sexta-feira, 17 de setembro de 2021

Executivo do Fórum das Centrais se reúne: balanço da Agenda Legislativa

 O Grupo Executivo do Fórum das Centrais Sindicais se reúne na próxima semana. Na pauta, balanço da ação das centrais no Congresso Nacional.


Na reunião virtual, na próxima terça-feira (21), a partir das 9 horas, o “trabalho cotidiano no Congresso Nacional” vai ser avaliado.


As centrais sindicais organizaram grupos de trabalho em todas as regiões do País e, por meio da realização de encontros, tendo como referência a “Agenda Legislativa das Centrais Sindicais 2021”, vem sendo desenvolvimento trabalho de acompanhamento sistemático dessa agenda no Congresso.


E, naturalmente, o trabalho de pressão, por estado, entre os deputados e senadores, para que tomem conhecimento das posições das centrais em relação às proposições listadas na Agenda Legislativa.


Na oportunidade, informa o Grupo Executivo da Agenda Legislativa, vai ser lançado “documento de balanço da 'Agenda Legislativa das Centrais Sindicais' (maio a setembro) e trataremos das prioridades legislativas para setembro e outubro.”

Fonte: Diap

Paulo Paim alerta pra mudança lesiva no INSS

 Querem privatizar tudo, até o INSS. É o que explicita o Projeto de Lei 3.914/2020, oriundo da Câmara dos Deputados, que altera regras relativas ao pagamento dos peritos nas ações em que o INSS seja parte. O alerta é do senador Paulo Paim (PT-RS).


Hoje, o Poder Executivo arca com os honorários da perícia médica por processo. Mas o PL busca impor ao segurado a obrigação de pagar, a partir de janeiro, de forma antecipada os honorários dos peritos. Matéria chega ao Senado. Paim apresenta Emenda Substitutiva Global.


FST – O Fórum Sindical dos Trabalhadores já mobiliza as Confederações e demais filiadas para atuar junto ao Senado. Oswaldo Augusto de Barros, coordenador, afirma: “Vamos falar com cada senador e procurar o presidente Rodrigo Pacheco. Esse PL eu chamo de aberração. O que se busca é privatizar o INSS”.


Paulo Paim apresenta emenda substitutiva global. Segue:


“O Poder Executivo pagará os honorários das perícias realizadas até o fim de 2022. A partir de 2023, o Executivo fica obrigado a pagar uma perícia por processo judicial. De forma excepcional, instâncias superiores do Judiciário poderão realizar outra perícia médica.


Suprime a revogação de dispositivo que trata do processamento dos litígios relativos a acidentes de trabalho, de modo a assegurar a continuidade de sua tramitação na esfera administrativa, pelos órgãos da Previdência, segundo as regras e prazos aplicáveis às demais prestações, com prioridade para conclusão; na via judicial, pela Justiça dos Estados e do DF, segundo o rito sumaríssimo.


Exclui-se a exigência, na petição inicial, da descrição clara da doença e das limitações que ela impõe e das possíveis inconsistências da avaliação médico-pericial discutida, posto que tais matérias devem ser objeto de prova a ser apresentada, tempestivamente, mediante perícia, e não por meio de prova pré-constituída.agar uma perícia por processo judicial.


De forma excepcional, instâncias superiores do Poder Judiciário poderão realizar outra perícia médica”.


Benefícios – Principais, hoje: aposentadorias, salário-maternidade, pensão por morte, auxílio-doença, auxílio-acidente e outros benefícios, pertencentes ao núcleo das Atividades Exclusivas de Estado, para aqueles que adquirirem o direito a estes benefícios segundo o previsto pela lei.


FST – O Fórum Sindical dos Trabalhadores já mobiliza as Confederações e demais filiadas para atuar junto ao Senado.

 

Acesse – fstsindical.com.br

Fonte: Agência Sindical

Reforma eleitoral será apreciada até o final de setembro, diz Pacheco

 O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), informou que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma eleitoral que tramita na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa deve ser analisada pelos senadores até o final de setembro. “Aprovando ou rejeitando é preciso que se aprecie a PEC que veio da Câmara dos Deputados”, disse.


Um dos principais pontos do texto que tramita na CCJ é a volta das coligações partidárias. A relatora da PEC é a senadora Simone Tebet (MDB-MS) que apresentou o relatório contra a proposta na quarta-feira (15).


Existem mais duas propostas tramitando no Senado sobre reforma eleitoral. De acordo com Pacheco, os parlamentares ainda vão avaliar se será possível analisar todas até o fim deste mês para que as novas regras se tornem vigentes até as eleições de outubro de 2022.


A reunião de líderes no Senado está prevista para acontecer na tarde desta quinta-feira (16). Ontem (15), as lideranças partidárias da Câmara e do Senado se reuniram. Segundo o senador Álvaro Dias (Podemos-PR), não há acordo para votar a PEC da reforma eleitoral no Senado. “A proposta não pode ser votada de forma apressada. A reunião acabou sem qualquer acordo”, publicou em seu twitter.


Outros líderes procurados pelo Congresso em Foco informaram que a decisão deve ser tomada nesta tarde, mas que o clima é de não encaminhamento do projeto.

Fonte: Congresso em Foco

Relatório da ‘reforma’ administrativa terá nova mudança, e votação fica para a próxima semana

 Oposição destaca vitória parcial com adiamento, mas lembra que governistas “não desistiram de destruir o serviço público”


A votação do parecer sobre a “reforma” administrativa em comissão especial da Câmara foi transferida para a semana que vem, possivelmente para terça-feira (21). Com várias críticas ao projeto, mesmo alterado, o relator, deputado Arthur Oliveira Maia (DEM-BA), fará novas alterações. Parlamentares ainda podem apresentar destaques.


O debate já havia sido encerrado, e a comissão se preparava para votar o parecer nesta quinta-feira (16), mas a sessão foi cancelada. Ontem, Maia declarou que não tinha feito grandes alterações. “O texto apresentado já abriga várias mudanças em relação ao que veio do governo. Na verdade, foi elaborado um novo texto”, declarou, falando ainda em segurança jurídica. “Toda a organização do Estado brasileiro precisa ter uma clara ideia de onde se encontra neste momento e aonde quer chegar.”


Sem “modernização”

A oposição sustenta que, apesar das mudanças, o projeto de “reforma” administrativa que será apresentado para votação não tem nada de “modernização”: apenas beneficia o setor privado, sem melhorar o serviço público. Durante as discussões, alguns deputados chegaram a comentar que a proposta, se aprovada na Câmara, terá dificuldades na tramitação no Senado. “Dificilmente o Senado vai votar esta PEC até o fim do ano, por conta de várias matérias que estão represadas”, disse José Guimarães (PT-CE). A prioridade é o Código Eleitoral e a reforma tributária.”


Dois itens recebem a maior parte das críticas: a possibilidade de aumento de contratações temporárias e mecanismos de parceria com o setor privado. Para os deputados da oposição, isso pode causar redução de concursos públicos e de servidores estáveis. Eles citam ainda a possibilidade de demissão devido a cargos considerados “obsoletos” ou desnecessários.


Salário e jornada

Para o consultor legislativo Luiz Alberto dos Santos, técnico do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), as mudanças já apresentadas mantém problemas apresentados anteriores. Segundo ele, a alteração de maior destaque é que suprime a possibilidade de redução de salário e jornada.


Pela bancada do PT, o deputado Rogério Correia (MG) apresentou voto em separado recomendando a rejeição da PEC e aprovação de emenda substitutiva. “Tivemos hoje vitória parcial com a votação adiada para a próxima terça”, declarou. “Eles não desistiram de destruir o serviço público. A essência da PEC eles não vão alterar.” O deputado avalia que, neste momento, o governo não tem os votos necessários no plenário.

Fonte: Rede Brasil Atual

INSS é responsável por remuneração de gestantes afastadas por causa da epidemia

 Empresas com pequenas estruturas e que exigem atividades manuais não são capazes de suportar o encargo pela remuneração de gestantes impossibilitadas de exercer a profissão em meio à crise de Covid-19. Assim, em liminar, a 1ª Vara Federal de Cachoeira do Sul (RS) enquadrou como salário-maternidade os valores pagos às trabalhadoras grávidas de uma empresa alimentícia.


O afastamento presencial das empregadas gestantes durante a crise sanitária, sem prejuízo ao salário, foi determinado pela Lei 14.151/2021. Porém, a norma não definiu quem seria o responsável pelo pagamento da remuneração quando a atividade das trabalhadoras é incompatível com o trabalho remoto.


A autora contou que, de um total de sete funcionários, duas estão no início da gestação. Alegou que precisaria contratar outros empregados para compensar a ausência física das afastadas, já que elas não podem exercer suas funções à distância.


Na decisão, a juíza Mariana Camargo Contessa ressaltou a necessidade de proteção da maternidade e da saúde da mulher, especialmente devido à falta de políticas públicas sobre o tema. Além disso, segundo ela, um benefício trabalhista que onera o empregador pode reduzir a empregabilidade ou a remuneração.


"No mundo real, seguem problemas não antevistos pela legislação, a saber: a ainda maior restrição do mercado de trabalho das mulheres, de um lado, e, de outro, a imposição de ônus excessivo à atividade privada, em especial, quando explorada por micro e pequenas empresas e empresários individuais", acrescentou.


No último mês, a mesma determinação foi contemplada por uma liminar do Tribunal Regional Federal da 4ª Região. Antes disso, a Justiça Federal de São Paulo já havia adotado o mesmo entendimento. Com informações da assessoria de imprensa da Justiça Federal do Rio Grande do Sul.

Fonte: Consultor Jurídico

STF inicia julgamento que define verba para Renda Brasil de Bolsonaro

 STF julga verbas para pagamento de precatórios, tema decisivo para o governo garantir programa social.

Gilmar Mendes pede vista e interrompe votação.


O Supremo Tribunal Federal (STF) começou a decidir nesta quinta (16) se estados podem sofrer sequestro de verbas no caso de parcelamento compulsório de precatórios, títulos de dívidas do governo que devem ser pagos aos credores após decisão definitiva da Justiça. O tema é visto com atenção por Paulo Guedes, ministro da Fazenda, que teria recursos para garantir o programa Renda Brasil, que Bolsonaro vê como uma forma de melhorar sua popularidade em queda.


Apesar do início do julgamento, a análise da questão foi suspensa por um pedido de vista do ministro Gilmar Mendes. Apenas o voto do relator, ministro Edson Fachin, foi proferido. Para o ministro, o sequestro de verbas é constitucional e pode ser determinado pela Justiça, conforme o parágrafo 4º do artigo 78 do ADCT. Com isso, o parecer do relator favorece o governo. Não há previsão para a retomada do julgamento.


Fala-se que a nota retórica de Bolsonaro recuando dos ataques ao STF no 7 de setembro, tinha como uma das motivações, justamente a preocupação com o resultado deste julgamento. Com esse respiro no orçamento, Bolsonaro poderia fazer um importante reajuste no Bolsa Família, reformulando-o para dar seu carimbo ao programa, mudando o nome para Renda Brasil.


Os ministros julgam um recurso da procuradoria do estado do Rio de Janeiro contra uma decisão que reconheceu o sequestro de verbas para garantir pagamento de precatórios devidos a uma construtora.


O tema encontra-se em discussão no Congresso por meio de uma proposta de emenda constitucional (PEC) enviada neste mês pelo governo, que deseja adiar o pagamento de precatórios muito altos, abrindo espaço no orçamento para outros gastos.


Assim, a questão do pagamento de precatórios é tema de discussão entre os Três Poderes. No mês passado, os presidentes do STF, da Câmara dos Deputados e do Senado se reuniram para tentar uma alternativa para parcelar os precatórios devidos pela União e que estão previstos na proposta orçamentária para 2022.


Fux sugeriu uma fórmula que prevê um teto no orçamento do ano que vem para o pagamento dos precatórios – dívidas do poder público decorrentes de sentenças judiciais inapeláveis. O ministro disse que a tendência é que seja considerada inconstitucional qualquer proposta que postergue “a perder de vista” os pagamentos.


Pela proposta de Fux, o próximo orçamento para pagar precatórios ficaria limitado ao valor total desse tipo de dívida em 2016, ano de promulgação da emenda constitucional do teto de gastos, corrigido pela inflação – algo em torno de R$ 40 bilhões. Qualquer quantia acima disso seria parcelado para pagamento em anos posteriores, no que Fux chamou de “microparcelmento”.


A proposta foi bem recebida pelo ministro da economia, Paulo Guedes, que disse ser “muito interessante” por limitar o pagamento dos precatórios à variação da inflação, mesma regra utilizada para todas as demais despesas sujeitas ao teto de gastos.


Em 2022, de acordo com o Poder Judiciário, está previsto o pagamento de cerca de R$ 90 bilhões em precatórios, um aumento de 143% no comparativo com os valores pagos em 2018.

Fonte: Portal Vermelho

Para Zenaide, Executivo precisa de plano nacional capaz de gerar emprego e renda

 Em pronunciamento, nesta quarta-feira (15), a senadora Zenaide Maia (Pros-RN) declarou que o governo federal, “infelizmente”, não tem um plano nacional para a geração de emprego e renda. Para a senadora, sem um plano objetivo é impossível resolver os problemas da saúde, da educação e da ciência e tecnologia.


Zenaide ressaltou que o Senado precisa debater sobre esses temas para defender a vida de milhares de brasileiros que estão enfrentando situações difíceis com o desemprego e a fome. Para ela, essa é, sim, uma decisão política.


— Nós ainda estamos vivendo um momento em que geração de emprego e renda não é um plano de governo. O ministro da Economia diz, em todas as audiências públicas sobre a covid-19, que é o mercado que dita. Precisamos, sim, de uma renda mínima. Precisamos, o povo precisa, o povo está clamando por ter trabalho, por um lugar para morar. Infelizmente, eu não vejo um plano — declarou a senadora.

Fonte: Agência Senado

quinta-feira, 16 de setembro de 2021

Greves no primeiro semestre: por empresa, de curta duração e para manter direitos

 Mais de 90% das paralisações analisadas pelo Dieese tiveram como motivação descumprimento de acordo ou manutenção de direitos


O perfil das greves no primeiro semestre ratifica um perfil predominante nos últimos anos, das chamadas paralisações defensivas, aquelas deflagradas por descumprimento de acordo ou por manutenção de direitos. Segundo levantamento divulgado pelo Dieese, 92% das greves “incluíram itens de caráter defensivo na pauta de reivindicações”. Assim, o cenário “parece acenar para a permanência de um longo tempo de dificuldades”.


No total, o instituto acompanhou 366 paralisações de janeiro a junho, sendo a maior parte (69%) no setor privado, com predominância do setor de serviço. A análise apontou ainda movimentos de curta duração e por empresa.


De acordo com o Dieese, a maioria das greves (55%) no primeiro semestre terminou no mesmo dia em que foram deflagradas. Só 12% passou dos 10 dias de duração. Predominaram as paralisações em um local de trabalho (67%), ante 32% de categorias profissionais.


Salário atrasado

Apenas 65 greves tinham informações disponíveis sobre o número de trabalhadores envolvidos. Destas, 71% reuniram no máximo 200 grevistas. Já as paralisações com mais de 2 mil trabalhadores representaram só 1,5% do total.


As reivindicações mais frequentes foram relacionadas a pagamento de salários atrasados, além de férias e 13º: 42% do total. Em seguida, com 28%, estava a exigência de melhores condições de segurança, principalmente no aspecto sanitário, um efeito da pandemia de covid-19.


No setor privado, 95% das greves tiveram itens de caráter defensivo, com destaque para pagamentos em atraso. Nas estatais, esse número ficou próximo (93,5%), caindo um pouco entre o funcionalismo público (82,5%).


Confira aqui a íntegra do estudo.

Fonte: Rede Brasil Atual

Comissão aprova proposta que prorroga a desoneração da folha de pagamentos até 2026

 Objetivo da prorrogação é preservar empregos; fim da desoneração está previsto para dezembro próximo


A Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 2541/21, que prorroga de dezembro de 2021 para dezembro de 2026 a desoneração da folha de pagamentos para 17 setores da economia, considerados alguns dos mais intensivos em mão de obra.


Os setores são: calçados, call center, comunicação, confecção/vestuário, construção civil, empresas de construção e obras de infraestrutura, couro, fabricação de veículos e carroçarias, máquinas e equipamentos, proteína animal, têxtil, TI (tecnologia da informação), TIC (tecnologia de comunicação), projeto de circuitos integrados, transporte metroferroviário de passageiros, transporte rodoviário coletivo e transporte rodoviário de cargas.


A comissão acolheu parecer favorável do relator, deputado Jerônimo Goergen (PP-RS). “A extinção da desoneração da folha representaria obstáculo à manutenção e à geração de empregos, pois agravaria custos de contração para os importantes setores da indústria, dos serviços, dos transportes e da construção”, disse.


“A pandemia da Covid-19 impõe incertezas sobre a recuperação econômica no curto prazo. O ritmo da retomada não se encontra num patamar satisfatório, e os segmentos mais diretamente afetados pelo distanciamento social continuam bastante deprimidos. Por isso, não parece oportuno retirar os estímulos fiscais hoje existentes, em especial os de natureza tributária”, afirmou Georgen.


A proposta aprovada altera a Lei 12.546/11, que trata de temas tributários. O texto também eleva em um ponto percentual a alíquota de Cofins-Importação para um conjunto de produtos, de forma a equilibrar os custos entre bens produzidos no Brasil e no exterior.


“Proponho a continuidade da desoneração da folha de pagamentos para todos os setores que atualmente se valem dela, a fim de promover o bem-estar social e o desenvolvimento econômico”, disse o autor, deputado Efraim Filho (DEM-PB). Já o aumento da Cofins-Importação visa proteger os fabricantes brasileiros.


Vetos presidenciais

Em 2020, o Congresso Nacional aprovou o aumento da Cofins-Importação nos itens que concorrem com a produção de setores beneficiados pela desoneração da folha de pagamentos. No entanto, ao sancionar a Lei 14.020/20, o presidente Jair Bolsonaro vetou esse ponto, e o Congresso manteve o veto.


Na ocasião, Bolsonaro também vetou a prorrogação, até o próximo dia 31 de dezembro, da desoneração da folha para os mesmos 17 setores. O Congresso, no entanto, derrubou esse veto. Na Câmara dos Deputados foram 430 votos a 33 em defesa da desoneração. No Senado, 64 votos a 2.


Segundo o governo, a desoneração até o final deste ano custará R$ 10 bilhões aos cofres públicos. O mecanismo permite que as empresas paguem alíquotas de 1% a 4,5% sobre a receita bruta em vez de 20% sobre a folha de salários. Os setores beneficiados dizem que isso ajuda a manter 6 milhões de empregos.


No projeto, Efraim Filho não estimou os custos da eventual nova prorrogação. “A análise do impacto orçamentário e das possíveis compensações, assim como de medidas para a boa governança e a prudência fiscal, poderá ocorrer durante o processo legislativo, com o oportuno diálogo com o Poder Executivo”, disse.


Tramitação

O projeto tramita em caráter conclusivo e ainda será analisado pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Fonte: Agência Câmara

Comissão aprova projeto que cria selo para empresa que cumpre lei de cotas para pessoas com deficiência

 Selo poderá ser utilizado em documentos de comunicação institucional, produtos, correspondências e peças publicitárias


A Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência da Câmara dos Deputados aprovou projeto de lei que cria um selo de qualidade para as empresas que cumpram a cota de empregabilidade de pessoas com deficiência (PL 704/21).


O texto aprovado insere a medida na Lei 8.213/91, que determina que empresas com 100 empregados ou mais preencham de 2% a 5% de seus cargos com pessoas com deficiência.


O projeto foi apresentado pelo deputado licenciado Carlos Bezerra (MT) e recebeu parecer favorável da relatora, deputada Erika Kokay (PT-DF). Ela afirmou que o selo é um “incentivo positivo” aos empregadores.


“A certificação não só dará o devido reconhecimento ao esforço e ao mérito das empresas que cumprem a lei, como também produzirá um ativo cobiçado pelos empreendedores, tendo em vista o mercado consumidor cada vez mais interessado nas ações de responsabilidade social”, disse Kokay.


Pela proposta, as empresas que preencherem com regularidade as cotas poderão requerer ao Poder Executivo a certificação, com o selo correspondente, que poderá ser utilizado em documentos de comunicação institucional, produtos, correspondências e peças publicitárias.


Tramitação

O projeto tramita em caráter conclusivo e ainda será analisado pelas comissões de Trabalho, de Administração e Serviço Público; e Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ).

Fonte: Agência Câmara

Ministro do Trabalho espera criação de 2,5 milhões de empregos formais até o fim do ano

 Deputados elogiaram recriação do ministério, que havia sido transformado em secretaria do Ministério da Economia no início do governo Bolsonaro


O ministro Onyx Lorenzoni afirmou em audiência pública da Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados nesta terça-feira (14) que o foco do combate ao desemprego serão os jovens, e que a expectativa é criar, até o final deste ano, 2,5 milhões de postos formais de trabalho. Outro desafio é diminuir a fila de espera pela concessão de benefícios da Previdência Social, que hoje chega a 1,8 milhão de pessoas.


Lorenzoni, que estava na Secretaria-Geral da Presidência, tomou posse como ministro do Trabalho e Previdência Social em 3 de agosto, logo após a Pasta ter sido desmembrada do Ministério da Economia.


Deputados da base do governo e da oposição elogiaram a recriação do ministério, e o presidente da Comissão de Trabalho da Câmara, deputado Afonso Motta (PDT-RS), apontou a preocupação com os 14 milhões de desempregados, situação agravada pela pandemia de Covid-19.


O ministro Onyx Lorenzoni criticou o lockdown imposto pela crise sanitária, que teve consequências econômicas, e chamou de “catastrofismo” as projeções feitas sobre o aumento dos índices de desemprego em decorrência da pandemia.


Ele lamentou que o Congresso não tenha aprovado a Medida Provisória 1045/21, que criou um novo programa emergencial de manutenção do emprego e da renda. E disse que quem mais “paga a conta” do desemprego é a população entre 18 e 29 anos, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT).


“Os jovens que começam a procurar emprego ao longo de crises econômicas têm a pior história laboral, têm a menor remuneração, têm o menor número de oportunidades ao longo da sua vida. Esses dados são de estudos internacionais comandados pela OIT”.


Informalidade

O ministro foi questionado pelo deputado Vicentinho (PT-SP) sobre ações efetivas para reduzir a informalidade. “Qual a proposta do ministério para formalizar as pessoas que tentam sobreviver por conta própria, se esse contingente aumenta significativamente pela falta de emprego, mas a maioria nesse grupo não tem CNPJ?”, indagou o deputado.


O ministro Onyx Lorenzoni defendeu a adequação das leis às novas modalidades de trabalho, como o home office e o trabalho intermitente. Ele comparou o caminho até o trabalho formal a uma espécie de rampa: na base estão os programas de renda e, conforme se avança, surgem alternativas como o serviço voluntário e o trabalho incentivado.


“A CLT não atende às necessidades hoje das regiões Norte e Nordeste do Brasil, atende de maneira relativa ao Centro-Oeste e parte do Sudeste. Ela estaria adequada hoje, pelo perfil econômico, para atender o Sul e parte do Sudeste apenas”, afirmou.


Previdência

O novo ministro informou que a Previdência Social perdeu cerca de 10 mil funcionários nos últimos dois anos, mas que algumas providências estão sendo tomadas para acelerar a análise dos processos de concessão de benefícios.


“Com a ampliação da capacidade de análise em mais 500 mil processos mensais, a gente vai caminhar celeremente para ver se, no início do ano que vem, a gente já consegue ter uma fila, senão completamente zerada, civilizada”, prometeu.


O deputado Carlos Veras (PT-PE) sugeriu a realização de mutirões para diminuir a espera da população. “Temos um problema na perícia, nos auxílios doença. Não é a regra, nós entendemos isso, mas há casos de beneficiários que estão passando mais de seis meses pra poder fazer a perícia médica. O auxílio doença é imediato: você passa 15 dias, 30 dias sem receber esse recurso, você vai ter que voltar a trabalhar doente, porque você não tem outra alternativa”, lamentou.


Deputados de oposição também cobraram do ministro Onyx Lorenzoni uma política para o salário mínimo e a fiscalização de trabalho análogo à escravidão.

Fonte: Agência Câmara

Servidores protestam em Brasília

 Servidores públicos de todo o País, liderados por suas entidades sindicais, realizam grande manifestação nesta semana em Brasília (DF). O ato começa terça (14) e se estende até quinta (16). O objetivo da ação é alertar ao Congresso Nacional sobre os perigos da PEC 32 – reforma administrativa.


A ideia da ocupação durante três dias vem da expectativa de análise da Proposta pela Comissão Especial da Câmara dos Deputados, que será feita entre os dias 14 e 16. Servidores ressaltam que, caso seja aprovada essa reforma, os prejuízos serão não apenas do funcionalismo, mas de toda a população.


Segundo Sérgio Ronaldo da Silva, secretário-geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef-CUT), a pressão tem sido efetiva e, a partir disso, alguns parlamentares já mudaram seu voto.


“O fruto dessa Comissão é que vai pautar o debate no Plenário da Câmara, por isso, é uma questão de honra conseguir uma avaliação contra a PEC. A pressão, portanto, é fundamental pra conseguirmos barrar”, afirma o sindicalista.


Para o coordenador do Movimento Basta! e presidente da Conacate, Antonio Carlos Fernandes Lima Júnior, os Servidores têm ganhado apoio de trabalhadores do setor privado nesta luta e a mobilização contra a reforma administrativa avança. “Estão mais conscientes da agressividade dessa PEC, que tem vícios terríveis e faria o Congresso Nacional cometer uma insanidade”, avalia.

 

Ocupação – A pressão do funcionalismo se inicia hoje logo pela manhã. Já no aeroporto da Capital, haverá pressão sobre os parlamentares que se encaminham ao Congresso para os trabalhos da semana. Além disso, será feita panfletagem à população alertando sobre os riscos da reforma administrativa.


Na parte da tarde, a partir das 14 horas, haverá concentração no Espaço do Servidor, na Esplanada dos Ministérios. De lá, os trabalhadores seguem em carreata até à Câmara. Na quarta e na quinta, o dia está reservado para que os Servidores visitem gabinetes de parlamentares para dialogar a fim de que não seja aprovada a PEC 32.


Força – Presidente da Força Sindical, Miguel Torres está em Brasília para somar ao movimento. O dirigente afirma: “É uma luta muito importante. Vamos tentar impedir a votação da reforma administrativa, que vai precarizar o serviço público no País. E quem vai sofrer é a imensa maioria da população, que, sem esse serviço, vai sofrer e muito. Somos contra”, conclui Miguel.


Mais – Páginas da Condsef, Movimento Basta!, Conacate e Força Sindical.

Fonte: Agência Sindical

Presidenta do TST diz que empresas podem demitir quem recusar a vacina

 A presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Maria Cristina Peduzzi, afirmou no UOL Entrevista que trabalhadores e trabalhadoras que se recusarem a tomar a vacina contra a Covid-19 podem ser demitidos, inclusive com justa causa.


A ministra arguentou que não se imunizar mesmo tendo a vacina pode comprometer o bem-estar coletivo, que é mais importante do que o direito individual de escolher tomar ou não a vacina.


Assista a entrevista da ministra aos jornalistas Fabíola Cidral, Carla Araújo e o Filipe Andretta.


"O direito da coletividade se sobrepõe ao direito individual e se um empregado se recusa à vacinação, ele vai comprometer o meio ambiente de trabalho que necessariamente deve ser promovido, por meio do empregador, da forma mais saudável possível, por isso que há uma justificativa que tem embasado decisões nesse sentido", disse a presidente do TST.


A ministra fez uma ressalva. A empresa não pode demitir o trabalhador que não se vacinou por algum problema de saúde. Nesses casos, a empresa deve demitir e deve permitir o trabalho remoto, disse.

Fonte: Mundo Sindical

Rachadinha configura enriquecimento ilícito, decide TSE

 O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu por unanimidade que a prática de "rachadinha" - apropriação de parte do salário de servidores pelos políticos que os nomearam - configura enriquecimento ilícito e dano ao patrimônio público. Com a decisão, Maria Helena Pereira Fontes (PSL), candidata a vereadora do município de São Paulo (SP) em 2020, teve o registro de candidatura cassado e foi condenada à inelegibilidade por oito anos. O relator do processo foi o ministro Alexandre de Moraes.


Maria Helena foi processada pelo Ministério Público Eleitoral (MPE) por praticar "rachadinha" desde janeiro de 1997, obrigando funcionários comissionados a devolver para ela parte da remuneração que recebiam, sob pena de exoneração. Segundo o MPE, coma prática ilegal, Maria Helena acumulou R$ 146, 3 mil em patrimônio.


O julgamento da ex-vereadora teve início no dia 8 de abril deste ano. Durante a análise do caso, ela foi interrompida por pedido de vista do Ministro Luis Felipe Salomão. Ele apresentou o voto no plenário virtual do TSE. Os ministros acompanharam o entendimento do relator, Alexandre de Moraes sobre o caso. Para o magistrado, a ação de Maria Helena configura-se em ato doloso de improbidade administrativa, com enriquecimento ilícito e dano ao patrimônio do município de São Paulo.


O crime de rachadinhas ganhou visibilidade após o filho do presidente Jair Bolsonaro, senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), ser denunciado por praticar o ato enquanto ocupava uma cadeira na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Nesta segunda-feira (13), o Supremo Tribunal Federal (STF) adiou o julgamento do foro privilegiado do parlamentar na investigação sobre os casos de rachadinha pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. A decisão de retirada de pauta foi do Ministro Nunes Marques, indicado por Bolsonaro para ocupar uma cadeira na Corte. Ainda não há uma nova data para o julgamento.

Fonte: Congresso em Foco

Marcio Bittar vai relatar privatização dos Correios, ele quer 2 audiências para debater projeto no Senado

 O senador Marcio Bittar (MDB-AC) é o relator do PL (Projeto de Lei) 591/21, do Poder Executivo, que permite a privatização dos Correios. O anúncio foi feito nesta terça-feira (14) pelo presidente da CAE (Comissão de Assuntos Econômicos), senador Otto Alencar (PSD-BA). Bittar é alinhadíssimo ao governo.


Bittar disse que deve apresentar na próxima semana plano de trabalho para a discussão da matéria. Ele prevê a promoção de 2 audiências públicas com debatedores contra e a favor do projeto.


“Vamos tentar fazer na mesma semana para ouvir as 2 versões básicas sobre o assunto. Ele [o projeto] prevê a possibilidade de concessão de uma parte do serviço essencial, que a Constituição garante que tem que ser monopólio da União, e, de outra parte, a privatização do que pode ser feito. O juízo de valor sobre o mérito não é agora”, comentou.


Novo relator

O PL 591/21 foi aprovado pela Câmara dos Deputados em agosto. O texto foi inicialmente distribuído para a relatoria do senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR), mas ele devolveu o projeto para a designação de novo relator.


A matéria apresentada pelo Poder Executivo autoriza a União a vender a ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) para a iniciativa privada. Por 18 meses após a privatização, os atuais empregados só podem ser demitidos por justa causa. Mas podem aderir a PDV (plano de demissão voluntária) em até 180 dias.


Conteúdo do projeto

O projeto aprovado pela Câmara autoriza a exploração pela iniciativa privada de todos os serviços postais. A proposta estabelece condições para a desestatização da ECT e remete a regulação do setor à Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações).


O texto fixa ainda condições para a desestatização da empresa, como a prestação dos serviços com abrangência nacional, contrato de concessão com modicidade de tarifas para os serviços postais universais e mudança do nome para Correios do Brasil.


No Senado, tramita sugestão popular que pede que os Correios sejam retirados do programa de desestatização.

Fonte: Diap

terça-feira, 14 de setembro de 2021

Redução da jornada de trabalho: um debate necessário

 Apesar dos avanços tecnológicos uma parte expressiva da classe trabalhadora mundial ainda cumpre jornadas superiores a 48 horas semanais, enquanto outra proporção se encontra em condições de subemprego, trata-se de jornadas insuficientes que não asseguram sequer a própria sobrevivência.


por Marilane Oliveira Teixeira


É inegável a relevância do debate sobre a jornada de trabalho para a organização da vida social uma vez que a distribuição do tempo é um dos problemas centrais de todas as sociedades.


Os tempos são recorrentemente transformados pelas mudanças econômicas, sociais e culturais, mas tais mudanças não se processam unicamente na esfera produtiva com o controle da extensão, distribuição e intensidade da jornada relativa ao trabalho remunerado, mas na forma como o trabalho reprodutivo está organizado e como mulheres e homens distribuem o seu tempo entre essas duas dimensões de forma articulada entre si.


Apesar da grande capacidade do capitalismo em transformar as condições de trabalho, ele não foi capaz de eliminar a necessidade de um tempo necessário para a reprodução social de mulheres e homens.


A primeira norma internacional que trata da jornada de trabalho é de 1919, mas foi em 1935 que a OIT recomendou a adoção da jornada de 40 horas semanais como um padrão social a ser alcançado, naquele momento o mundo vivia as adversidades da segunda guerra mundial e a taxa de desemprego estava em alta, passados mais de 75 anos apenas 15 países a ratificaram.


Atualmente se discute a semana de quatro dias em várias partes do mundo, contudo, na maioria dos países da América Latina os dados mostram que as horas trabalhadas em atividades remuneradas sofreram pouco ou nenhuma alteração nas últimas décadas e as mudanças tem avançado em outra direção: jornadas mais diversificadas, descentralizadas e individualizadas.


A característica comum a estas novas modalidades que se intensificam na era neoliberal é a corrosão de formas de emprego institucionalizadas próprias da organização da produção industrial em que se distinguia claramente local de trabalho e casa, tempo de trabalho e tempo livre, trabalho remunerado e trabalho não remunerado. A erosão de tais fronteiras é um processo fundamentalmente facilitado pelas novas tecnologias de informação e comunicação e pelas políticas neoliberais que colocam a discussão sobre o tempo social em um outro patamar uma vez que a disputa sobre o uso do tempo é um dos principais embates da classe trabalhadora neste último século.


Apesar dos avanços tecnológicos uma parte expressiva da classe trabalhadora mundial ainda cumpre jornadas superiores a 48 horas semanais, enquanto outra proporção se encontra em condições de subemprego, trata-se de jornadas insuficientes que não asseguram sequer a própria sobrevivência.


Por outro lado, o declino do trabalho na indústria e a expansão da participação relativa da ocupação no setor de serviços segue como uma tendência desde primeira revolução industrial e dadas as características deste segmento que combina diferentes arranjos sobre o uso do tempo, o debate mais geral na sociedade sobre a redução da jornada de trabalho também se complexifica. Em vários países da América Latina a redução da jornada de trabalho ganhou centralidade na agenda política e sindical nos anos de 1980 sendo progressivamente esvaziado pela despadronização da jornada de trabalho em vários setores econômicos e pela ampliação de contratações atípicas como pessoas jurídicas, autônomos, trabalho por conta própria, dentre outras.


Além disso, os desdobramentos da revolução tecnológica têm potencial para substituir uma parcela significativa da força de trabalho, conforme indicam estudos da OIT. Embora a discussão sobre possibilidades de os empregos serem automatizados esteja mais presente nos países desenvolvidos, os seus efeitos evidentemente podem alcançar o conjunto das economias uma vez que as cadeias globais de valor estão em mãos de poucas empresas.


Evidentemente que são considerados vários aspectos na definição ou não pela automação, trata-se de considerações de caráter técnico, mas também econômico, como os custos da força de trabalho, investimentos em tecnologia e países com custos de mão de obra baixos a possibilidade de transferir processos manuais para robôs é reduzida.

 

A redução da jornada de trabalho nos parece a resposta mais adequada diante de uma sociedade que tende a absorver cada vez menos trabalho vivo. As tecnologias sempre eliminaram empregos absorvidos pelos novos investimentos, atualmente as novas fronteiras de investimentos já não mobilizam a capacidade produtiva na intensidade em que precisa gerar trabalho, além de dissolver padrões de trabalho tradicionalmente associados as ocupações. Reduzir o tempo de trabalho necessário é a única forma de enfrentar os problemas estruturais do trabalho no capitalismo.


Quando se analisa a potencialidade do debate sobre a redução da jornada de trabalho é fundamental que se considere os seguintes aspectos: as tendências de flexibilização estão presentes desde os anos de 1970 e com mais vigor em nossos países a partir dos anos de 1980 e 1990 e são respostas ao processo cada vez mais intenso de integração de nossas economias a uma lógica de inserção internacional e construção de um determinado padrão de relações de trabalho baseado na competitividade espúria em que busca obter vantagens comparativas com base na redução dos custos do trabalho, na flexibilização e na retirada de direitos. A informalidade no Brasil responde por mais de 50% das ocupações.


O segundo aspecto é apresentar uma saída para o problema estrutural de falta de trabalho. Dadas as inovações tecnológicas poupadoras de trabalho, o simples crescimento econômico – apesar de ser uma condição necessária – não é suficiente para gerar postos de trabalhos decentes a toda força de trabalho disponível. É crucial garantir trabalho a todas as pessoas e que estes trabalhos sejam reconhecidos como relevantes socialmente para o coletivo da comunidade e não fiquem restritos ao circuito de acumulação capitalista.


Portanto, é fundamental recolocar a centralidade da redução da jornada de trabalho como forma de gerar e distribuir empregos para todas as pessoas. Os avanços tecnológicos permitem tecnicamente reduzir a jornada de trabalho e, como sempre ocorreu na história do capitalismo, a questão é política e ideológica. A defesa da redução da jornada poderia estar associada ao debate mais geral sobre a distribuição do tempo entre o trabalho e não-trabalho e na própria distribuição das responsabilidades familiares por todos os seus membros.


Portanto, trata-se de um debate político e deve ser abordado como uma estratégia para resolver os graves problemas de emprego, uma resposta política ao problema da pobreza, da desigualdade e da precariedade que afeta a maioria da classe trabalhadora. Ampliar o tempo livre para que as pessoas podem ter uma vida digna e com qualidade.


*A autora é economista, doutora em desenvolvimento econômico e social, pesquisadora e assessora sindical.

Fonte: Radio Peão Brasil

Emprego informal representa 70% dos novos empregos na América Latina

 Mulheres, jovens e trabalhadores com menos habilidade são os mais afetados


A Organização Internacional do Trabalho (OIT) revela que o trabalho informal representa 70% dos empregos criados desde o segundo semestre de 2020 em vários países da América Latina. No Brasil, por exemplo, a taxa é de 68%.


Segundo a agência da ONU, o desemprego e a queda da participação na força de trabalho persistem devido aos impactos da pandemia de Covid-19 na economia. A OIT pede mais ação para combater a crise e a criação de postos de trabalho de melhor qualidade.


Qualidade baixa

A recuperação econômica na região não é suficiente para trazer de volta os postos de emprego perdidos durante a pandemia. Com isso, o mercado de trabalho está marcado por uma alta taxa de desemprego e por uma forte prevalência do trabalho informal.


O diretor da OIT para América Latina e Caribe, Vinícius Pinheiro, declarou que a região não está criando empregos “com a qualidade e a quantidade” necessárias. Pinheiro avalia que a situação é “complexa, com desafios de grande magnitude.”


O representante lembra que os postos de trabalho informais geralmente “são instáveis, com salários baixos e sem direitos ou proteção social.” Vinícios Pinheiro destaca que a ligação entre emprego informal e desigualdades ficou ainda mais evidente.


Mulheres afetadas de forma desproporcional

A análise da agência da ONU revela ainda que medidas para combater a crise de saúde tiveram um forte impacto na renda das pessoas que já trabalhavam de forma informal. Os que ficaram sem trabalho não tiveram acesso à proteção social nem a possibilidade de realizar as funções de forma remota.


Segundo a OIT, ainda é preciso recuperar cerca de 30% dos empregos que foram perdidos desde o início da pandemia. Mulheres, jovens e pessoas com poucas habilidades profissionais foram afetados de forma desproporcional.


A agência explica que há mais de 15 anos, não se registrava na América Latina uma taxa tão baixa de participação econômica das mulheres.

Fonte: ONU News

Comissão debaterá propostas que alteram a Lei do FGTS

 A Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados realiza audiência pública nesta sexta-feira (17) para discutir propostas de mudanças na Lei 8.036/90, que regulamenta o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).


O debate atende a pedido do deputado Paulo Ramos (PDT-RJ). "Dos mais de 130 projetos, acima de 90% são inviáveis e colocam a estabilidade e sustentabilidade do Fundo de Garantia em risco", diz o deputado.


Para ele, é importante discutir como ficarão os investimentos sociais do FGTS em habitação popular, saneamento básico e infraestrutura urbana. "Anualmente, o Fundo de Garantia investe em média R$ 100 bilhões nessas áreas, além de injetar na economia mais de R$ 120 bilhões em saques, e ainda é responsável pela manutenção de mais de 4,5 milhões de empregos diretos no Brasil, e milhares de empresas que dependem desse fundo para existir", ressalta Ramos. "Temos que ter noção dos limites dessa poupança, ou seja, o FGTS não é um saco sem fundo", conclui.


Convidados

Foram convidados para discutir o assunto:

- o diretor do Departamento de FGTS no Ministério da Economia, Gustavo Alves Tillmann;

- o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães;

- o presidente da Central Sindical União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah;

- o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade;

- o presidente do Instituto Fundo de Garantia do Trabalhador, Mario Avelinio.


A audiência será interativa e está marcada para as 9h30, no plenário 12. Os interessados poderão enviar perguntas, críticas e sugestões por meio do portal e-Democracia.

Fonte: Agência Câmara

Combate ao desemprego exige políticas efetivas, sem MPs, ‘jabutis’ e artimanhas

 Para Clemente Ganz Lúcio, assessor do Fórum das Centrais, governo Bolsonaro erra ao precarizar ainda mais a legislação trabalhista como forma de criar empregos


Diante do avanço persistente do desemprego, que ficou 14,1% no segundo trimestre de 2021, de acordo com o IBGE, faltam políticas públicas efetivas que estimulem a criação de postos de trabalho. Por outro lado, o trabalho informal corresponde a 40,6% do total de ocupados. Ainda assim, a aposta do governo Bolsonaro tem sido aprofundar a flexibilização da legislação trabalhista. Trata-se da mesma estratégia que vem sendo adotada desde a “reforma” trabalhista de 2017, que não registrou os resultados esperados.


Mais recentemente, o cenário de ataques aos trabalhadores se agravou, não apenas no conteúdo, mas também na forma. No mais recente episódio, foram incluídos na Medida Provisória (MP) 1.045 dispositivos que criavam regimes de contratação sem nenhum direito. A medida acabou sendo rejeitada pelo Senado na semana passada.


Para o assessor do Fórum das Centrais Sindicais, ex-diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, trata-se de um desvirtuamento da função das MPs. Com validade imediata, esse dispositivo legislativo deve ser usado para temas urgentes e relevantes, que demandam atuação célere do Executivo. Contudo, o atual governo vem utilizando tal expediente como se fosse uma espécie de “decreto”.


“Não quer dizer que não sejam necessários programas e medidas legislativas para enfrentar o grave problema do desemprego. Mas isso exige programas que deem às pessoas ocupação com qualidade, geração de emprego e renda, com políticas que enfrentem o problema de forma decente”, disse Clemente em entrevista a Glauco Faria, para o Jornal Brasil Atual, nesta sexta-feira (10).


Jabutis

Além de desrespeitar os princípios da urgência e relevância, o governo também tem se servido conteúdos estranhos, os chamados “jabutis”, inseridos nos textos da MPs. Ambas estratégias já foram consideradas inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal (STF). “O governo manda a MP com um determinado assunto – por exemplo, foi assim na do programa de redução de jornadas e salários, onde havia um objetivo muito claro e imediato, que era criar uma política de proteção aos empregos. Entretanto, durante sua tramitação no Congresso Nacional, a base do governo acabou incluindo uma série de mudanças trabalhistas que não tinham nada a ver com o tema original”, explicou Clemente.


Aposta errada contra o desemprego

Além das deturpações no processo legislativo, Clemente aponta a exaustão dessa fórmula baseada na precarização dos empregos. A crença é que, com quase nenhum direito, mais pontos de trabalho seriam criados, colaborando para o crescimento da economia e combate ao desemprego. No mundo real, as coisas funcionam de forma distinta, segundo o analista. Não se trata apenas de reduzir o custo da mão de obra. Acabam, até mesmo, tendo efeitos inversos daqueles pretendidos.


“Não é a flexibilização, arrocho ou retirada de direitos que vai gerar emprego. Pelo contrário. Quando se percebe que há queda na renda, na massa salarial, inviabilizando um determinado padrão de consumo, as empresas deixam de investir. Sem investir, não aumentam a produção. Portanto, não há crescimento do emprego, nem a possibilidade das empresas terem melhores resultados e, assim, pagarem maiores salários”.

Fonte: Rede Brasil Atual

Em julho, indústria recua em sete dos 15 locais pesquisados

 Amazonas teve queda de 14,4%, diz pesquisa do IBGE


A produção industrial brasileira apresentou queda em sete dos 15 locais analisados pela Pesquisa Industrial Mensal (PIM Regional), na passagem de junho para julho. O Amazonas teve o maior recuo: -14,4%. A retração em São Paulo (-2,9%) foi a segunda maior, mas a primeira em influência no resultado, por conta do peso da indústria paulista na produção nacional. Os resultados foram divulgados nesta quinta-feira (9), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).


A produção industrial nacional caiu 1,3%, como divulgado pelo IBGE na semana passada.


Para o analista da pesquisa, Bernardo Almeida, o mês de julho demonstra, em primeiro plano, o retrato da indústria regional que já era visto antes da pandemia. “Com o avanço da vacinação e uma maior circulação de pessoas, a indústria começa a mostrar sua realidade pré-pandemia, mas com condições que se acentuaram, como o desemprego e a inflação”, afirmou, em nota.


Cenário econômico

Citando os últimos resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua e do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o pesquisador acrescentou que “o resultado da indústria regional reflete o momento econômico demonstrado pelas demais pesquisas do IBGE”.


Depois de quatro taxas positivas, a queda no Amazonas, em julho, eliminou parte do crescimento de 18,6% acumulado entre março e junho. “Dois setores muito influentes no estado tiveram baixo desempenho: bebidas e o de outros equipamentos de transporte”, explicou Almeida.


Principal influência negativa e local com a segunda maior queda absoluta, São Paulo registrou a segunda taxa negativa seguida, acumulando em dois meses uma perda de 3,7%. “Essa queda de julho se refere muito ao setor de veículos, o que mais se destacou negativamente, e, como já se sabe, um dos maiores da indústria paulista”, disse o analista.


Pelo lado dos resultados positivos, a Bahia (6,7%) teve o maior crescimento na produção e foi a segunda maior influência positiva, impulsionada pelo setor de derivados do petróleo.


Nos últimos dois meses (junho-julho), a indústria baiana acumula ganho de 20,6%. A primeira influência foi do Paraná (3,3%), resultado puxado pelo setor de veículos e pelo de derivados do petróleo. Espírito Santo (3,7%), Região Nordeste (3,4%), Pernambuco (2,5%), Ceará (1,5%), Mato Grosso (1,1%) e Goiás (0,8%) registraram os demais resultados positivos regionais em julho.

Fonte: Agência Brasil

Dieese: cesta básica sobe em 13 das 17 capitais pesquisadas

 Cesta mais cara é a de Porto Alegre, que custa R$ 664,67


O custo médio da cesta básica em agosto teve alta em 13 das 17 capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O levantamento, divulgado quarta (8), mostra que os maiores aumentos foram em Campo Grande (3,48%), Belo Horizonte (2,45%) e Brasília (2,10%).


As quedas nos preços foram registradas em Aracaju (-6,56%), Curitiba (-3,12%), Fortaleza (-1,88%) e João Pessoa (-0,28%).


A cesta mais cara é a de Porto Alegre que custa R$ 664,67 e teve alta de 1,18 % em agosto. A de Florianópolis é a segunda mais cara (R$ 659), com elevação de 0,7% no mês. A de São Paulo ficou em R$ 650,50, com variação de 1,56%.


A cesta básica mais barata é a de Aracaju, no valor de R$ 456,40, seguida pela de Salvador (R$ 485,44) e de João Pessoa (R$ 490,93).


Em Brasília, a cesta básica acumula alta de 34,13% em relação a agosto de 2020 e custa, hoje, R$ 594,59. Na comparação com agosto do ano passado, o conjunto básico de alimentos teve elevação nos preços em todas as capitais pesquisadas.


Nos primeiros oito meses de 2021, a cesta básica teve aumento de 11,12% em Curitiba, o maior no período, com valor atual de R$ 600,47.


Produtos

Entre os produtos que ajudaram a puxar a alta no custo, está o café em pó que subiu em todas as capitais. A elevação chegou a 24,78% em Vitória. O açúcar teve alta em 16 capitais, com aumentos que ficaram em 10,54% em Florianópolis e 9,03% em Curitiba.


O litro do leite integral subiu em 14 capitais pesquisadas, com alta de 5,7% em Aracaju e de 2,41% em João Pessoa.

Fonte: Agência Brasil

Puxada pelos combustíveis, inflação oficial fecha agosto em 0,87%

 A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou agosto com alta de 0,87%, a maior inflação para o mês desde o ano 2000. Com isso, o indicador acumula altas de 5,67% no ano e de 9,68% nos últimos 12 meses, o maior acumulado desde fevereiro de 2016, quando o índice alcançou 10,36%. Em agosto do ano passado, a variação foi de 0,24%. Os dados foram divulgado nesta quinta (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).


Entre os nove grupos e serviços pesquisados pelo instituto, oito subiram em agosto, com destaque para os transportes, com alta de 1,46%, puxado pelos combustíveis. A gasolina subiu 2,80% o etanol 4,50%, gás veicular 2,06% e óleo diesel 1,79%.


Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) teve alta de 0,88% em agosto, 0,14 ponto percentual abaixo do resultado de julho, quando a alta foi de 1,02%. No ano, o indicador acumula elevação de 5,94% e em 12 meses chega a 10,42%, acima dos 9,85% observados nos 12 meses anteriores. Em agosto do ano passado, a taxa variou 0,36%.


Para o INPC, a principal influência foram dos produtos alimentícios, que subiram 1,29% em agosto, acima de 0,66% observado em julho. Os produtos não alimentícios desacelararam e tiveram alta de 0,75% no mês, após variação positiva de 1,13% em julho.

Fonte: Agência Brasil

Dieese alerta: Mudanças na PEC 32 ignoram demandas dos trabalhadores

 Após a derrota da MP 1045 no Senado o movimento sindical defronta-se com um novo desafio urgente. A luta contra a Proposta de Emenda Constitucional 32, que traduz a reforma administrativa do governo Bolsonaro.


O propósito da iniciativa governamental é avançar na privatização do setor e dos serviços públicos, o que inclui destruir direitos conquistados pelos trabalhadores e trabalhadoras do setor, a começar pela estabilidade.


O parecer do deputado Arthur Oliveira Maia (DEM/BA), relator da PEC na Comissão Especial que trata do tema na Câmara dos Deputados, fez uma série de alterações no texto original da propositura, mas não alterou sua essência neoliberal.


As mudanças englobam os dispositivos relacionados aos vínculos de contratação, à gestão e avaliação de desempenho, estabilidade dos servidores e outros tópicos, inclusive alheios à reforma administrativa. Em geral, conforme análise feita pelo Dieese, as alterações não envolvem o núcleo e o sentido da reforma em relação ao texto original apresentado pelo Executivo.


As modificações não contemplaram as críticas feitas pela sociedade e pelo movimento sindical, durante audiências públicas, e o documento mantém os principais pontos da proposta original.


Entre outras coisas, o parecer do relator enfatiza os contratos por tempo determinado e piora as condições para esse tipo de contrato. Primeiramente, as normas gerais que determinarão as formas de seleção, os direitos, os deveres, as vedações e a duração máxima do contrato serão definidas, de forma privativa, pela União, o que representa quebra da autonomia dos entes subnacionais.


Uma lei ordinária estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender à necessidade temporária. Enquanto essa lei não for editada, a definição dada no texto substitutivo é de que a contratação de pessoal por tempo determinado será feita de acordo com o regramento existente nos entes a respeito da questão, sendo facultada a eles a utilização do regramento federal de forma subsidiária.


O trabalhador contratado como temporário será privados de uma série de direitos aos quais os trabalhadores urbanos e rurais hoje fazem jus. O parecer do relator também ataca o direito de greve do servidor.


Conheça mais detalhes da análise do Dieese acessando a íntegra da Síntese Especial sobre a PEC 32 aqui.

Fonte: Mundo Sindical

TST mantém indenização a empregada que teve carteira de trabalho extraviada

 Com o entendimento de que o mandado de segurança não é o meio processual adequado para a situação, a Subseção II Especializada em Dissídios Individuais (SDI-2) do Tribunal Superior do Trabalho rejeitou o recurso de uma microempresária de Brasília que foi condenada a indenizar uma funcionária pelo extravio de sua carteira de trabalho (CTPS).


Na reclamação trabalhista ajuizada pela trabalhadora, foi firmado acordo para o pagamento de R$ 3 mil a título de quitação dos valores pleiteados. A carteira de trabalho foi entregue à empregadora, proprietária de uma franquia da rede Bubblekill, para que fosse registrada a baixa e devolvida à secretaria da vara do Trabalho para ser retirada pela empregada.


Contudo, a microempresária informou o extravio do documento. Sem carteira assinada e com dificuldades de conseguir novo emprego, a profissional entendeu que deveria ser indenizada e o juízo fixou a indenização em R$ 2,5 mil, "em razão do descuido para com a guarda de documento alheio tão importante".


A microempresária, então, impetrou mandado de segurança com o argumento de que o acordo homologado em juízo faria coisa julgada e, portanto, não poderia ser alterado posteriormente, com a inclusão da indenização. O processo, no entanto, foi extinto pelo TRT.


O relator do recurso da empresária, ministro Agra Belmonte, ressaltou que o mandado de segurança é cabível somente nas hipóteses em que o impetrante está prestes a sofrer prejuízos irreparáveis, desde que não exista recurso próprio com fim específico. Esse entendimento só é superado quando a situação, por sua anormalidade, justificar a atuação imediata em favor do jurisdicionado, o que não é o caso. E, embora a indenização seja uma imposição condenatória não prevista na sentença de homologação do acordo, esse obstáculo processual é intransponível.


Segundo o ministro, a empresária deveria ter primeiro interposto agravo de instrumento contra a decisão monocrática que estabeleceu a indenização, mas preferiu interpor agravo de petição (recurso típico da fase de execução). "Com isso, restou cristalizada a coisa julgada no processo principal, impossibilitando seu questionamento por meio de mandado de segurança", afirmou o relator. A decisão foi unânime. Com informações da assessoria de imprensa do TST.

Clique aqui para ler o acórdão

ROT 370-77.2020.5.10.0000

Fonte: Consultor Jurídico

Centrais propõem “debate sobre políticas de geração, proteção e recuperação de empregos e de renda”

 Ainda sob as comemorações pela derrota imposta ao governo pelo Senado, ao rejeitar a MP 1.045/21 na quarta-feira (1º), as centrais sindicais editaram nota sobre a importante vitória dessa batalha contra a precarização do trabalho que a MP aprovada pelos deputados impunha aos trabalhadores.


Em nota, as centrais propõem, “desde já, que se abra um debate sobre políticas de geração, proteção e recuperação de empregos e de renda, de economia solidária e popular, de concessão de crédito e valorização de micro e pequenas empresas.”


“A derrota desta nefasta artimanha do governo resulta da organização das entidades sindicais, da unidade das centrais sindicais, da persistência dos sindicatos, federações, confederações, que não pouparam esforços em buscar um diálogo com o Senado e expor rapidamente os prejuízos sociais e econômicos contemplados na medida”, consta na nota divulgada nesta quinta-feira (2) pelas entidades.


A derrota da MP, “Resulta [, portanto,] do compromisso do Senado Federal, como Casa revisora, com a sociedade, evitando uma nova onda de retirada de direitos dos trabalhadores.”


EIS A ÍNTREGRA DA NOTA DAS CENTRAIS SINDICAIS

Fonte: Diap

Senado derruba resolução que limitava contribuição de estatais a planos de saúde

 Resolução sobre os planos de saúde que foi suspensa feria direitos adquiridos dos empregados das estatais, que estariam assegurados em negociações coletivas e em estatutos


Em sessão nesta quarta-feira (1º), o plenário do Senado aprovou o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) 342/2021, que suspende os efeitos da Resolução 23, de 2018, do antigo Ministério do Planejamento. Essa resolução trata das regras do custeio das empresas estatais federais sobre benefícios de assistência à saúde aos empregados — entre as várias medidas que estabelece está a limitação da contribuição das empresas estatais aos planos de saúde dos empregados que forem organizados sob a forma de autogestão. A aprovação do texto, que vai a promulgação, foi saudada por servidores de estatais que acompanharam a votação.


Segundo a autora do projeto, deputada federal Erika Kokay (PT-DF), a resolução — agora revogada — limita a contribuição das empresas estatais aos planos de saúde dos empregados que forem organizados sob a forma de autogestão. De acordo com ela, a resolução exorbita o poder regulamentar do Executivo por contrariar as regras da Lei dos Planos de Saúde (Lei 9.656, de 1998) e ferir direitos adquiridos dos empregados das estatais, que estariam assegurados em negociações coletivas e em estatutos. A deputada também argumenta que a resolução é inconstitucional por violar o direito à liberdade associativa.


Relator da matéria no Senado, Romário (PL-RJ) apresentou voto favorável ao projeto de Erika Kokay. O senador afirmou que a resolução é inconstitucional por restringir indevidamente o direito dos empregados à saúde e violar direitos adquiridos dos trabalhadores à manutenção das condições do contrato de trabalho.


“Apesar de declarar que estabelece diretrizes e parâmetros para o custeio das empresas estatais federais sobre benefícios de assistência à saúde aos empregados, na realidade [a resolução] restringe o direito à saúde dos empregados de empresas estatais. É que em várias dessas empresas públicas e sociedades de economia mista foi instituído plano de saúde para os empregados, na modalidade autogestão, com uma determinada participação financeira da empresa e dos empregados. Com a citada resolução, o que se tem é o empregador simplesmente declarando que contribuirá a menor para o citado plano, sem qualquer tipo de compensação, contrapartida ou mesmo transição”, disse Romário ao ler seu relatório.


O senador também argumentou que a resolução, por ter status normativo-hierárquico infralegal, não pode contrariar o que diz a lei.


“Ora, se a lei não exige esse requisito e, mais ainda, expressamente exclui essa exigência, jamais poderia uma resolução instituí-lo. Ao fazer isso, nitidamente exorbita do poder regulamentar, o que exige sua sustação pelo Congresso Nacional.”

Com informação da Agência Senado

Fonte: Rede Brasil Atual

Relator da PEC 32 amplia possibilidades de demissão de servidores públicos

 Para o diretor do Dieese Fausto Augusto Junior, versão apresentada pelo deputado Arthur Maia (DEM-BA) estimula privatizações e terceirizações dos serviços públicos com objetivo de reduzir o tamanho do Estado

 

O relator da reforma administrativa, deputado Arthur Maia (DEM-BA), decidiu manter a estabilidade para os servidores públicos. Contudo, no substitutivo apresentado nesta quarta-feira (1º) relativo à PEC 32, foram ampliadas as possibilidades de demissão dos servidores. Isso porque Maia incluiu a possibilidade de desligar servidores estáveis que ocupam cargos tidos como “obsoletos”. Além disso, a proposta também implementa um rito acelerado em casos de demissão por desempenho insuficiente e também traz regras para regulamentar o contrato temporário, reduzindo a probabilidade de realização de novos concursos.


De acordo com o diretor técnico do Dieese Fausto Augusto Junior, o texto do relator mantém o espírito da proposta apresentada pelo governo Bolsonaro, que é “terceirizar, privatizar e demitir” com o objetivo de reduzir o tamanho do Estado brasileiro.


“O principal é que foi mantido todo o art. 37 A, que se refere à relação entre o Estado e a iniciativa privada. Nele estão previstas condições de ampliação de concessões e privatizações dos serviços públicos, além da terceirização dos servidores”, disse Fausto, em entrevista a Glauco Faria, para o Jornal Brasil Atual, nesta quinta (2).


Segundo o diretor do Dieese, as garantias de estabilidade são “bastante relativas”. “Com a possibilidade de contratação temporária, significa que, na prática, vão ser inviabilizados muitos concursos que poderiam garantir efetivamente a estabilidade”, alertou. Ele destacou que são bastante amplos os conceitos que vão estabelecer se determinados cargos são “obsoletos” ou “desnecessários”, o que também deve estimular demissões.


Processos de avaliação na reforma administrativa

De acordo com a Constituição Federal, o servidor só poderá ser demitido por desempenho insuficiente após o processo administrativo tramitar em julgado (concluído em última instância). Mas se a versão de Maia para a reforma administrativa for aprovada, a demissão ocorreria logo após passar por decisão de um colegiado interno.


O relator ainda propõe avaliação de desempenho pelos próprios usuários em plataforma digital. “Ele poderá entrar no site para dar opinião sobre o serviço que está sendo prestado, seja pela professora do seu filho, pelo atendimento que teve quando foi tirar uma carteira de habilitação”, exemplificou Maia.


Para Fausto, esse tipo de mecanismo deturpa mecanismos de participação coletiva na gestão do Estado. Segundo ele, a Constituição prevê espaços coletivos para a participação da sociedade civil, por meio de fóruns e conselhos. A avaliação individual abriria brechas para a perseguição de servidores. Ele cita, por exemplo, o caso dos usuários do SUS que querem escolher os imunizantes para tomar, que poderiam avaliar mal o servidor responsável pela efetivação das políticas de imunização.

Fonte: Rede Brasil Atual

Bolsonaro tenta acabar com representação de trabalhadores nos conselhos de empresas públicas

 Coerção, processos e assédio da cúpula da Caixa contra representante dos trabalhadores são um dos exemplos que marcam a postura do governo frente às empresas públicas


Brasil Popular – Como se não bastasse o caos econômico em que o Brasil foi atirado desde 2016, com a situação piorada pelo governo Jair Bolsonaro, mais uma ação antidemocrática quer calar a voz dos trabalhadores, visto o que está ocorrendo na representação do Conselho de Administração da Caixa Econômica Federal. A conselheira, representante dos empregados, Maria Rita Serrano, que está no seu segundo mandato, eleita com mais de 80% dos votos no primeiro turno, enfrenta coerção, processos, intimidação e assédio da cúpula da Caixa.


Mas a perseguição política e as ameaças não param por aí. As ações se repetem em outros conselhos, como no Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES), em que o representante eleito teve de recorrer à Justiça para garantir sua posse. O Conselho Deliberativo da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal quer garantir a representação da conselheira Maria Rita Serrano e aprovou uma moção em apoio ao seu nome, no dia 20 de agosto.


No documento, destaca “a luta das entidades sindicais, associativas e dos trabalhadores contra a retirada de direitos”. Encaminharam ainda denúncias em diversos canais sindicais e também por meio de ações dos 27 presidentes das associações de pessoal da Caixa e nas representações sindicais.


A eleição de representantes dos empregados nos Conselhos de Administração de empresas públicas é garantida por lei desde 2010. Como explica o presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae), Sérgio Takemoto, em entrevista concedida ao Jornal Brasil Popular. Ele destaca que isso pode abrir caminho também para que seja encaminhada até mesmo a privatização da Caixa Econômica.


Ele ressalta a falta de transparência do governo Bolsonaro, que “não quer a participação da sociedade na administração e na gestão das empresas públicas”. Takemto reforça a luta histórica do movimento sindical e da sociedade organizada nesta representação.


“Nós entendemos que as empresas públicas são patrimônios da sociedade, então é importante que a sociedade tenha participação na gestão dessas empresas. Então a conquista da eleição de um representante dos empregados foi muito comemorada lá em 2010, por um decreto do presidente Lula que estabeleceu a eleição de representantes dos empregados nesses conselhos. Nossa reivindicação sempre foi que tivesse representação dos empregados e da sociedade também e agora esse governo tenta acabar com esses espaços. Importante ressaltar que a nossa representante no Conselho de Administração, Maria Rita Serrano, está no seu segundo mandato e neste segundo mandato ela foi eleita com mais de 80% dos votos no primeiro turno. Isto é um reconhecimento do trabalho que ela vem fazendo mais do que isso é a vontade dos trabalhadores de ter no Conselho de Administração uma pessoa que realmente represente os interesses dos trabalhadores e da sociedade”, declara.


E completa: “Defenda uma Caixa 100% pública, 100% atuante em favor da sociedade. E isso incomoda esse governo, incomoda a gestão da Caixa. Então é por isso que tentam de todas as formas calar essa voz, fazem perseguição, assédio, que infelizmente a gente não pode detalhar porque tem a questão do sigilo. Mas ela já está respondendo a uns processos, porque é uma forma de intimidar. Não só na Caixa mas em outros conselhos de administração”. A gente tem o exemplo do conselheiro eleito do BNDES que também foi eleito no primeiro turno com expressiva votação, que pra poder assumir teve de recorrer à Justiça e garantir o seu direito de tomar posse. Então ele ficou mais de seis meses para poder tomar posse e agora com a Rita tentam calar a voz dela de todas as formas”.


A conselheira Maria Rita Serrano também vai se reunir com representantes de conselheiros de outras empresas públicas para manter a mobilização.
Por decreto, no início de seu governo, Bolsonaro diminuiu de 700 para 50 o número de conselhos previstos pela Política Nacional de Participação Social (PNPS) e pelo Sistema Nacional de Participação Social (SNPS), criados no governo da presidenta Dilma Rousseff.

Fonte: Rede Brasil Atual