quinta-feira, 16 de maio de 2024

Enchentes alagam 9 em cada 10 empresas do RS. Federação das indústrias fala em 'década perdida'

 Empresas sofrem com alagamentos em locais de produção e problemas de logística devido ao fechamento de estradas e aeroporto


As enchentes no Rio Grande do Sul afetaram praticamente todas as empresas da região, que podem não se recuperar mais e causar o empobrecimento do estado, informa a Folha de São Paulo. A Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande Sul (Fiergs) afirma que 91% das fábricas do estado estão debaixo d´água e prevê uma década perdida para a unidade da federação que representa 6% do PIB nacional.


A entidade também informou que os municípios atingidos pela catástrofe representam pelo menos 83% do recolhimento do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), principal fonte de arrecadação do estado. Alguns espaços de produção das empresas foram alagados, enquanto outros sofrem com problemas de logística, já que boa parte das estradas estão fechadas e o Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, está completamente inundado e sem previsão para a retomada das operações.


Algumas empresas sequer sabem o tamanho do prejuízo causado pelas inundações, já que o nível das águas permanece alto e ainda não permitiu o ingresso nas instalações afetadas. O presidente em exercício da Fiergs, Arildo Bennech Olivera, afirmou em entrevista à Folha que a crise deve ter impacto na economia nacional e que terá uma reunião com o governo federal para apresentar uma série de demandas. Entre elas, está a suspensão de impostos das indústrias por três anos e financiamentos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) diretamente às empresas, sem bancos intermediários, com bom tempo de carência.

Fonte: Brasil247

TST estende suspensão de prazos de ações envolvendo o Rio Grande do Sul

 O presidente do Tribunal Superior do Trabalho, ministro Lelio Bentes Corrêa, estendeu até o dia 31 deste mês a suspensão dos prazos processuais de todas as ações em andamento na corte em que sejam partes o estado do Rio Grande do Sul ou seus municípios e o Ministério Público do Trabalho da 4ª Região; aquelas em que as partes sejam representadas exclusivamente por advogados inscritos na seccional gaúcha da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RS) ou pela Defensoria da União no estado; e os processos vindos do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (SP) e de suas varas do Trabalho.


Na última segunda-feira (6/5), o Órgão Especial do TST havia aprovado a suspensão dos prazos até sexta-feira (10/5). A extensão até o fim do mês leva em conta a decisão no mesmo sentido do Conselho Nacional de Justiça e a portaria do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional que reconhece o estado de calamidade pública em municípios gaúchos, em decorrência das chuvas intensas.


De acordo com o Ato Segjud.GP 271/2024, os relatores e as relatoras poderão avaliar outras situações não enquadradas na suspensão, mas comprovadamente afetadas pela calamidade pública, nos termos da legislação processual. Com informações da assessoria de imprensa do TST.

Fonte: Consultor Jurídico

Comissão aprova projeto que permite o exercício de qualquer profissão como MEI

 A Comissão de Indústria, Comércio e Serviços da Câmara dos Deputados aprovou projeto que permite o exercício de qualquer profissão como microempreendedor individual (MEI). O texto aprovado estabelece que devem ser observadas as normas específicas da regulamentação de cada profissão.


O texto limita o capital para a atuação como MEI ao equivalente a 5 vezes a renda bruta máxima anual estipulada hoje para atuação no segmento.


Criado pelo Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, o MEI é o pequeno empresário individual que tenha faturamento anual de até R$ 81 mil, como regra, ou R$ 251,6 mil de receita bruta para transportador autônomo de cargas, em condições estipuladas na lei.


Exclusão de profissões

O texto também reduz o quórum exigido para que o Comitê Gestor do Simples Nacional (CGSN) determine a exclusão de ocupações autorizadas a atuar na qualidade de Microempreendedor Individual (MEI).


Pela proposta, a decisão que hoje deve ser unânime passa a depender da concordância de 3/4 do colegiado.


Mudanças no texto original

O texto aprovado é uma versão do relator (substitutivo), deputado Josenildo (PDT-AP), ao Projeto de Lei Complementar (PLP) 229/19, do ex-deputado Lucas Gonzalez (MG).


O texto original proibia que atividades de grau de risco elevado fossem enquadradas como MEI e especificava que operações exigidas pela burocracia para o MEI fossem feitas preferencialmente em modo eletrônico, o que foi excluído pelo relator.


Segundo Josenildo, o texto busca “assegurar a liberdade de exercício das atividades econômicas como MEI e limite de capital para o registro, com base em critérios específicos definidos pela legislação”.


Próximos passos

O projeto, que tramita em regime de prioridade ainda será avaliado pelas comissões de Finanças e Tributação e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Caso aprovado, seguirá para o Plenário da Câmara.

Fonte: Agência Câmara

Entidades representantes dos aposentados se manifestam contra a desvinculação da aposentadoria e salário mínimo

 Semana passada saiu na mídia que o governo federal estudava a desvinculação da aposentadoria em relação ao salário mínimo, o que faria os benefícios só terem reajuste com a inflação do ano anterior e não mais um aumento real, como ocorre com o salário mínimo.


O assunto começou a ser abordado na equipe econômica do governo. O governo já tenta um discurso para amenizar o efeito que essa decisão está causando, mas entidades representativas dos aposentados se manifestaram em nota contra a possível mudança.


Na nota, as entidades lembram que na Constituição Federal de 1988, define o direito à remuneração não seja inferior ao salário mínimo.


Confira a íntegra da nota abaixo:


Contra a desvinculação das aposentadorias e do salário mínimo


As instituições abaixo assinadas vêm a público reafirmar a defesa dos aposentados e se posicionar contrárias à pretensão da ministra do Planejamento de apresentar, até 2025, uma proposta de desvinculação das aposentadorias da correção do salário mínimo.


É preciso lembrar que a Constituição Federal de 1988, define o direito à remuneração não inferior ao salário mínimo. E no capítulo dos Direitos Sociais, define que o salário mínimo deve cobrir todas as necessidades do trabalhador e de sua família, ser unificado em todo o território nacional e reajustado periodicamente para garantir seu poder aquisitivo.


Além do mais, há um consenso nacional de que o valor do salário mínimo encontra-se muito distante do valor previsto na Constituição. Portanto, é inconcebível que haja, dentro do próprio governo federal, quaisquer tipos de estudos que prevejam reajuste para o piso dos benefícios do INSS menores que os concedidos ao piso salarial nacional.


Brasil, 10 de maio de 2024

 

COBAP - Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas;

SINDNAPI - Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos - Força Sindical;

SINTAPI - Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Central Única dos Trabalhadores;

SINDIAPI - Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da União Geral dos Trabalhadores;

SINAB - Sindicato Nacional dos Aposentados do Brasil - Central dos Sindicatos Brasileiros.

Fonte: Mundo Sindical

Centrais ajudam no socorro ao Sul

 As Centrais Sindicais publicam Nota unitária em apoio ao gaúcho, vitimado por enchentes impressionantes. As oito entidades convocam o sindicalismo a se engajar nas ações solidárias, assim como na reconstrução do que foi perdido em um grande número de cidades no Estado.


Nota:


UNIDOS PELA RECONSTRUÇÃO DO RIO GRANDE DO SUL


(Chamados das Centrais Sindicais sobre a tragédia no Rio Grande do Sul. Solidariedade, ação, preservação de vidas, de empregos e direitos).


A tragédia que devasta o Estado do Rio Grande do Sul exige ações solidárias urgentes de todo o poder público, da sociedade e dos Sindicatos de todas as Centrais Sindicais.


Dirigentes e militantes, muitos deles também vítimas das enchentes, atenderam ao chamado e já estão na linha de frente com as equipes de salvamento para o resgate de vítimas, doações, abrigo, arrecadação e distribuição de alimentos.


É um trabalho longo, que exige foco, dedicação e unidade de ação.


Após esse esforço inicial, quando a água baixar novos desafios se apresentarão. Vamos lutar em outra frente para garantir, primeiramente, a preservação das vidas. E também pela manutenção dos empregos e direitos dos trabalhadores gaúchos.


Por isso, as Centrais Sindicais convocam todos os seus filiados, em todo o território brasileiro, a se engajar nessa ação solidária!”.


Assinam – CSB, CTB, CUT, Força Sindical, Intersindical, Nova Central, Pública e UGT.

Fonte: Agência Sindical


Ministros de Lula e "mercado" já falam em mexer novamente na Previdência Social

 Em 2019, o governo de Bolsonaro conseguiu aprovar uma reforma da Previdência, em um duro golpe contra os trabalhadores brasileiros. A reforma aumentou as exigências de idade mínima e de tempo de contribuição para requerer a aposentadoria, além de mudar a forma de cálculo para rebaixar o valor dos benefícios. Agora, antes de completar cinco anos desse grave ataque, a Previdência Social volta a entrar na mira do governo e do “mercado”.


Em vários jornais, aumentam o número de editoriais e artigos de porta-vozes da burguesia que falam sobre a suposta necessidade de uma nova reforma da Previdência, repetindo a falácia do déficit. Ao mesmo tempo, integrantes do governo Lula-Alckmin intensificam declarações sobre “estudos” para mexer na Previdência e nos pisos constitucionais de investimentos em Saúde e Educação.


Propostas “na mesa”

Depois de falas de secretários dos ministérios da Fazenda e do Planejamento, que ocorrem desde o início do 3° mandato de Lula, nos últimos dias foram os próprios ministros Fernando Haddad e Simone Tebet a defenderem a desvinculação dos benefícios de aposentados e pensionistas do valor do Salário Mínimo (SM) e uma nova reforma da Previdência.


Em recentes entrevistas ao Valor Econômico e Estadão, a ministra do Planejamento Simone Tebet informou que o ministério estuda propostas para desvincular alguns benefícios da política de reajuste do Salário Mínimo. A ideia é que aposentadorias e benefícios, como seguro-desemprego, abono salarial e BPC (Benefício de Prestação Continuada), não sejam mais reajustados de acordo com o SM. Ou seja, querem impor um reajuste anual ainda menor que a já irrisória correção do piso nacional.


Já Fernando Haddad, no dia 2 de maio, postou em sua conta na rede X (ex-Twitter), em que recomenda um artigo do economista da FGV Bráulio Borges. Texto sobre as contas públicas que aponta como solução “atacar” a Previdência Social para “restaurar” o equilíbrio fiscal.


Fim dos pisos constitucionais em saúde e educação

Outra proposta em debate, que seria encaminhada via uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição), é o fim dos pisos de investimentos na Saúde e Educação. Atualmente, por lei, os gastos com saúde devem ser, no mínimo, de 15% da receita corrente líquida, e os de educação, de 18% da receita líquida de impostos.


A proposta é não ter esse piso. Ou seja, na prática, permitir a redução ainda maior dos investimentos nessas áreas essenciais, afetando a prestação de serviços como o SUS, as escolas públicas, creches, salário dos professores, etc.


Tudo em nome do arcabouço fiscal dos banqueiros

As falas de Fernando Haddad e Simone Tebet só confirmam que o governo Lula-Alckmin está aplicando e pretende avançar com uma política econômica a serviço dos interesses da burguesia. Esse é o sentido do novo arcabouço fiscal de Lula e Haddad, que impõe a mesma política de teto de gastos e arrocho nos investimentos públicos para pagar a fraudulenta Dívida Pública, que beneficia, sobretudo, banqueiros e especuladores.


A classe trabalhadora precisa acender o alerta desde já. Não se pode aceitar nenhuma dessas propostas ultraliberais. Ao contrário, é preciso cobrar de Lula a revogação das reformas da Previdência, bem como da Trabalhista e do Ensino Médio, feitas por Temer, e outros ataques aos direitos dos trabalhadores.

Fonte: CSP-Conlutas

Folha de pagamento de 17 setores será reonerada a partir de 2025

 Governo anuncia acordo após reunião com políticos


Após um acordo entre o governo, o Congresso Nacional e representantes de 17 setores da economia, a folha de pagamento para essas atividades continuará desonerada neste ano, mas haverá alíquotas gradualmente recompostas entre 2025 e 2028.


O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (foto), detalhou o fechamento do acordo após reunião com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e o líder do Governo do Senado, Randolfe Rodrigues (sem partido-AP).


“Isso é importante porque vamos dar respaldo a uma receita da Previdência, e é da lógica da reforma da Previdência o equilíbrio das contas. Quando a gente pega o sacrifício de um trabalhador que tem de, às vezes, trabalhar um ano, dois anos, três anos a mais, como aconteceu com a reforma da Previdência, temos que compreender que, da parte da receita, tem que haver uma correspondência do mesmo esforço”, disse Haddad no Senado.


A reoneração começa no próximo ano, com a contribuição patronal dos 17 setores à Previdência Social sendo feita da seguinte forma:

• 2024: desoneração total;

• 2025: alíquota de 5% sobre a folha de pagamento;

• 2026: alíquota de 10% sobre a folha de pagamento;

• 2027: alíquota de 15% sobre a folha de pagamento;

• 2028: alíquota de 20% sobre a folha de pagamento e fim da desoneração.


Modulação

Antes de anunciar o acordo no Senado, Haddad se encontrou com os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça e Luiz Fux. O ministro da Fazenda afirmou que o governo pedirá ao Supremo a modulação da liminar concedida pelo ministro do STF, Cristiano Zanin, que barrou a desoneração da folha salarial de setores da economia. Por meio da modulação, o Judiciário pode dar aval ao acordo para o encerramento gradual do benefício.


Prorrogada até o fim de 2027, após a aprovação de um projeto de lei que cinco ministros do Supremo consideraram inconstitucional, a desoneração da folha de pagamento permite que empresas de 17 setores substituam a contribuição previdenciária, de 20% sobre a folha de pagamento dos empregados, por uma alíquota de 1% a 4,5% sobre a receita bruta.


Em vigor desde 2012, a desoneração permite que as empresas dos setores beneficiados contribuam menos para a Previdência Social e, em tese, contratem mais trabalhadores.


No fim do ano passado, o Congresso aprovou o projeto de lei que também reduziu de 20% para 8% da folha a contribuição para a Previdência Social de pequenos municípios. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetou o texto, mas o Congresso derrubou o veto no fim do ano passado.


Nos últimos dias de 2023, o governo editou uma medida provisória revogando a lei aprovada. Por falta de acordo no Congresso para aprovar o texto, o governo concordou em transferir a reoneração para projetos de lei.


No entanto, no fim de abril, a Advocacia-Geral da União recorreu ao Supremo. O ministro Cristiano Zanin, do STF, acatou o pedido de suspensão imediata da desoneração da folha e da ajuda aos pequenos municípios. Desde então, o governo vem tentando chegar a um acordo com os 17 setores da economia.

Fonte: Congresso em Foco

Inflação oficial fica em 0,38% em abril deste ano

 Alimentos e remédios puxaram alta de preços


O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial no país, registrou taxa de 0,38% em abril deste ano. O indicador ficou acima do observado no mês anterior (0,16%), mas abaixo do apurado em abril do ano passado (0,61%).


Segundo dados divulgados na sexta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA acumula taxa de inflação de 1,8% no ano. Em 12 meses, a taxa acumulada é de 3,69%, abaixo dos 3,93% acumulados até março e dentro do limite de meta definido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para este ano: entre 1,5% e 4,5%.


Os principais responsáveis pela inflação de abril foram os alimentos e os gastos com saúde e cuidados pessoais. O grupo de despesas alimentação e bebidas registrou alta de preços de 0,7% no mês, puxada por itens como mamão (22,76%), cebola (15,63%), tomate (14,09%) e café moído (3,08%).

Fonte: Agência Brasil

Senado terá decisão final sobre projeto da nova Lei do Primeiro Emprego

 O projeto da nova Lei do Primeiro Emprego (PL 5.228/2019), de autoria do senador Irajá (PSD-TO), cria mecanismos para a inserção de jovens entre 18 e 29 anos no mercado de trabalho e institui o contrato de primeiro emprego na carteira de trabalho. Para isso, os jovens devem estar matriculados regularmente e não terem a carteira de trabalho assinada anteriormente. O projeto foi aprovado no Senado em 2021, na Câmara dos Deputados, em novembro de 2023, com modificações, e agora está novamente no Senado para decisão final.

Fonte: Agência Senado

Paim destaca aprovação do decreto de calamidade pública no Rio Grande do Sul

 O senador Paulo Paim (PT-RS) ressaltou em pronunciamento na quarta-feira (8) a importância da aprovação do Decreto Legislativo (Decreto 236, de 2024), que reconhece o estado de calamidade pública no Rio Grande do Sul até 31 de dezembro de 2024.


O parlamentar enfatizou que o decreto autoriza a União a tomar medidas excepcionais para acelerar o envio de recursos para implementação das ações necessárias para a reconstrução do estado após as enchentes que atingiram quase todos os municípios gaúchos.


— Isso é fundamental para que o governo do presidente Lula possa aumentar os recursos e criar incentivos fiscais para cumprir com sua obrigação na ajuda, sem precisar cumprir regras sobre o limite de gastos. Ele também flexibiliza as regras para a contratação de serviços e compra de produtos por parte do poder público. Por intermédio do decreto, poderá haver a suspensão do pagamento da dívida do estado durante a calamidade, reconstrução da infraestrutura de estradas, saúde, assistência, educação e habitação — enfatizou.


O senador ressaltou que cerca de 80% do território gaúcho precisa ser reconstruído, o que deve demandar “bilhões de reais em investimentos”. Ele também anunciou a instalação de uma Comissão Externa para tratar da tragédia e defendeu uma política nacional contra catástrofes.


— O Brasil carece de um planejamento robusto, de curto, médio e longo prazo, para a prevenção e precaução de acidentes climáticos, a ser incorporado como política de Estado. A Comissão tem por objetivo centralizar e apresentar propostas legislativas, acompanhar e fiscalizar os recursos destinados, além de primar pelo respeito ao meio ambiente e aos direitos humanos — destacou.

Fonte: Agência Senado

A desoneração da folha e o futuro da Previdência Social

 O debate sobre a judicialização da desoneração da folha proporciona excelente oportunidade para o governo transformar desafios em oportunidades, isto é, aproveitar o momento para ampliar a base de custeio mediante a mudança da fonte de financiamento da parte patronal da Previdência Social, passando da folha de pagamento para a receita ou o faturamento das empresas.


Antônio Augusto de Queiroz*


Essa medida soluciona um dos problemas estruturais da Previdência Social.


Mas antes de prosseguir, é fundamental 2 esclarecimentos.


Previdência Pública é essencial

O primeiro é que a Previdência Pública universal é essencial para a paz social no País e precisa ser preservada e ampliada, pois essa responde pelas aposentadorias — por idade, por tempo de contribuição e por invalidez —, pelas pensões por morte, auxílios-doença e reclusão, salário maternidade e reabilitação profissional em caso de acidente e doença.


O segundo é que a sugestão deste texto não visa reduzir a participação total dos empregadores no financiamento da Previdência — a contribuição patronal —, mas sim ampliar a base de custeio e modificar a fonte de financiamento da Previdência para o faturamento ou receita, na parte que cabe às empresas no custeio da Previdência Social pública, buscando equacionar os problemas relacionados ao capital morto — em máquinas, equipamentos e IA (Inteligência Artificial) —, ao aumento de produtividade do trabalho e às novas formas de contratação.


Os trabalhadores permaneceriam contribuindo com base na folha salarial, com percentual da remuneração, e a aposentadoria continuaria sendo calculada com base nos salários de contribuição ao longo da vida profissional.


Feitos os esclarecimentos, é preciso registrar que a simples desoneração da folha só faria sentido se viesse acompanhada de 5 condições essenciais:


1) preservação dos benefícios previdenciários, com garantia de repasse automático do valor correspondente à eventual perda de receita, como já ocorre atualmente — em 2025, o governo estima que essa compensação seria da ordem de R$ 11 bilhões, se mantida a desoneração;


2) implementação de mecanismos para evitar volatilidade nas receitas previdenciárias, especialmente em períodos de crise;


3) redução gradual da alíquota sobre a folha, porém sem eliminar essa fonte, como forma de permitir a fiscalização das obrigações fiscais das empresas;


4) aumento da competitividade nacional; e,


5) estímulo à formalização do mercado de trabalho. Porém, isto nunca aconteceu: nem no governo Dilma nem na prorrogação feita pelo Congresso Nacional no terceiro governo Lula.


Ampliar as fontes e mudar a de financiamento

Atualmente, é indiscutível que o financiamento da parte patronal da Previdência Social via folha de pagamento está rapidamente se esgotando, especialmente com a revolução tecnológica e as novas formas de trabalho sem vínculo formal¹.


Portanto, urge ampliar as fontes de custeio e mudar a fonte de financiamento antes que o sistema entre em colapso ou as empresas se recusem a migrar devido à alíquota a ser fixada sobre o faturamento ou receita.


Com as formas precárias de trabalho, como a “uberização” e a pejotização, acompanhadas pela automação e digitalização que substituem a mão de obra humana pelo trabalho das máquinas, além do envelhecimento da força de trabalho ativa e aumento da pressão sobre as contas da Previdência Social, as receitas previdenciárias provenientes da folha de pagamento já estão conduzindo à insuficiência de financiamento da Previdência dentro do sistema de Seguridade Social. Isso resulta no crescente uso de recursos fiscais para cobrir o “déficit”.


Agora, considere o que acontecerá com a ampliação e aceleração do emprego da inteligência artificial. É evidente que, mantido esse modelo de financiamento, o sistema previdenciário se tornará insustentável a curto prazo, levando à ruína da Previdência Social pública.


Evitar novas reformas com viés fiscal

No cenário atual, com receita previdenciária insuficiente para pagar todos os benefícios do INSS (Instituto Nacional de Seguro Social), o governo inevitavelmente será compelido a implementar novas reformas com viés fiscal, as quais acabariam penalizando duplamente os aposentados e pensionistas e os trabalhadores ou os filiados à Previdência Social pública.


No caso dos aposentados e pensionistas, o governo seria inicialmente pressionado a desvincular o salário mínimo do piso de benefícios da Previdência Social, especialmente enquanto durasse a política de aumento real do mínimo, e, posteriormente, a suprimir o reajuste automático dos benefícios, promovendo arrocho nas aposentadorias e pensões.


Essa possibilidade impactaria, ainda, os benefícios da Assistência Social, o seguro-desemprego, o abono salarial e outras políticas de renda que têm como referência o salário mínimo.


Adiamento no acesso, com a redução do valor

No caso dos trabalhadores ou filiados ao RGPS (Regime Geral de Previdência Social), a cargo do INSS, os prejuízos adviriam, de um lado, do aumento da alíquota e do tempo de contribuição, e, de outro, da redução dos futuros benefícios. Ou seja, seriam punidos com o adiamento no acesso ao benefício e com a redução no seu valor.


Além disso, a continuidade do atual sistema prejudica os setores intensivos em mão de obra, os quais enfrentam alíquota de pelo menos 20% sobre o total da folha, enquanto beneficia setores que empregam pouco, mas possuem alto faturamento, como as big techs, o agronegócio e o sistema financeiro, além de outros segmentos com automação elevada ou pouca dependência de mão de obra direta. Esse sistema não é sustentável para o futuro da Previdência Social pública.


Base de custeio e fonte de financiamento

Com a ampliação da base de custeio mediante a mudança da fonte de financiamento da parte patronal da Previdência, da folha para o faturamento ou a receita, desde que realizada com alíquota compatível com o que é devido pelos contribuintes patronais ao sistema previdenciário, a arrecadação permaneceria constante, mesmo diante da automação da produção, do uso de IA, da pejotização das relações de trabalho ou de demissões de funcionários, pois não dependeria de vínculos formais de emprego.


Seria a solução mais sustentável frente ao envelhecimento da população e às alterações nos modus de produção e prestação de serviços.


Além disso, com essa mudança, o governo superaria a controvérsia atual sobre a desoneração da folha, que tem sido problemático na relação do Poder Executivo com parte do empresariado e com o Congresso Nacional, e evitaria a necessidade de reformas frequentes para manter o pagamento dos benefícios previdenciários sempre que houvesse diminuição do vínculo formal do empregado, independentemente da motivação.


Portanto, a forma mais eficaz de assegurar receitas mais perenes para a Previdência Pública e evitar reformas que prejudiquem os segurados e os beneficiários do RGPS a curto prazo, dentre outras medidas, passa pela ampliação da base de custeio com a mudança de fonte de financiamento, já que as empresas continuarão faturando e tendo receitas.


A tendência é que, por força das novas formas de trabalho, assim como do uso intensivo de tecnologia, os empreendimentos dependem cada vez menos de mão de obra humana. Esse tema é urgente e a mudança já deveria ter sido feito na emenda à Constituição da Reforma Tributária.


(*) Jornalista, analista e consultor político, mestre em Políticas Públicas e Governo (FGV). Sócio-diretor das empresas “Consillium Soluções Institucionais e Governamentais” e “Diálogo Institucional Assessoria e Análise de Políticas Públicas”, foi diretor de Documentação do Diap. É membro do Cdess (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável da Presidência da República) - Conselhão. Publicado originalmente na revista eletrônica Teoria&Debate.

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1 Na Índia, com força de trabalho de quase 1 bilhão de pessoas, apenas 100 milhões possuem emprego formal.

Fonte: Diap

Mulher vítima de violência terá prioridade em atendimento, aprova CDH

 A Comissão de Direitos Humanos (CDH) aprovou na quarta-feira (8) um projeto de lei que estabelece prioridade à mulher vítima de violência doméstica no atendimento social, psicológico e médico. O Projeto de Lei (PL) 2.737/2019, da Câmara dos Deputados, recebeu relatório favorável da senadora Janaína Farias (PT-CE). O texto segue agora para o Plenário, que também analisará requerimento de urgência.


Na reunião presidida pelo senador Paulo Paim (PT-RS), Janaína afirmou que dar prioridade a essas mulheres é uma forma de contornar as consequências da violência sofrida.


— É claro que a violência afeta as mulheres de maneiras diferentes, provocando reações e consequências variadas. [Cabe] ao Estado prover o atendimento rápido e eficaz às mulheres que, em situação de vulnerabilidade decorrente da violência, dele necessitem. Por isso, a prioridade prevista no projeto é tão relevante, servindo a minorar as consequências da violência e a proporcionar sem demora a recuperação da mulher — disse a relatora.


O texto altera a Lei Maria da Penha (Lei 11.340, de 2006) para estabelecer o atendimento prioritário no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), do Sistema Único de Segurança Pública (Susp) e da Lei Orgânica da Assistência Social (Lei 8.742, de 1993).

Fonte: Agência Senado


STF suspende julgamento sobre idade mínima para aposentadoria especial

 O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, pediu vista, nesta terça-feira (7/5), dos autos do julgamento do Plenário sobre alguns pontos da reforma da Previdência de 2019, dentre eles o requisito etário para a concessão de aposentadoria especial a segurados expostos a agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde.


Com o pedido de vista, a análise do caso foi suspensa. O término da sessão virtual estava previsto para a próxima sexta-feira (10/5).


Antes da interrupção do julgamento, quatro ministros haviam se manifestado. Dois deles validaram os trechos da reforma questionados, enquanto os outros dois votaram a favor de invalidar tais pontos.


Contexto

Com a reforma de 2019, o tempo de contribuição e efetiva exposição deixaram de ser os únicos requisitos para a modalidade de aposentadoria especial. Agora, também é preciso atingir uma idade mínima, que varia de 55 a 60 anos conforme o total de anos de contribuição na atividade especial.


A ação direta de inconstitucionalidade foi ajuizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores da Indústria (CNTI). Segundo a entidade, a fixação de uma idade mínima obriga o trabalhador a exercer a atividade insalubre mesmo após o tempo máximo, previsto em lei, de exposição ao agente nocivo.


A CNTI também pede a inconstitucionalidade da proibição de conversão do tempo especial em tempo comum para a aposentadoria voluntária desses trabalhadores — outra regra estabelecida pela reforma.


A autora argumenta que, na contagem diferenciada, o valor total pago à Previdência pelo segurado sujeito a agente nocivo supera o valor recolhido pelo segurado que trabalha sob condições normais.


Por fim, a entidade quer invalidar a regra da reforma que reduziu o valor da aposentadoria especial de 100% para 60% sobre o salário de benefício.


A CNTI alega que o trabalhador sujeito a agentes nocivos recolhe um montante superior de contribuição previdenciária, mas recebe proventos em um valor inferior ao do segurado que trabalha em condições normais.

 

Matéria completa: https://www.conjur.com.br/2024-mai-07/stf-suspende-julgamento-sobre-idade-minima-para-aposentadoria-especial/

Fonte: Consultor Jurídico

Custo da cesta básica sobe em 10 capitais brasileiras no mês de abril

 Fortaleza liderou o ranking, com alta de 7,76% em relação a março


Em abril, o custo da cesta básica subiu em 10 das 17 capitais brasileiras analisadas pela Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, divulgada mensalmente pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).


Entre março e abril, as maiores elevações na cesta básica foram registradas nas capitais nordestinas. A que apresentou a maior alta no período foi Fortaleza, com aumento de 7,76%, seguida por João Pessoa (5,40%), Aracaju (4,84%), Natal (4,44%), Recife (4,24%) e Salvador (3,22%). Já as maiores quedas ocorreram em Brasília (-2,66%), Rio de Janeiro (-1,37%) e Florianópolis (-1,22%).


A cesta mais cara do país foi observada em São Paulo, onde o conjunto dos alimentos básicos custava, em média, R$ 822,24, seguida pela do Rio de Janeiro (R$ 801,15).


Nas cidades do Norte e do Nordeste, onde a composição da cesta é diferente, os menores valores médios foram registrados em Aracaju (R$ 582,11), João Pessoa (R$ 614,75) e Recife (R$ 617,28).


Com base no custo da cesta mais cara do país - a de São Paulo – e, levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário-mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o Dieese estimou que o salário-mínimo ideal deveria ser de R$ 6.912,69 em abril, o que representa 4,90 vezes o seu valor atual, estabelecido em R$ 1.412,00.

Fonte: Agência Brasil

Ministros e deputados do PT criticam sugestão de Tebet para desvincular aposentadoria do aumento real do salário mínimo

 Medida é considerada prejudicial aos interesses dos trabalhadores


A proposta de desvincular o pagamento das aposentadorias do INSS da política de aumento real do salário mínimo conta com a oposição de ministérios de áreas sociais e abre nova frente de críticas de deputados do PT a medidas consideradas lesivas aos trabalhadores.


De acordo com a ministra, o país não consegue estender indefinidamente a política de valorização do mínimo à aposentadoria, ao Benefício de Prestação Continuada (BPC), ao seguro-desemprego e ao abono salarial. “Teremos que cortar o gasto público pela convicção ou pela dor”, afirmou Tebet.


O ministro do Trabalho Luiz Marinho declarou à coluna da jornalista Vera Rosa, no jornal O Estado de S.Paulo, que é totalmente contra a proposta, que considerou “absurda”.


Para o ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT), a sugestão apresentada por Tebet não tem como prosperar porque tiraria renda da parte mais pobre da população.


A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, disse que o partido não tem como apoiar a proposta de desvincular as aposentadorias do aumento real do salário mínimo. O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) também criticou a sugestão, considerando-a parte do “austericídio”.

Fonte: Brasil247


TST anula decisão que ignorou laudo ao conceder adicional de insalubridade

 Por unanimidade, a 8ª Turma do Tribunal Superior do Trabalho reformou a decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 17ª Região (ES) em que uma transportadora de Marechal Floriano (ES) foi condenada a pagar adicional de insalubridade a um operador de equipamentos. Segundo o colegiado, o TRT se equivocou ao desprezar um laudo pericial em sentido contrário.


O operador ajuizou a ação trabalhista em dezembro de 2020, com pedido de adicional de insalubridade, informando que trabalhava exposto a produtos químicos, ruídos e poeira mineral sem usar máscara ou capa de proteção. Ele afirmou ainda que operava uma minipá carregadeira e que as vibrações do veículo, as trepidações, os desníveis e, sobretudo, o ruído emitido pelo motor justificavam o adicional.


O pedido foi negado pela 10ª Vara do Trabalho de Vitória, mas depois concedido pelo TRT-17, que determinou o pagamento do adicional no grau médio (20%). Segundo a corte regional, os equipamentos de proteção individual não eliminam a nocividade, que pode resultar em perda auditiva e trazer diversas outras consequências prejudiciais à saúde.


O TRT fundamentou ainda a concessão do adicional em situações verificadas em outros julgados, “principalmente em precedente do Supremo Tribunal Federal (STF) acerca de aposentadoria especial de trabalhadores expostos a agentes insalubres”.


Laudo não constatou insalubridade

A empresa, então, apelou ao TST alegando que o laudo pericial não havia identificado trabalho em condições insalubres. Segundo a ré, a Norma Regulamentadora (NR) 15 do Ministério do Trabalho e Emprego exige avaliação técnica pericial para comprovar a insalubridade. “O laudo técnico é expresso ao informar que a exposição ao ruído era pontual, e ainda assim, quando existia, era eliminada pela utilização dos EPIs”, sustentou a empresa.


O desembargador convocado Eduardo Pugliesi, relator do recurso, sustentou que o julgador não precisa se limitar à conclusão do perito, pois ele pode utilizar outras provas para formar o seu convencimento. Contudo, no caso, o TRT se equivocou ao desprezar a conclusão pericial e conceder o adicional em grau médio ao operador.


Na sua avaliação, o laudo é claro ao dizer que, embora o empregado tivesse exposição pontual a ruído acima do limite de tolerância, foi comprovado que o fornecimento do EPIs era suficiente para neutralizar o ambiente insalubre. Por outro lado, não há qualquer elemento que demonstre a exposição habitual aos agentes insalubres ou que permita afastar a análise pericial. “O juiz não pode ignorar a prova técnica e invocar apenas a sua própria convicção sobre a matéria para deferir o adicional de insalubridade”, concluiu o relator. A decisão foi unânime. Com informações da assessoria de imprensa do TST.

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RRAg 988-94.2020.5.17.0010

Fonte: Consultor Jurídico

CE aprova duas ausências anuais para trabalhador participar de atividade escolar

 A Comissão de Educação (CE) aprovou, nesta terça-feira (7), projeto que dá ao trabalhador o direito de se ausentar do trabalho duas vezes por ano para participar de reuniões e atividades culturais na escola dos filhos.


A proposta, do senador Jorge Kajuru (PSB-GO), recebeu voto favorável do relator, o senador Cid Gomes (PSB-CE) e agora segue para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), para decisão terminativa. O relatório foi lido na comissão pelo senador Izalci Lucas (PL-DF).


Conforme o PL 4.138/2019, o trabalhador poderá se ausentar do trabalho uma vez a cada semestre, no período do dia em que for necessário, para participar de reunião, diálogo com os professores ou atividade cultural ou extracurricular organizada pela escola dos filhos, desde que devidamente atestado por servidor da direção. O projeto altera o artigo 473 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

Fonte: Agência Senado

Campanha incentiva participação de jovens em movimentos sindicais

 Iniciativa é do Ministério Público do Trabalho (MPT)


O Ministério Público do Trabalho (MPT) realiza, durante todo este mês, a campanha Maio Lilás, que busca estimular a participação dos jovens nos sindicatos de trabalhadores. A campanha faz parte de um conjunto de ações previstas no projeto estratégico da Coordenadoria Nacional de Promoção da Liberdade Sindical e do Diálogo Social (Conalis) do MPT, denominado Sindicalismo e Juventude, que será desenvolvido como piloto nas procuradorias regionais do Trabalho da 1ª Região (Rio de Janeiro), 2ª Região (São Paulo), 4ª Região (Rio Grande do Sul), 17ª Região (Espírito Santo) e 20ª Região (Sergipe).


Segundo a procuradora regional do Trabalho Viviann Brito Mattos, titular da Conalis, no âmbito do projeto, foi feita uma análise da diversidade nos sindicatos. “A gente percebeu que os sindicatos, além de nem todos terem uma participação da juventude dentro da sua própria estrutura, não havia uma aproximação em relação às lutas da juventude trabalhadora, que é mais suscetível, no momento atual, ao subemprego, à precarização”, disse ela nesta segunda-feira (6) em entrevista à Agência Brasil.


O projeto buscar abrir espaço e diálogo social, aproximando dois atores sociais, que são a juventude trabalhadora e o movimento sindical. “Porque, a partir do momento em que os jovens não têm voz, não são ouvidos e acompanhados, isso dá uma perda em termos de negociação coletiva, na proteção dos direitos dos trabalhadores e, sobretudo, contribui, inclusive, para a precarização dos direitos. E o sindicato, por sua vez, quando não se aproxima da juventude, ele deixa de conhecer a realidade daquele momento, daquele jovem”, ressaltou.


Formas de trabalho

Viviann Brito Mattos destacou o surgimento de novas formas de trabalho, que "ameaçam o futuro do próprio emprego e precisam ser debatidas". "Todos os atores envolvidos serão afetados e, no caso, a juventude é aquela que vai ser a mais afetada no primeiro momento.” Por isso, a procuradora defende o diálogo entre a juventude trabalhadora e os sindicatos, visando tornar o país mais justo para toda a população.


Dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revelam que o número de filiados em sindicatos com idade entre 16 e 29 anos caiu de 3 milhões para 1,3 milhão no Brasil, entre 2012 e 2022, o que representa perda de 55%. A procuradora observou que esse é um fenômeno que ocorre também em outros países. Para Viviann, a não filiação tem uma série de razões. Uma delas tem a ver com mitos ou representações sociais negativas.


Na avaliação da procuradora, o jovem está mais suscetível a pressões externas, porque está em uma faixa de idade em que muitas vezes não consegue nem trabalhar, nem estudar. É a chamada geração nem-nem. Além de sofrer com o desemprego, há o problema da precarização, ou seja, da informalidade.


Ganho duplo

A coordenadora da Conalis argumentou que, com a filiação aos sindicatos, ganham os dois lados: jovens e os próprios movimentos sindicais. “Porque hoje o que nós temos é um sindicato que precisa se revitalizar e ele só se revitaliza a partir do momento em que traz a juventude, dialoga com a juventude. E esta precisa da proteção de direitos. E para a proteção desses direitos, o sindicato é o caminho. Só uma ação coletiva de direitos tem condição de melhorar as condições de trabalho.”


A campanha Maio Lilás segue até o final deste mês. O MPT tem o papel de aproximar as partes, para que elas possam dialogar. Viviann deixou claro que esse diálogo não significa que as duas partes precisam concordar com tudo, “porque pode-se chegar ao um mesmo resultado tendo opiniões diversas, mas com um centro de convergência e aquilo pelo qual se luta".


A campanha é promovida pelo MPT desde 2017. A escolha do mês tem como base a greve geral organizada pelos trabalhadores de Chicago, nos Estados Unidos, no final do século 19, muitos dos quais foram mortos ou presos por lutarem por valorização e por melhores condições de trabalho. Já a cor lilás é uma homenagem às 129 mulheres trabalhadoras, que foram trancadas e queimadas vivas em um incêndio criminoso numa fábrica de tecidos, em Nova York, em 8 de março de 1857, por reivindicarem um salário justo e redução da jornada de trabalho. No momento do incêndio, a fábrica confeccionava um tecido de cor lilás.

Fonte: Agência Brasil