terça-feira, 2 de maio de 2023

“Todos que tentaram dar golpe serão presos”, diz Lula no ato das centrais

 Promessa vem na esteira da CPI que, no Congresso, investigará ataques do 8 de janeiro


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou do ato nacional de 1º de maio das centrais sindicais em São Paulo, em homenagem ao Dia do Trabalhador e da Trabalhadora e prometeu que todas as pessoas que participaram da tentativa de golpe de estado no dia 8 de janeiro em Brasília serão presas.


“Eu queria convidar todo mundo a virar soldado contra as ‘fake news’. A gente não pode permitir que a mentira continue prevalecendo nesse país. Cada companheiro que tem um celular precisa ficar atento, precisa ficar esperto. Não pode mandar mensagem mentirosa, não pode passar para frente aquilo que você sabe que pode prejudicar a pessoa”, disse o presidente.


Lula continuou: “A mentira nunca levou ninguém a lugar nenhum e foi a verdade que derrotou o ex-presidente da República”. “Eles tentaram dar um golpe no dia 8 (de janeiro). Todas as pessoas que tentaram dar um golpe serão presas porque esse país tem democracia de verdade”, afirmou Lula.


A promessa vem na esteira da CPI que, no Congresso, investigará ataques do 8 de janeiro.

Fonte: Brasil247

Lula anuncia política de reajuste do salário mínimo e isenção de IR

 Governo enviará projeto que estabelece reajuste acima da inflação


O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, anunciou, neste domingo (30), que vai enviar ao Congresso Nacional, nos próximos dias, um projeto de lei (PL) que, se aprovado, tornará obrigatório o reajuste do salário mínimo acima da inflação. Lula também se comprometeu a, até o fim de seu atual mandato, em 2026, aprovar a isenção do pagamento do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais.


“Nos próximos dias, encaminharei ao Congresso Nacional um projeto de lei para que esta conquista seja permanente e o salário mínimo volte a ser reajustado todos os anos acima da inflação”, antecipou Lula ao fazer um pronunciamento em rede nacional de rádio e TV, por ocasião do Dia do Trabalhador, nesta segunda-feira (1º).


Segundo o presidente, a “valorização do salário mínimo” é parte do projeto de governo, que busca “recompor as conquistas perdidas pelos trabalhadores e trabalhadoras” ao longo dos últimos anos. “A partir de amanhã, o salário mínimo passa a valer R$ 1.320,00 para trabalhadores da ativa, aposentados e pensionistas. É um aumento pequeno, mas real”, reconheceu Lula ao ponderar que, nos últimos seis anos, o reajuste do valor salário mínimo sempre ficou abaixo da inflação acumulada.


Fim do congelamento

Lula também comentou a medida que eleva, a partir de maio, a faixa de isenção do Imposto de Renda cobrado de trabalhadores formais – uma promessa de campanha do presidente. A correção da tabela já tinha sido anunciada pelo ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho.


“Estamos mudando a faixa de isenção do Imposto de Renda, que há oito anos estava congelada em R$ 1.903,98. A partir de agora, até R$ 2.640,00 por mês não pagará mais nenhum centavo de imposto”, pontuou Lula ao classificar esta como “outra medida muito importante”.


“E até o final do meu mandato, a isenção valerá para até R$ 5 mil por mês”, acrescentou Lula, voltando a se comprometer com a elevação gradual da faixa de isenção que, segundo o governo federal, passará a vigorar já a partir de maio por meio da combinação de duas medidas.


Além de, na prática, elevar a faixa de isenção dos atuais R$ 1.903,98 para R$ 2.112, o governo concederá um desconto de R$ 528 sobre o imposto pago na fonte, que é retido automaticamente, todos os meses. A soma dos dois valores totaliza os R$ 2.640,00 anunciados – cifra que equivale a dois salários mínimos de R$ 1.320.


Trabalhadores

“Não haverá reconstrução do Brasil sem a valorização dos trabalhadores e das trabalhadoras. O Brasil vai voltar a crescer com inclusão social e com novos empregos sendo criados. Podem estar certos de que o esforço de seu trabalho vai ser cada vez mais reconhecido e recompensado. E o 1º de Maio, que sempre foi um dia de luta, voltará a ser um dia de conquista para o povo trabalhador”, disse Lula, ao defender a política de valorização do salário mínimo como um “grande instrumento de transformação social”.


“Foi graças a isso que [nos governos petistas, entre 2003 e 2016], milhões de brasileiros e brasileiras saíram da extrema pobreza, abrindo caminho para uma vida melhor. É preciso lembrar que a valorização do salário mínimo não é essencial apenas para quem o ganha. Com mais dinheiro em circulação, as vendas do comércio aumentam. A indústria produz mais. A roda da economia volta a girar e novos empregos são criados.”

Fonte: Agência Brasil

A CLT chega aos 80 anos como marco civilizatório da nossa história

 A Consolidação das Leis Trabalhistas, aprovada pelo presidente Getúlio Vargas no dia 1º de Maio de 1943, representou uma mudança radical na forma como o Estado brasileiro trata o povo. Com 922 artigos, a CLT passou um pente fino nos diversos ofícios praticados no país em uma enorme tarefa de organizar o mundo do trabalho. Ela definiu o que é rural e urbano, o que é serviço público e privado, delimitou jornadas, definiu os deveres dos empregadores, abordou questões de saúde e segurança, previdência social, representação sindical etc. Foi um esforço de projetar o país em larga escala nunca antes visto.


Não se pode dizer que não havia nenhuma lei trabalhista antes da CLT. A construção da nossa República, já em seu advento em 1889, buscou, ainda que tardiamente, inserir o país no mundo capitalista. Mas aquelas primeiras leis eram tão frágeis e tendenciosas quanto as ideias das classes dominantes sobre o fim da escravidão. Mesmo após a abolição, em 13 de maio de 1888, as relações patrão/empregado mantiveram o caráter autoritário, desumano e injusto que vigorou em quase 400 anos de escravidão.


Após a Revolução de 30 foi implementado um projeto desenvolvimentista que exigia tanto uma mão de obra mais qualificada, quanto um crescente mercado consumidor. E a criação, em novembro de 1930, do Ministério do Trabalho, chamado de nada menos que “Ministério da Revolução”, foi fundamental para criar a estrutura de proteção ao trabalhador para o Brasil industrializado que Vargas vislumbrava.


Demandas sindicais, como jornada de trabalho de 8 horas, salário-mínimo, voto feminino, regulamentação da sindicalização, licença-maternidade, entre outras, reivindicadas em greves, como as de 1917 e 1919, e por meio de organizações, como a Confederação Operária Brasileira (1906 a 1920), encontraram lugar no projeto do governo. Direitos trabalhistas mais abrangentes começaram a aparecer desde então.


A CLT proporcionou, enfim, a criação de uma classe média no Brasil, oferecendo ao povo a possibilidade de organizar a vida, de planejar o futuro, de crescer profissionalmente e de ascender socialmente. São gerações de pais e mães de família que não só passaram a ter mais segurança em seus empregos, como também a buscar qualificação técnica e a valorizar a educação dos filhos.


Em sua história a legislação trabalhista passou por diversas mudanças. Algumas vezes para melhor, como a equiparação dos direitos de homens e mulheres e de trabalhadores rurais e urbanos, a proibição da discriminação (por sexo, raça e cor ou estado civil), negociação coletiva e da organização sindical no serviço público, redução da jornada de 48 para 44 horas semanais etc. Conquistas que resultaram de lutas sindicais e sociais.

 

Mas, como os descendentes dos oligarcas da República Velha jamais aceitaram a mudança de status dos trabalhadores de escravizados e semi-escravizados para civis com participação política, econômica e cultural, nem sempre as mudanças foram populares.


Basta observar que quanto mais o governo sustenta uma concepção feudal do Brasil, maior é o número de mudanças na CLT que ele promove. Durante a ditadura militar, por exemplo, houve várias alterações, como a substituição da lei que garantia estabilidade no emprego após dez anos registrado em uma mesma empresa, pela criação do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Mudança que incentivou a rotatividade da força de trabalho.


O maior desmonte em toda a história da legislação ocorreu, entretanto, nos governos de Michel Temer e de Jair Bolsonaro. Não é mero deboche chamar a reforma trabalhista de 2017 de “deforma” como muitos críticos fazem. Com alteração de mais de 200 dispositivos, seguida por outras minirreformas, a Lei nº 13.467/2017 forjou uma verdadeira deformação na CLT.


Assistimos ao fenômeno da uberização, vendido pelos governos Temer e Bolsonaro, como geração de empregos. São empregos, todavia, circunscritos ao aqui e agora, que mal formam um presente, quem dirá um futuro.


A ampla retirada de direitos e a redução do poder do Estado tiveram efeitos nefastos, como a fragilização dos sindicatos, a precarização do trabalho, a diminuição do rendimento médio da população, a desindustrialização, a elevação do número de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza, fome generalizada, além do aumento da criminalidade e da violência.


A reforma foi anunciada como “modernização” como se representasse um avanço nas relações de trabalho existentes. Mas o cerceamento das leis trabalhistas, do movimento sindical e da classe operária, práticas reeditadas ao longo da história, são formas de conter o desenvolvimento inaugurado na década de 1930. Desenvolvimento que, todavia, ainda está em curso.


Mesmo que a CLT tivesse completado sua missão de garantir segurança e poder de escolha para todos os brasileiros, ainda assim a presença do Estado e a participação ativa das entidades sindicais seriam importantes para garantir isonomia na relação patrão/empregado.


Somente uma mudança de patamar histórico, com uma elevação coletiva da consciência, poderia engendrar relações seguras e justas independente da obrigação da lei. A realidade do Brasil de 2023 está muito longe desse patamar. O que move nossa sociedade é a constante tensão entre a busca das classes dominantes por privilégios e a luta classes populares para que a vida seja mais do que o pão de cada dia.


É um grande cinismo atribuir à retirada de direitos o caráter de “modernização” quando a essência desta prática é a do retrocesso à República Velha. Os 80 anos da CLT são ainda pouco tempo frente aos quase 400 anos de escravidão que normalizaram o racismo, os abusos e a exploração desenfreada dos trabalhadores.


É por isso que neste 1º de Maio de 2023 a CLT chega aos 80 anos como um dos maiores marcos civilizatórios da nossa história. A crise socioeconômica de 2016 a 2022, agravada pela pandemia, reforçou a importância e a necessidade da Consolidação das Leis Trabalhistas.


A segurança do povo brasileiro frente à contradição entre o capital e o trabalho ainda reside na legislação trabalhista, nas convenções coletivas e na organização sindical. É isso que buscamos construir: um país com contratos sociais justos, públicos e incontestáveis que diminuam as disparidades regionais e sociais, e acima de tudo, que assegurem ao trabalhador sua liberdade, sua dignidade e sua posição como cidadão.


Miguel Torres, Presidente da Força Sindical

Ricardo Patah, Presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores)

Adilson Araújo, Presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)

Antonio Neto, Presidente da CSB, (Central dos Sindicatos Brasileiros)

Moacyr Roberto Tesch Auersvald, Presidente da NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores)

Fonte: Centrais Sindicais

STJ decide que salário pode ser penhorado para pagar dívidas

 Impacto econômico nas finanças pessoais deve ser avaliado


A Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que, em casos excepcionais, é possível a penhora de salários para pagamento de dívidas. O julgamento da questão foi realizado na quarta-feira (19).


Pelo entendimento firmado pelo tribunal, a penhora poderá ser determinada pela Justiça quando outros meios para cobrar o devedor não tenham obtido resultado. Além disso, o impacto econômico nas finanças pessoais também deverá ser avaliado.


O colegiado seguiu voto do relator, ministro João Otávio de Noronha, para quem a impenhorabilidade do salário deve seguir como regra, porém, cada caso de cobrança de dívidas deve ser analisado individualmente para assegurar o pagamento e a dignidade do devedor.


O caso julgado envolve um credor que tem uma dívida de R$ 110 mil e recebe salário de R$ 8,5 mil. Na primeira vez que a questão foi analisada pelo STJ, a Quarta Turma negou a penhora de 30% dos ganhos por entender que deveria ser seguida a lei que impede a penhora para saldar dívidas de até 50 salários mínimos.

Fonte: Agência Brasil

Lula diz que cobrar IR da PLR de trabalhadores e não de empresas é absurdo

 Em reunião fechada com centrais sindicais nesta quinta-feira (27), em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) classificou como absurdo o fato de que os trabalhadores paguem imposto de renda sobre PLR (participações em lucros), mas empresas não sejam cobradas em seus lucros e dividendos.


Os sindicalistas têm reivindicado isenção de IR para PLR. O petista então pediu que Fernando Haddad, ministro da Fazenda, dê especial atenção para a proposta.


Entre os sindicalistas, o pleito tem sido encabeçado por Antonio Neto, presidente da @CSBbrasil


"Tem empresas com lucros e resultados muito positivos que, além de não pagar imposto, muitas vezes se negam a pagar a PLR para os trabalhadores. Ou quando paga, paga só para gerentes e gestores. É uma injustiça trabalhador pagar imposto na PLR e as empresas, não", afirma Neto.


Durante a disputa eleitoral, o também pedetista Ciro Gomes tinha como uma de suas principais propostas a implantação da taxação de lucros e dividendos de empresas, que foi interrompida no Brasil em 1996, durante o governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB).


Após o encontro com Lula e os sindicalistas, Luiz Marinho, ministro do Trabalho, manifestou apoio à proposta de isenção de IR para PLR.


"Se não tem cobrança nos lucros das empresas, porque a participação tem imposto? Lá atrás, quando o Guido [Mantega] era ministro [da Fazenda], ajustaram um valor de isenção e enfim depois ficou parado. Tem que ajustar isso", disse.

Fonte: Portal CSB

Comissão aprova projeto que altera regras para saque em conta do FGTS

 Proposta amplia possibilidades de saque, em decorrência de doenças graves, pandemia e desastre natural, entre outros


A Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família da Câmara dos Deputados aprovou proposta que altera e amplia as possibilidades de saque, pelo trabalhador, na conta vinculada do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). O texto altera a Lei 8.036/90, que trata do FGTS.


O relator na comissão, deputado Fernando Rodolfo (PL-PE), elaborou substitutivo ao Projeto de Lei 2541/15, do ex-senador Pedro Taques (MT), cujo objetivo era ampliar a possibilidade de saque no FGTS em decorrência de doenças graves – hoje isso só é permitido para pacientes em estágio terminal e portadores do HIV.


No substitutivo, o relator aproveitou 29 das 33 propostas que tramitam em conjunto. “As iniciativas que alteram a Lei 8.036/90 foram condensadas em redação mais ampla, ficando a cargo de decreto a regulamentação em casos específicos”, explicou Fernando Rodolfo, ao recomendar a aprovação.


A Lei do FGTS já permite atualmente o saque no fundo em algumas hipóteses, como a aquisição da casa própria ou na demissão do trabalhador. O substitutivo aprovado acrescenta ou altera as seguintes possibilidades de saque no FGTS:

- quando o trabalhador ou qualquer de seus dependentes for acometido por doença grave, nos termos de regulamento;
- diante de necessidade pessoal, cuja urgência e gravidade decorra de situação de calamidade pública ou de pandemia declarada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), reconhecidas pelo Poder Executivo Federal;
- de desastre natural ou tecnológico, conforme disposto em regulamento, respeitada a Classificação e Codificação Brasileira de Desastres e observadas as condições previstas na lei;
- quando o trabalhador ou qualquer de seus dependentes, em razão de deficiência, por prescrição, necessite adquirir órtese ou prótese para promoção de acessibilidade e inclusão social;
- quando o trabalhador ou o cônjuge necessitar submeter-se a técnicas de reprodução humana assistida, conforme regulamento;
- quando a trabalhadora ou a dependente do trabalhador estiver gestante, ou na ocasião do nascimento ou adoção de filho, conforme regulamento;
- em caso de decretação de estado de calamidade financeira do ente federativo ao qual estiver vinculado, quando o trabalhador da administração pública, ainda que terceirizado, vier a sofrer qualquer tipo de atraso, redução ou restrição de remunerações, enquanto durar o estado de calamidade financeira, estando limitado o saque mensal aos valores atrasados, reduzidos ou restringidos; e
- quando o valor do saldo disponível das contas vinculadas exceder a seis vezes a remuneração do trabalhador na data de sua opção.
 

Tramitação

O projeto ainda será analisado pelas comissões de Trabalho; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Depois seguirá para o Plenário.

Fonte: Agência Câmara

Centrais pressionam Lula pela valorização do salário mínimo

 Segundo o ministro Luiz Marinho, Lula trabalha para anunciar a nova política para o mínimo em 1º de maio, Dia do Trabalhador


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já se comprometeu a retomar a política de valorização permanente do salário mínimo – uma iniciativa que garantiu aumentos reais (acima da inflação) para os trabalhadores de 2004 a 2016. Mas as centrais sindicais pressionam o governo a ousar mais na fórmula que vai fixar o reajuste anual.


Segundo o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, Lula trabalha para anunciar a nova política na próxima segunda-feira, 1º de maio, Dia do Trabalhador. O presidente vai participar do ato unificado das centrais sindicais no Vale do Anhangabaú, em São Paulo.


Nos governos anteriores de Lula e também de Dilma Rousseff (PT), o percentual de reajuste do mínimo se baseava em dois fatores: a reposição da inflação do período (de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor, o INPC) e o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) nos dois anos anteriores. O modelo ajudou a garantir o mais longo ciclo de fortalecimento do mínimo – o ganho real (acima da inflação) foi de 77,01% entre 2003 e 2017, segundo o Dieese.


As centrais propõem que, nos próximos três anos da gestão Lula, o aumento seja ainda mais robusto. Para isso, ano a ano, o governo deve somar três variáveis: a inflação, o crescimento do PIB de dois anos antes e um adicional de 2,4%. A crer nas projeções divulgadas pelo Banco Central, por meio do Boletim Focus, essa política garantiria uma valorização real média de 4,2% no triênio 2024-2026, compensando perdas acumuladas nos últimos anos.


No Dia do Trabalhador, Lula anunciará a segunda alta do salário mínimo no ano. Em 1º de janeiro, o piso salarial dos brasileiros passou de R$ 1.212 para R$ 1.302. Agora, o reajuste elevará o mínimo para R$ 1.320. As centrais reivindicavam um valor maior – de R$ 1.343.


Lula também formalizará a correção na tabela do imposto de renda. A faixa de isenção vai subir dos atuais R$ 1903,98 para R$ 2.640. De acordo com o Estadão, caso o governo aprove uma política de valorização do mínimo mais modesta, uma alternativa é acabar com a tributação sobre a PLR (Participação nos Lucros e Resultados).


“Nós queremos resgatar melhores condições de vida da classe trabalhadora, em particular para os mais baixos salários – para poder voltar o consumo, para todos poderem voltar a viver melhor”, declarou Luiz Marinho ao Portal da CUT. “O empresário só contrata mais alguém se o produto dele vender mais. E vai vender mais se a classe trabalhadora tiver aumento da sua massa salarial, se mais gente tiver podendo comprar mais. Se está comprando mais, se está vendendo mais, você vai produzir mais.”

Fonte: Portal Vermelho

Saldo líquido de emprego no Caged é positivo em 195.171 vagas em março e supera estimativas

 Consenso Refinitiv esperava abertura líquida de 100 mil vagas em março; setor de serviços criou 122.323 postos formais


Após a criação de 245.813 vagas em fevereiro (dado revisado), o mercado de trabalho formal registrou um saldo positivo de 195.171 carteiras assinadas em março, de acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados nesta quinta-feira pelo Ministério do Trabalho e Emprego.


O resultado do mês passado decorreu de 2.168.418 de admissões e de 1.973.247 de demissões.


Em março de 2022, houve abertura de 98.786 vagas com carteira assinada.


O resultado superou as estimativas dos analistas de mercado: o consenso Refinitiv esperava abertura líquida de 100 mil vagas em março.


No primeiro trimestre de 2023, o saldo do Caged já é positivo em 526.173 de postos. No mesmo período do ano passado, houve criação líquida de 619.318 postos formais.


Serviços puxam contratações

A abertura de vagas de trabalho com carteira assinada em março foi puxada pelo desempenho do setor de serviços no mês, com a criação de 122.323 postos formais, seguido pela construção, que abriu 33.641 vagas.


Na indústria geral houve abertura de 20.984 vagas em março, enquanto houve um saldo positivo de 18.555 postos de trabalho no comércio. Na agropecuária foram fechadas 332 vagas no mês.


Em 22 das 27 Unidades da Federação foram registrados resultados positivos no Caged. O melhor desempenho foi novamente registrado em São Paulo, com a abertura de 50.768 postos de trabalho. Já o pior resultado foi registrado em Pernambuco, com o fechamento de 5.266 postos de trabalho.


O salário médio de admissão nos empregos com carteira assinada chegou a R$ 1.960,72. Comparado ao mês anterior, houve redução real de R$ 30,06 no salário médio de admissão, uma queda de 1,51%.

Fonte: InfoMoney

Seminário no TST debaterá trabalho por aplicativos

 O Tribunal Superior do Trabalho (TST) realiza no dia 4 de maio o “Seminário 80 anos da CLT – Dignidade e Justiça Social”. O evento acontece a partir das 9 horas, no edifício-sede do TST, em Brasília.


O evento visa abordar temas polêmicos como o trabalho por meio de aplicativos de transporte e de entrega.


Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), atualmente existem aproximadamente 1,5 milhão de pessoas atuando por meio de apps sem qualquer vínculo empregatício.


Ainda na mesa de debate, representantes de trabalhadoras domésticas e representantes de trabalhadores que atuam no campo vão discutir a necessidade de incluir esses profissionais no mercado de trabalho.


A mesa será mediada pela ministra Kátia Magalhães Arruda, do Tribunal Superior do Trabalho.


Faça sua inscrição por meio de formulário eletrônico e confira a programação completa do evento.

Fonte: Agência Sindical

Ministro pede vista e adia decisão do STF sobre correção de contas do Fundo de Garantia

 Por enquanto, são dois votos a favor da correção com base na caderneta de poupança em vez da TR


Na retomada do julgamento sobre correção das contas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), nesta quinta-feira (27), o ministro Nunes Marques pediu vista e, com isso adiou uma decisão sobre assunto. O julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) começou na semana passada, quando o relator, ministro Luís Roberto Barroso, apresentou seu voto.


Ao se manifestar, logo no início da sessão, Nunes Marques elogiou o voto do relator, que “trouxe uma solução muito inteligente”. Barroso propôs substituir a Taxa Referencial (TR) pela remuneração da caderneta de poupança. Mas apenas a partir da publicação da ata, sem mexer no período anterior, como pedia a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5.090, apresentada pelo partido Solidariedade. O voto do relator já foi acompanhado pelo ministro André Mendonça.


Nunes Marques contou ter recebido ontem “vasto material” do Ministério das Cidades e da Caixa Econômica Federal sobre eventuais impactos da mudança proposta pelo STF. Além do possível impacto financeiro, uma possível medida seria aumentar juros para os mutuários da casa própria. O ministro disse que as informações “não me impressionaram”, mas por questão de cautela pediu vista. E prometeu devolver o caso ao plenário na “maior brevidade possível”. Barroso também questionou os argumentos apresentados pelo ministério e pelo banco.


Poupança forçada

O julgamento por enquanto suspenso envolve aproximadamente 80 milhões de trabalhadores. Há 117 milhões de contas, ativas e inativas.


Em seu voto, Barroso afirmou que no caso do FGTS, espécie de “poupança forçada”, de titularidade do trabalhador, o saldo é corrigido por índice inferior ao da poupança. Assim, o uso da TR não seria “razoável”. No entendimento do ministro, não é legítimo impor exclusivamente aos trabalhadores os custos de políticas públicas (habitação, saneamento e infraestrutura, que utilizam recursos do FGTS).

Fonte: Rede Brasil Atual

Luiz Marinho discute revisão da reforma trabalhista na Espanha: ‘Vamos beber dessa fonte’

 Ministro brasileiro do Trabalho reuniu-se com a colega Yolanda Díaz para conversar sobre as mudanças no país europeu. Incluindo o trabalho em plataformas digitais


“Vamos seguramente beber nessa fonte” – o processo de revisão da reforma trabalhista –, afirmou o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, durante encontro com a 2ª vice-presidente e ministra do Trabalho e Economia Social da Espanha, Yolanda Díaz. A recente mudanca da legislação naquele país foi o principal tema das conversas em Madri. O representante brasileiro também buscou informações sobre a Lei 12/2021, sobre trabalho em plataformas digitais.


Marinho integra a comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que antes passou por Portugal. Segundo ele, um dos objetivos é “mostrar ao empresariado brasileiro que o diálogo social faz bem”. O governo brasileiro afirma que as mudanças, se ocorrerem, serão via negociação. Grupos de trabalho estão discutindo alguns dos principais temas.


Internacional do trabalho

“Estou convencida de que esta nova etapa entre Espanha e Brasil é crucial para a construção de uma internacional democrática que deve ser, ao mesmo tempo, uma internacional laboral, que ponha os interesses dos trabalhadores por cima dos interesses daqueles que sempre gozaram de privilégios em nossos países”, declarou a vice-presidenta.


Segundo ela, nesta quarta-feira (26) os dois países deram “um passo adiante” ao assinar memorando de cooperação. Em defesa dos direitos trabalhistas e da democracia nas empresas, segundo afirmou. “Não pode haver democracia sólida sem os trabalhadores e as trabalhadoras.” A ministra disse seguir com “muita atenção” o debate no Brasil. E observa que a implementação do conceito de trabalho decente – desenvolvido pelas Nações Unidas – ajuda a reduzir a desigualdade no mundo.


Encontro com sindicalistas

Ontem, Lula e Luiz Marinho se encontraram com dirigentes sindicais espanhóis, com o tema da reforma trabalhista também incluído na pauta. “Podem contar com a CCOO para comparar nossa experiência nos processos de diálogo social, de análise ou transição que afetam a Espanha e o mundo”, afirmou o secretário-geral da central sindical, Unai Sordo, ao receber o presidente brasileiro.


Segundo a entidade sindical Comisiones Obreras (Comissões Operárias), a visita é ocasião para retomar as relações políticas e econômicas entre os países. “Na reconstrução que Lula conduz sobre a presença brasileira no mundo, quase desmantelada por seu antecessor, o ultradireitista Jair Bolsonaro”, descreve a CCOO.


A Espanha aprovou uma revisão de sua legislação trabalhista no início de 2022. Uma das principais preocupações era com o grande número de contratos temporários. Além disso, uma lei modificou o Estatuto dos Trabalhadores para contemplar o trabalho que envolve aplicativos.


Acesso aos algoritmos

“Os algoritmos merecem nossa atenção e análise, pelas mudanças que estão introduzindo na gestão dos serviços e atividades empresariais, em todos os aspectos das condições de trabalho e, sobretudo, porque essas alterações estão se dando de forma distinta do sistema tradicional de participação das pessoas trabalhadores na empresa”, diz trecho da lei. Assim, a mesa de diálogo social não pode “ignorar a incidência das novas tecnologias no âmbito trabalhista e a necessidade de que a legislação tenha em conta essa repercussão, tanto nos direitos coletivos e individuais como na competência das empresas”.


Dessa forma, foi introduzido um item no estatuto de 2015, a respeito do acesso a informações pelos representantes dos trabalhadores. Assim, tornou-se direito “ser informado pela empresa sobre os parâmetros, regras e instruções em que se baseiam os algoritmos ou sistemas de inteligência artificial que afetam a tomada de decisões que podem incidir nas condições de trabalho, no acesso e manutenção do emprego”.


O mercado de trabalho da Espanha tem população ativa de 23,488 milhões de pessoas, sendo 20,464 milhões de ocupados e 3,024 milhões de desempregados. De 2021 para 2022, o total de ocupados cresceu 3,1% e o desempregados caiu 11,8% O número de assalariados por tempo indeterminado aumentou 9,2%, enquanto o de temporários recuou 12,6%. Os dados, reunidos pelo Ministério do Trabalho e Economia Social, são do Instituto Nacional de Estatística (INE).

Fonte: Rede Brasil Atual