar com isso. E realmente se preocupou, tanto que obteve a primazia de sediar grande conferência mundial sobre o assunto, a Eco-1992, uma cúpula de Chefes de Estado, levada a efeito no Rio de Janeiro e conhecida como Cúpula da Terra ou Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento.

DEVASTAÇÃO: o Brasil é o campeão mundial em devastação florestal. A floresta amazônica vem sendo paulatinamente destruída, sem que ninguém, nem mesmo a economia do Sudeste, a região brasileira que será mais prejudicada no futuro pela ausência das florestas do Norte, faça alguma coisa. Ao lado de não proteger seus biomas naturais, o Brasil tem sido negligente na permissão do uso de agrotóxicos, embora a sua legislação ainda não seja tão permissiva, isso porque há uma tríplice participação na liberação de produtos (Ministérios da Agricultura, Saúde e Meio Ambiente), o que, em tese, dificulta a ação das empresas multinacionais, que detém a maior quantidade de patentes desses produtos.

CENTRALIZAÇÃO: há uma Comissão Especial (CE), criada na Câmara Federal, para discutir um projeto que altera a atual legislação sobre agrotóxicos no Brasil (PL 6.299/2002). Em primeiro lugar, dizer que o Congresso Nacional é majoritariamente constituído por proprietários de terras e empresários, cujo objetivo principal na vida é ganhar dinheiro, obter lucros, sem se preocuparem com as futuras gerações de brasileiros. Com o país já nem se fala porque são um bando de oportunistas, embora, nunca podemos nos esquecer, tenham sido eleitos democraticamente. Na opinião de Fernando Carneiro da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) do Ceará, o ponto crítico do relatório do deputado Luiz Nishimori (relator) é a centralização dos pedidos de liberação de produtos, todos ficando a cargo do Ministério da Agricultura, tradicionalmente ocupado por latifundiários. E nem se trata disso, há proprietários de terras sérios. Trata-se da possibilidade de corrupção, como se desconfia das liberações de produtos farmacêuticos pela Anvisa. Tudo o que é oficial no Brasil passa pela possibilidade de soluções heterodoxas. 

DINAMARCA: as notícias dão conta de que a Dinamarca será o primeiro país do mundo a ter uma agricultura totalmente orgânica. “A primeira meta, a ser alcançada até 2020 é a de se duplicar a quantidade atual de terra cultivada organicamente. Atualmente, a Dinamarca já é o país com o maior desenvolvimento e amplitude do comércio de produtos orgânicos”.  O mais impressionante é que 97% da população conhece o alcance do projeto. “Como primeiro objetivo, o país pretende oferecer às escolas, cantinas e hospitais, até um 60% de alimentos de origem orgânica. Atualmente essas instituições públicas nacionais servem 800 mil refeições por dia. A mesma política, de servir só refeições de origem orgânica, já está sendo ampliada para os ministérios dinamarqueses em suas cantinas”. (Entre aspas, divulgação do governo da Dinamarca)

NA CONTRAMÃO DA HISTÓRIA: para citar outro país tropical, a Índia também vem fazendo muitas experiências que resultaram num melhor aproveitamento da água e do solo. A Dinamarca dá um exemplo maiúsculo. E o Brasil? Como sempre, nosso país está na contramão da história, favorecendo lobbies e facilitando o uso de produtos, no mínimo suspeitos, que prejudicam nossa população. Também está, como um de nossos boletins eletrônicos recentes revelou, permitindo o enfraquecimento da Embrapa como organização de pesquisa agropecuária. Enfim, somos nós e nossas incompetências.

ADVERTÊNCIA: não somos especialistas no assunto, mas nos atrevemos a advertir com base nos assustadores índices de uso do produto glifosato (nome comercial Roundap). Desde 1974, ano que foi lançado, os plantadores americanos aplicaram quase 1,5 milhão de toneladas de glifosato em suas culturas. Segundo o dr. David Pelmutter (A Dieta da Mente): “o glifosato é um veneno como nenhum outro, tóxico para o intestino e que atinge o cérebro”.

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