quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Risco binacional

A divulgação dos salários dos funcionários paraguaios da Usina de Itaipu deflagrou do lado brasileiro uma guerra sindical que pode terminar em apagão. 
As disparidades entre os vencimentos ajudam na mobilização para uma greve geral por um plano de cargos e salários.

Brasil Confidencial
por Eumano Silva

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Dilma pede acesso a detalhes de denúncias do ex-diretor da Petrobras

A presidenta Dilma Rousseff quer ter acesso a detalhes das denúncias de que integrantes do governo foram citados pelo ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, em depoimento prestado na Polícia Federal (PF). Domingo (7), a presidenta pediu que o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, solicitasse informações oficiais sobre as declarações de Costa, que foi preso na Operação Lava Jato, da PF, e é acusado de receber propina.

“Pedi ao José Eduardo que fizesse ofício à Polícia Federal perguntando se ela pode nos informar quem é funcionário do governo, agente político, enfim, quem é do Executivo que está envolvido nisso, para a gente poder tomar providência”, disse Dilma nesta tarde, em entrevista no Palácio da Alvorada.

Segundo a presidenta, a resposta não foi suficiente, nem definitiva e, por esse motivo, o próximo passo será pedir ao Ministério Público (MP). “Se o MP também não [puder nos passar os dados], nós vamos perguntar para o Supremo”, informou Dilma.

O envolvimento de políticos em um esquema de propina na Petrobras foi noticiado em reportagem da revista Veja desta semana, segundo a qual o ex-diretor da estatal citou nomes de parlamentares, de um ministro e de ex-governadores com participação em um esquema irregular de negócios da petrolífera com outras empresas. De acordo com a revista, Costa fez um acordo de delação premiada com a PF, que permite a redução da pena para quem colabora com as investigações.

“[Sobre] o problema dentro da Petrobras, nós estamos sabendo que está sendo investigado", disse a presidenta. "Agora falaram que tem um problema no governo. Eu quero saber quem, como, quando, onde e que problema, porque aí eu posso tomar as medidas cabíveis”, ressaltou Dilma.

Ela evitou comentar nomes de pessoas incluídas na denúncia de Costa, argumentando que precisa saber se eles estão citados “de fato no processo”. A presidenta disse que a revista “não dá provas, não diz fatos”. “Eu não quero 'dizem', quero fatos e comprovações”, explicou.

Dilma destacou que não pretende atrapalhar as investigações e lembrou que o próprio vazamento do depoimento pode causar anulação do processo. “Eu quero, sem prejuízo da investigação, que me digam. [..]Não é [algo] trivial, é [sobre] o governo brasileiro. Então tem de avisar para a gente. Tem de dizer: 'olha, estou investigando, e o indício é esse'. Se quiser que a gente não fale, a gente não fala. Mas a gente toma providência”, afirmou.
Fonte: Portal EBC

UGTpress; O BRASIL ENTRE OS FRAGEIS?

OS "CINCO FRÁGEIS": a imprensa brasileira vem nos poupando de certas críticas recorrentes nos mercados financeiros. Pouco se tem ouvido falar sobre os "cinco frágeis", uma linguagem pra lá de preocupante. Refere-se aos países com maiores dificuldades para obter investimentos. A lista contém os nomes de alguns emergentes: Brasil, África do Sul, Indonésia, Índia e Turquia. O nome "cinco frágeis" foi cunhado pelo banco Morgan Stanley e pode trazer dor de cabeça para o Brasil.

COMPLICANDO: gradativamente, a situação brasileira vai se complicando: o PIB (Produto Interno Bruno) do segundo trimestre foi negativo; e o rombo nas contas externas ultrapassam 6 bilhões de dólares. Analistas sérios dizem que a situação econômica do Brasil é ruim e que o governo já lança mão de um ajuste recessivo. Para que o Brasil entre em recessão, tecnicamente, basta que os próximos dois trimestres apresentem também resultados negativos, o que, segundo a maioria, ainda é um cenário improvável.

CHINESES: apontar para uma crescente dependência da China em nossa região (América do Sul) tem sido comum, embora o quadro não seja inteiramente visível a olho nu. Realmente, a China vem aumentando seus investimentos na região, comprando matérias primas e exportando mais. Na área dos chamados investimentos produtivos, a última demonstração de força chinesa foi a inauguração no Brasil (Jacareí/SP) de sua primeira montadora de veículos, a Chery. A montadora pretende produzir 50 mil carros/ano no Brasil e, embora haja um hiato no setor, com as vendas caindo, o vice-presidente mundial da companhia, Zhou Biren, disse que "a crise é passageira e o Brasil tem potencial para 4 a 5 milhões de veículos/ano, só não sabemos ainda quanto tempo vai levar para atingir este número" (Estadão, 29/08). Os investimentos necessários para a montadora foram de aproximadamente 600 milhões de dólares, nada assustador. Não se sabe porque o Brasil, um país de dimensões continentais, ainda não tem a sua própria montadora.

SOMOS 202,7 MILHÕES: o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou a estimativa de crescimento populacional do Brasil, voltando-se ao primeiro de julho deste ano. Crescemos 0,86% em um ano. São Paulo continua sendo o município mais populoso do Brasil com 11,9 milhões de habitantes e cerca de 10% de toda população brasileira está na Região Metropolitana de São Paulo. As capitais continuam catalisando a preferência dos brasileiros e são as cidades que mais crescem, especialmente em seus entornos, aqueles municípios que as margeiam. Com exceção das capitais, o maior município é Guarulhos (SP). O menor município fica em Minas Gerais e tem um nome bonito, Serra da Saudade, com 822 moradores. Os três estados mais populosos continuam no sudeste: São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

ITAMARATY: o escritor e diplomata aposentado Alexandre Vidal Porto, em artigo na Folha de São Paulo (23/08), forneceu alguns números interessantes: "o Itamaraty possui 227 missões diplomáticas operando 24 horas, 7 dias por semana, em 150 países. São cerca de 7.000 funcionários, todos concursados, dispostos a estar longe da família, dos amigos e do país". Provavelmente, a realidade é mais prosaica e o Itamaraty, como todo órgão público brasileiro, deve ter também os seus problemas. Mas, não é disso que UGTpress trata aqui. A história realmente apresenta a diplomacia brasileira como eficiente. O artigo do diplomata começa com uma informação auspiciosa: "de 162 países pesquisados [por um instituto australiano], apenas 11 não estão envolvidos em disputas internacionais. O Brasil é um deles". Inclui uma assertiva: "Quando a diplomacia de um país é boa, todos ganham: o comércio e a cooperação internacional crescem, e os conflitos se resolvem na conversa. O efeito multiplicador que a ação diplomática pode ter sobre o progresso nacional é incalculável". O artigo tem um viés de inconformidade com o orçamento destinado à diplomacia brasileira e, realmente os gastos, em comparação com outros ministérios, são desprezíveis