Protestos
de centenas de sindicalistas ligados a centrais sindicais provocaram o
cancelamento da reunião desta terça-feira da Comissão de Constituição e Justiça
da Câmara. Os manifestantes queriam impedir que a comissão colocasse em votação
o projeto de lei que regulamenta o trabalho terceirizado (PL 4.330/04).
O
presidente da comissão, deputado Décio Lima (PT-SC), cancelou a reunião e disse
que não colocará em votação o projeto da terceirização da mão de obra, porque,
na sua avaliação, não é de interesse da população brasileira, neste momento.
“Com este clima que está aqui, não dava para realizar sessão. Se o clima for o
mesmo amanhã, também, não faremos a sessão”.
Com
o cancelamento da reunião da CCJ, os manifestantes começaram a deixar o
corredor das comissões e passaram a protestar do lado de fora do prédio da
Câmara. Muitos tentaram voltar, mas um forte esquema de segurança montado pela
Polícia Militar do Distrito Federal e a Polícia Legislativa impediu o acesso
dos manifestantes.
O
presidente da Central Única dos Trabalhadores, Vagner Freitas de Moraes,
anunciou o cancelamento da reunião. Para ele, foi uma vitória. Os sindicalistas
devem continuar protestando quarta para impedir a apreciação do projeto da
terceirização. A tentativa dos sindicalistas é fazer com que o projeto seja
arquivado.
O
presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria, José
Calixto Ramos, disse que o projeto é ruim para os trabalhadores por vários
motivos. Segundo ele, o acordo em torno do texto é praticamente impossível, uma
vez que os empresários não aceitam discutir alguns pontos considerados
imprescindíveis pelos trabalhadores.
“Esse
projeto precariza a relação entre capital e trabalho. Ele não permite uma
responsabilidade solidária do tomador do serviço, e, se a empresa for à
falência, o trabalhador não tem a quem procurar para receber seus direitos.
Além disso, o projeto cria categorias de primeira, segunda e terceira de
trabalhadores de uma mesma atividade”, disse Calixto Ramos, que foi ministro do
Tribunal Superior do Trabalho.
Fonte:
Agência Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário