terça-feira, 3 de agosto de 2021

Bolsonaro propõe recriar pasta do Trabalho; confira opinião de sindicalistas

 Os sindicalistas expressaram sua opinião à coluna Painel do jornal Folha de SP; o ministério tem sua função, mas não pode ser só para acomodar aliados.


Críticas da extinção do Ministério do Trabalho em 2019, as centrais sindicais não receberam com otimismo a possibilidade de recriação da pasta por Bolsonaro. Algumas veem pequena chance de retorno positivo. Outras, nenhuma.


“É uma medida com fins eleitorais, voltada às eleições de 2022, com a qual Bolsonaro, desesperado ante as pesquisas e a CPI, busca alocar mais apoiadores no governo”, diz Sérgio Nobre, da CUT.


“É um espaço que ele quer abrir para fortalecer o centrão. Não vai ter mudança nenhuma para os trabalhadores”, diz Antonio Neto, da CSB. “Bolsonaro não está recriando o Ministério do Trabalho, é a volta do Ministério do Desemprego do [Fernando] Collor”, acrescenta.


“É muito bom ver Bolsonaro dar marcha a ré e reconhecer que errou ao fechar o Ministério do Trabalho. Recriar é positivo, mas precisa ver se não é só jogadinha para agradar os seus parceiros. Tem que ser um instrumento da sociedade para valer”, afirma João Carlos Gonçalves, o Juruna, secretário-geral da Força Sindical. “É um espaço de negociação entre empresários, trabalhadores e governo. Um local para fortalecer fiscalização nos locais de trabalho, um espaço para verificar que tipo de emprego está sendo gerado e até de não geração de emprego necessário que o momento exige”, completa.


“O único espaço das demandas dos trabalhadores foi o Ministério do Trabalho. A maior parte dos outros ministérios tem um relacionamento empresarial muito grande. É como se tivesse tirado a voz do trabalhador”, diz Ricardo Patah, presidente da UGT.


“É bom que volte o ministério, mas precisamos ver a que preço. Tem muitas demandas, como a discussão sobre o salário mínimo, a situação dos motoboys que trabalham para aplicativos. Agora, se voltou para acomodar blocos do Parlamento não vai ajudar muito, não”, conclui Patah.

Fonte: Radio Peão Brasil com Folha SP

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