terça-feira, 14 de agosto de 2018

UGTpress - IDOSO OU VELHO, NOVOS CONCEITOS

O OLHAR MUDA: quanto a considerar uma pessoa jovem, velha ou idosa, tudo muda conforme o olhar de quem observa. Com o aumento da expectativa de vida, com pessoas cuidando melhor da aparência e utilizando produtos rejuvenescedores, tem sido difícil, a partir do olhar ou da observação pura e simples, definir claramente quem é velho ou idoso. E há até quem não vê nenhuma diferença entre os dois termos. Há muita teoria. Por exemplo, o dr. Antônio Humberto da Costa, em artigo no Informativo Fio Prev, diz:  “sabemos que o idoso é aquela pessoa que tem muitos anos de idade; enquanto que o velho é aquela pessoa que, em qualquer época da vida, perde a jovialidade”. Ah, bom! Para ele, o idoso participa do cotidiano e o velho adormece. É mais do que isso ou não é só isso.

IPEA: a pesquisadora do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), Ana Amélia Camarano, em entrevista de página inteira na Folha de São Paulo (26-06-2018), aponta certa confusão no Brasil: “O Brasil tem uma confusão ainda. Cada política social define uma idade diferente. O BPC (Benefício de Prestação Continuada) é 65 anos ou mais. O transporte gratuito é 65 na Constituição e, em algumas cidades, é a partir de 60. A meia entrada é 60 anos ou mais. É preciso, primeiro, homogeneizar isso”, acrescentando “Hoje quem tem 70 anos é como quem tinha 50 anos tempos atrás. Uma pessoa de 60 anos, mesmo na classe mais baixa, não é idosa como foram nossos avós... Esse conceito de idoso ficou velho. A definição de idoso para pessoas com 60 anos ou mais é de 1994. De lá para cá, a expectativa de vida aumentou 6 anos”.

OUTRA ABORDAGEM: abordagens científicas constantes do Portal da Educação refletem conceituações multidisciplinares nem sempre homogêneas. Ali afirma que “o envelhecimento é um processo de diminuição orgânica e funcional, não decorrente de doença, e que acontece inevitavelmente com o passar do tempo. Considera-se o envelhecimento como um processo natural, mas que geralmente apresenta um aumento da fragilidade e vulnerabilidade, devido às influências dos agravos à saúde e do estilo de vida”. Então, juntando as peças, pode-se notar que a conceituação não é pacífica e que cada pessoa pode se encontrar num estágio ou outro. Parece que a pesquisadora Camarano tem razão: “é preciso homogeneizar isso”.

OMS: a Organização Mundial da Saúde ainda estabelece que velho nos países subdesenvolvidos são as pessoas acima de 60 anos e nos países desenvolvidos acima de 65 anos. Houve boatos no sentido de que a OMS havia mudado a classificação, o que levou o site boatos.org a escrever: “Na verdade, a OMS não possui um catálogo onde conste a classificação de todas as idades. Porém, estudos apontam que, hoje, a OMS considera criança até 10 anos, adolescentes estão entre 10 e 19 anos, jovens entre 15 e 24 anos, adulto jovem de 25 a 44 anos, adultos de 45 a 59 anos, idosos de 60 a 90 anos e muito idosas acima de 90 anos”. Na internet há conceituação para tudo, mas nem sempre com credibilidade suficiente para acreditar. É o caso desses conceitos sobre idade.

NOVA PROFISSÃO: os termos “cuidador” ou “cuidadora” estão sendo muito utilizados e já há estudos a respeito dessa nossa função, para alguns já profissão. A Conexão Home Care, diz que “cuidador é o indivíduo que presta cuidados ao enfermo sendo que pode ou não ter vínculo familiar. Existem dois tipos de cuidadores: o formal e o informal. O cuidador formal é um profissional preparado em uma instituição de ensino para prestar cuidados no domicílio, segundo as necessidades específicas do cliente; o cuidador informal, no entanto, é um membro da família ou da comunidade que presta cuidado de forma parcial ou integral”. Com o aumento das doenças chamadas degenerativas, aumentou muito a demanda por cuidadores/as e já há cursos específicos para isso.

BRASIL: O Brasil terá nas próximas décadas um crescimento exponencial de velhos e idosos (vamos considerar a conceituação que separa o velho do idoso em função das necessidades de cuidados). O Brasil tem uma população acima de 65 anos aproximadamente de 9% ou, mais ou menos, 17/18 milhões. Até 2050 serão mais de 50 milhões, o que implica em novas políticas relacionadas à aposentadoria, aos cuidados, incluindo novas formas de proteção, asilos e instituições públicas especializadas. Há irresponsabilidade do governo, seja no sucateamento da Previdência Social ou no descaso com as populações sem recursos e sem condições de trabalhar, por limitações físicas ou preconceito. As organizações de trabalhadores, as únicas que se preocupam com isso no Brasil, naturalmente vão permanecer atentas.

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