sábado, 10 de novembro de 2012

Funcionários da Copel devem paralisar serviços no final de novembro


Servidores da companhia prometem cruzar os braços nos dias 22, 29 e 30 de novembro se a Copel não conceder aumentos maiores que as perdas da inflação
Os servidores da Companhia Paranaense de Energia Elétrica (Copel) devem paralisar suas atividades nos próximos dias 22, 29 e 30 de novembro. A decisão foi tomada em assembleia da categoria realizada em Curitiba na noite desta sexta-feira (9), quando foram abertas as urnas de votação de outras reuniões realizadas com funcionários de todo o estado, para pressionar a empresa em negociação salarial.

A classe reprova a intenção da companhia de reajustar os salários dos funcionários apenas com as perdas da inflação (5,58%). “Queremos um aumento real, pois estamos com um reajuste defasado visto a lucratividade da empresa no ano passado”, explica Alexandre Donizete Martins, presidente do Sindicato dos Eletricitários de Curitiba (Sindenel), que representa os funcionários da Copel. A proposta do Sindicato é de reajuste de 8,5%, que representa as perdas mais 3% de reivindicação.
Como a decisão foi confirmada próximo das 22h desta sexta, não foi possível contatar a Copel para comentar a decisão dos trabalhadores.
Negociação
A negociação salarial de 2012 entre a Copel e os funcionários da companhia começou no mês de setembro. Além do reajuste, a pauta de reivindicações dos servidores possui outros 17 itens e, segundo Martins, nenhum deles foi atendido nas propostas apresentadas até agora.
Mesmo com o indicativo de greve, os representantes do Sindenel pretendem comunicar a Copel da decisão na próxima segunda-feira (12) para tentar reabrir as negociações. “Mas, caso a empresa não queria discutir o reajuste, a paralisação será mantida”, afirma Martins.
Durante a greve, haverá o respeito à legislação de manter 30% dos funcionários na ativa. Mesmo assim, no caso de os funcionários cruzarem os braços, conforme o presidente do sindicato, a manutenção das redes elétricas será o trabalho mais prejudicado. “No caso de termos um temporal, ou um evento climático do tipo que danifique a rede, pode haver demora na recomposição do sistema”, alerta.
09/11/2012 | 22:00 | KATNA BARAN, ESPECIAL PARA A GAZETA DO POVO, E ANTONIO SENKOVSKI

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Assembleias dos trabalhadores da Copel encerram-se hoje


Encerram-se ás 17:30h de hoje as assembleias dos trabalhadores que estão deliberando sobre a contra-proposta apresentada pela Copel.

Todas as urnas estão sendo encaminhadas para Curitiba e serão abertas a partir das 19h de hoje na Associação Copel Curitiba.

Venha você e sua família na ACC, participar deste importante momento de decisão de nossa campanha salarial.

Em caso de reprovação da proposta os trabalhadores estão cientes que paralisarão suas atividades no dia 22/11 por 24h e nos dias 29 e 30 por 48h caso não ocorra abertura das negociações a avanço nos pleitos dos trabalhadores.

As comissões de greve já foram formadas e ao longo da semana estarão em contato com as bases para orientar e organizar a paralisação na empresa.

Trabalhador eletricitário você já fez sua parte produzindo resultados recordes de produtividade e lucro, valorizando a empresa.

Agora cabe a direção da Copel demonstrar respeito aos resultados alcançados pelos trabalhadores e avançar nos justos pleitos da categoria.  

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Campanha salarial unificada na Copel ACT-2013

O trabalhadores responderam ao chamado dos sindicatos e participam ativamente das assembleias que se encerram dia 09 de novembro.

Em destaque flagrantes de algumas assembleias. Até o momento mais de dois mil trabalhadores já participaram das assembleias em Curitiba.

As assembleias estão ocorrendo em todo estado do Paraná e deverão ser encerradas dia 09, sexta-feira, com abertura de todas as urnas e contagem dos votos na Associação Copel Curitiba.

















terça-feira, 6 de novembro de 2012

Na Copel, falta inovação nas maneiras de lidar com os empregados


Em comunicado interno distribuído nesta terça-feira, a Copel comemora, com justificado orgulho, sua inclusão na seleta lista de empresas que mais investem em inovação tecnológica em todo o mundo.

Infelizmente, essa visão inovadora não é vista na maneira como a empresa lida com as reivindicações e anseios de seus empregados. Isso fica claro nos inúmeros comunicados distribuídos sob o título “Acordo Coletivo de Trabalho”, que informam que sindicatos que representam categorias amplamente minoritárias na empresa aceitaram a “proposta indecorosa”.

Esses comunicados trazem, inclusive, a data em que tais categorias irão receber o abono (com abatimento do imposto de renda, lembre-se). É uma estratégia repugnante de tentar seduzir empregados que possam estar em dificuldades financeiras, mas que ainda assim têm a grandeza e a coragem de dizer “Não” à “proposta indecorosa” da empresa e de assumir uma luta por um Acordo Coletivo que traga um aumento real de salários, além do abono.

Lamentamos, mais uma vez, a forma truculenta e autoritária que a direção usa para interagir com os copelianos, nesse momento em que uma empresa inovadora de fato estaria, isso sim, sentada à mesa discutindo (e não impondo), aberta e francamente, um acordo vantajoso para todos. Já que não é assim, caberá aos trabalhadores mostrar à arrogante direção da Copel que nós temos valor, e não preço.

Por fim, lamentamos também a atitude do Sinap, sindicato que representa os advogados da Copel, que, sem prévio aviso aos dirigentes das demais entidades do Coletivo, aceitou a “proposta indecorosa” da Copel. E, muito importante, lembramos que advogados, economistas e secretárias, as três categorias que até aqui se curvaram à intransigência da Copel, não terão direito aos avanços que a maioria dos copelianos irá obter por ter a coragem de dizer “Não” e exigir uma proposta condizente com as reivindicações que apresentamos à Copel em agosto.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Mais pressão, ameaça e coação: a mentira da Copel na ameaça com o “dissídio”.


Muitos colegas, nas bases, nos informam que gerentes estão pressionando para que aceitem a “proposta indecorosa” da Copel, nas assembleias. Eles juram que a direção não irá apresentar outra proposta. Assim, caso o “Não” ganhe (e vai ganhar, pelo que sentimos nas assembleias que já fizemos), o Acordo Coletivo de Trabalho vai a dissídio.

Com isso, faz parecer que estamos nos tempos da Revolução Industrial, no século 19, quando trabalhadores não tinham direito a nada, e patrões impunham suas vontades com mão de ferro. Só que, no século 21, não é mais assim. Ou seja – mais uma vez, a Copel falta com a verdade para ameaçar e assediar seus trabalhadores.

Uma emenda à Constituição Federal, a número 45, em vigor desde 2004, diz o seguinte: “Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente”.

Leia com atenção o que diz a emenda: “de comum acordo”. Isso quer dizer que a Copel não pode, sozinha, forçar um dissídio coletivo de natureza econômica (em que um juiz decide quais os valores de reajuste salarial e abono). Para que isso ocorra, os sindicatos que representam os trabalhadores precisariam concordar.

E nós não concordamos. Em primeiro lugar, porque os números que já apresentamos comprovam que a Copel tem plena condição de melhorar sua “proposta indecorosa” (usamos as aspas porque o termo foi cunhado por um dos representantes da empresa na negociação).

Porque acreditamos, também, que as recentes demonstração de pouco caso e desrespeito ao empregado mostradas pela direção são apenas um “acidente de percurso”. Estamos certos de que, ante uma resposta maciça de que a “proposta indecorosa” é inaceitável, eles terão a humildade e o respeito de nos chamar de volta à mesa para, finalmente, negociarmos o ACT.

Um dissídio coletivo, aliás, é coisa muito rara, na história da Copel. O último que tivemos data de 1997. E, naquele ano, é bom lembrar, a Justiça do Trabalho deu ganho de causa aos sindicatos em todas as instâncias.

A mesma emenda constitucional 45 também trata do “dissídio de greve”, ou, trocando em miúdos, da legalidade das paralisações de trabalhadores. É em respeito a ela que elaboramos nosso cronograma de assembleias e prováveis paralisações. Agindo assim, não damos brecha à empresa para questionar nossas manifestações na Justiça.

Por fim, um lembrete aos copelianos: ameaças e tentativas de coação, infelizmente comuns nesta campanha salarial, se provaram, todas, mentirosas. Mas elas desmascaram uma direção que, em vez de respeitar seus empregados, chamando-os para uma negociação franca e honesta, acha mais fácil dobrá-los à força, de forma truculenta e arrogante.

Cabe a você, copeliano, mostrar sua força e exigir o respeito que de fato merece. Truculência, arrogância, ameaça e mentira não merecem outra resposta que não seja um sonoro “Não”. A direção aposta na fraqueza dos copelianos, mas vai perder. Porque somos fortes, estamos unidos e, juntos, vamos mostrar que temos valor, e não preço.