O
governo tem um elenco de medidas para controlar a inflação e fazer a economia
crescer, sem, por exemplo, ter que alterar a trajetória de queda da taxa básica
de juros, garantiu quinta-feira (10) o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Ele
disse que, ao contrário dos países avançados, o Brasil ainda tem várias
alternativas nesse sentido. Mantega, no entanto, não quis antecipar se o governo
estuda cortar o compulsório dos bancos, como forma de ajudar as instituições
financeiras a reduzir as taxas cobradas em operações de crédito.
“O
importante é que a diferença dos países avançados, que, às vezes, já não têm
política monetária pra fazer e fizeram tudo que tinham para fazer nesse
quesito, o Brasil tem muita política para fazer. Tem muito lastro. Essa é a
nossa diferença”, disse, ao retorno para o Ministério da Fazenda após se
reunir, no Palácio do Planalto, com a presidenta Dilma Rousseff.
Mantega
assegurou ainda que, utilizando os instrumentos que o governo dispõe, a
economia brasileira vai crescer mais do que no ano passado, quando o Produto
Interno Bruto (PIB) registrou 2,7% de avanço. “Podemos assegurar que a economia
brasileira vai crescer mais do que no ano passado. Não posso mencionar medidas
específicas. A imprensa publica todos os dias medidas. E, é claro, várias delas
podem ser tomadas e nós estaremos tomando.”
Ele
avaliou como incorretas as avaliações de analistas que acreditam que a economia
brasileira terá dificuldades de crescer 3% em 2012. Mantega, no entanto,
ressaltou que o Brasil ainda sofre o impacto da crise econômica mundial.
“Sofremos o impacto do que acontece lá fora, principalmente do lado da
indústria, porque os mercados continuam encolhidos. Inclusive os Estados Unidos
não estão dando sinais de dinamismo.
Então, isso nos afeta. Já nós, dependemos do nosso mercado”, disse.
A
recente alta do dólar é um fator, no entender do ministro, que tem ajudado a
economia brasileira porque tem dificultado a entrada, no país, de produtos
estrangeiros mais baratos, abrindo, assim, espaço para a produção nacional.
“Temos
alguns problemas na área do crédito que estão sendo solucionados. Claro que não
é do dia para a noite que isso acontece. A escassez de crédito e as taxas estão
elevadas, mas eu vejo que existe uma boa vontade do setor financeiro para
remediar a situação baixando as taxas e liberando mais crédito”, destacou.
O
ministro disse também que não existe previsão por parte do governo para o
reajuste dos combustíveis.
Fonte: InfoMoney