quinta-feira, 1 de julho de 2021

Oposição na Câmara reage a denúncias na compra da Covaxin

 As denúncias de possíveis irregularidades no processo de aquisição da vacina indiana Covaxin começaram a movimentar também a oposição na Câmara dos Deputados, que já fala em tentar protocolar também ali uma nova Comissão Parlamentar de Inquérito, que estão chamando de CPI da Corrupção na Saúde.


O líder da oposição na Câmara, Alessandro Molon (PSB-RJ), informa que os partidos contrários ao governo Jair Bolsonaro irão representar ao Ministério Público Federal e ao Tribunal de Contas da União para que sejam apuradas as denúncias.


Informações que vêm sendo apuradas pela CPI da Covid no Senado apontam para suspeitas no processo de compra da Covaxin. Ela seria a única aquisição de imunizante feita pelo Ministério da Saúde com intermediário. No caso, a empresa Precisa. E seria a vacina mais cara a ser comprada, por US$ 15 a dose.


Em entrevista pela manhã, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que o processo de compra dessa vacina não foi concluído, uma vez que ela ainda não teve a aprovação da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa). Mas irritou-se quando foi perguntado se a vacina viria a ser adquirida e encerrou a entrevista.


Os líderes de oposição na Câmara dizem também que irão convocar o ministro da Justiça, Anderson Torres, para apurar se o presidente Bolsonaro levou o caso até o ministério e se a Polícia Federal abriu inquérito para investigar tais irregularidades. O deputado Luís Miranda (DEM-DF), irmão do servidor do Ministério da Saúde Luís Ricardo Miranda, afirmou que alertou o presidente sobre irregularidades no processo de compra e que o presidente lhe dissera na ocasião que acionaria a Polícia Federal.


“As denúncias de corrupção na importação da Covaxin são gravíssimas. É preciso esclarecer quais medidas foram tomadas após a comunicação dos fatos ao presidente da República e quem são os envolvidos no esquema. Por isso, vamos representar ao MPF, ao TCU, convocar os ministros da Justiça e da Saúde e coletar assinaturas pra CPI da Corrupção na Saúde”, afirma Alessandro Molon.

Fonte: Congresso em Foco

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