quinta-feira, 12 de dezembro de 2024

Dieese faz considerações sobre o pacote de ajuste anunciado pelo governo

 O documento do DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socio Econômicos) aborda o pacote de ajuste fiscal anunciado pelo governo federal em novembro de 2024, com medidas voltadas à adequação do arcabouço fiscal aprovado em 2023. Ele destaca os desafios enfrentados pelo governo para equilibrar metas fiscais com demandas sociais e econômicas.


Principais medidas anunciadas:

 

1 - Limitação do aumento real do salário mínimo (SM):

- Estabelece um teto de 2,5% para aumento real e piso de 0,6%, dependendo do crescimento da receita corrente líquida e do cumprimento das metas fiscais.


2 - Redução do abono salarial:

Limita a cobertura para trabalhadores com renda de até R$ 2.640,00 (antes 2 salários mínimos) e propõe ajuste para 1,5 SM no futuro.

 

3 - Mudanças no imposto de renda:

Ampliação da faixa de isenção para R$ 5.000,00 e criação de alíquota progressiva de 10% para rendimentos acima de R$ 50.000,00.

 

4 - Benefícios sociais e controle:

- Exige biometria para concessões e endurece critérios para BPC e Bolsa Família.


5 - Revisão nas regras de aposentadoria dos militares e combate aos supersalários:

Introdução de contribuições fixas, extinção de privilégios e maior controle remuneratório no setor público.


6 - Controle de benefícios fiscais e emendas parlamentares:

Restrições para isenções em períodos de déficit fiscal e priorização de recursos para a saúde no caso de emendas.

 

Impactos e desafios:

 

- Renda dos trabalhadores: Reduções no aumento real do salário mínimo e mudanças no abono salarial afetam diretamente trabalhadores de baixa renda.

 

- Imposto de renda: Ampliação da isenção beneficia milhões, mas as contrapartidas fiscais para segmentos mais ricos buscam maior progressividade.

 

- Consumo e economia: A restrição no salário mínimo e benefícios pode reduzir o consumo interno, afetando o crescimento econômico.

 

- Desigualdade: Apesar das intenções redistributivas, algumas medidas podem agravar a concentração de renda no curto prazo.

 

O documento ressalta que as medidas refletem uma disputa pelos fundos públicos em um contexto de pressões fiscais e sociais. Aponta ainda o impacto limitado das ações anunciadas em comparação aos gastos com juros da dívida pública, que somaram R$ 869,3 bilhões nos últimos 12 meses. Enfatiza a importância de mobilização social e diálogo transparente para garantir avanços que beneficiem a população.

 

Clique aqui e confira a íntegra do documento do DIEESE

Fonte: Rádio Peão Brasil


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