O documento unitário do sindicalismo contra Jair Bolsonaro acaba de ser subscrito também pela CUT (Central Única dos Trabalhadores), que detém a liderança no índice de representatividade das Centrais Sindicais do País. A nota, lançada no sábado (22) com assinaturas da Força, CTB, Nova Central, CSB, Intersindical e CSP-Conlutas defende eleições livres, valoriza o processo democrático e combate o extremado reacionarismo bolsonarista.
A informação de que a CUT, com assinaturas de seu presidente Vagner Freitas e o secretário-geral Sérgio Nobre, endossa a manifestação é de João Carlos Gonçalves (Juruna), secretário-geral da Força. Agora, entre as principais Centrais, falta apenas a UGT subscrever o manifesto.
O documento das Centrais vem se somar a uma série de outras manifestações e cartas – mulheres, artistas, intelectuais, grupos étnicos e até torcidas organizadas de futebol – que expressam repúdio ao extremismo e à agressividade do candidato do PSL.
No caso do sindicalismo, também teve muito peso junto às direções sindicais o projeto sindical de Bolsonaro em seu Plano de Governo – o catatau de 81 páginas destina apenas 113 palavras ao mundo do trabalho. E contra.
Adesões - A Agência Sindical ouviu Miguel Torres, dirigente metalúrgico de SP e presidente nacional da Força Sindical, que propõe a ampla propagação do manifesto. Ele diz: “A recomendação é que Sindicatos, Federações e Confederações utilizem suas redes de comunicação para massificar o documento e denunciar às suas bases as agressões de Bolsonaro à classe trabalhadora, às categorias e ao sindicalismo”.
Leia a seguir a íntegra da Nota:
Sindicalistas contra o projeto fascista de Bolsonaro
Nós, sindicalistas brasileiros, das mais variadas tendências, que apoiamos candidatos de diversos partidos na próxima eleição presidencial, repudiamos o projeto fascista de Bolsonaro.
Repudiamos pela já conhecida postura do candidato contra a organização sindical, portanto, anti-trabalhadores, por sua postura antidemocrática, intolerante com minorias, que faz apologia da violência, e pela sua conivência com práticas repugnantes, como a defesa de torturadores.
Além disso, o repudiamos pelo seu já famoso machismo e misoginia. Sua postura em relação às mulheres tem provocado na sociedade uma forte onda de repulsa expressa em manifestações que pipocam nacionalmente. Nos solidarizamos com tais manifestações.
O horizonte que ele nos apresenta é de um país marcado pela exploração do trabalhador, pela violência, pelo racismo, pela discriminação, pela repressão, pela dilapidação do patrimônio nacional, pelo desrespeito aos direitos humanos e pelo desrespeito aos direitos democráticos, garantidos na constituição, e ameaça de retorno a ditadura militar.
E nossa luta, como sindicalistas, é justamente o oposto disso: queremos um país com geração de empregos, trabalhadores valorizados e com poder aquisitivo, com licença-maternidade, férias, décimo-terceiro salário, com a PEC das domésticas, com aposentadoria e respeito aos aposentados, valorização dos servidores públicos, um país marcado pela convivência pacífica e produtiva entre pessoas das mais diversas raças, origens, gêneros e culturas, queremos um Estado laico e, sobretudo, respeito às mulheres, respeito aos direitos sociais e democráticos garantidos pela Constituição e à soberania nacional.
Por eleições democráticas e por dias melhores para o Brasil, conclamamos a que todos digam não a Bolsonaro!
São Paulo, 22 de setembro de 2018
Miguel Torres - Presidente interino da Força Sindical
João Carlos Gonçalves (Juruna) – Secretário-geral da Força Sindical
Vagner Freitas - Presidente da CUT
Sérgio Nobre - Secretário Geral da CUT
Adilson Araújo - Presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB)
Wagner Gomes - Secretário-geral da CTB
José Avelino Pereira (Chinelo) - Presidente interino da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB)
Álvaro Egea - Secretário-geral da CSB
José Calixto Ramos - Presidente da Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST)
Moacyr Auersvald - Secretário-geral da NCST
Edson Índio - Secretário-geral da Intersindical
Nilza Pereira - Direção nacional da Intersindical
Atnágoras Lopes - Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas
Joaninha de Oliveira - Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas
Fonte: Agência Sindical
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