sexta-feira, 20 de julho de 2018

UGTpress: PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALAMOS DE COPA

QUANTO GANHARAM EM PUBLICIDADE: não, não se trata de jogador ou de clube, mas de países. A Copa do Mundo de Futebol é a mais espetacular vitrine de publicidade gratuita do planeta. Ali desfilam países e todos os meios falam das nações que estão lá participando. Só para citar um, qual o valor em dinheiro que teria de pagar a Croácia por todos os minutos de exposição que recebeu por ter disputado a final da Copa do Mundo? Incalculável! Seu turismo (que já é o dobro do Brasil), certamente, vai aumentar. Isso, sem discutir sobre o tamanho do país (56,538 km2 e 4,2 milhões de habitantes) e sobre a figura de sua presidente, Kolinda Grabar-Kitarovic, transformada numa personalidade global da noite para o dia. O Brasil, especialmente num momento em que está mal na foto mundial, em função de seus problemas de corrupção, desapareceu no final da competição e, de quebra, viu um dos seus jogadores ser transformado em chacota mundial (nesse primeiro momento, calcula-se que seu passe desvalorizou-se em cerca de 100 milhões de reais).

TITE PERDEU A MÃO: não bastasse o exibicionismo explícito e o servilismo conivente da imprensa esportiva brasileira, o treinador brasileiro, Adenor Leonardo Bacchi, perdeu a mão exatamente no momento supremo: não teve autoridade para limitar as extravagâncias de seu principal atleta e não teve personalidade para escalar os melhores que tinha em mãos. Comparação inevitável: o jogador Nicola Kalinic, croata que se recusou a entrar no final da partida contra a Nigéria, foi dispensado da delegação. E não foi só ele, mas também o auxiliar técnico Ognjen Vukojevic, em virtude de um vídeo polêmico. Na Croácia, sucesso dentro e fora do campo, houve autoridade e disciplina e, parece, isso faltou ao Brasil: Neymar, como dizem as redes “deitou e rolou”; Marcelo, inexplicavelmente apático, voltou nas quartas de final sem condições, enquanto o seu reserva esbanjava técnica e precisão; o meio campo de veteranos não produziu como nas eliminatórias; e o técnico belga deu aula de tática nos primeiros trinta minutos de jogo. Mas, essas opiniões técnicas não contam porque todos as temos e são naturalmente diferentes para cada brasileiro. Conta sim, a falta de organização e de comando.

CORRUPÇÃO: num país contaminado por uma corrupção endêmica, com casos envolvendo todos os setores da vida nacional e com inúmeros exemplos na área esportiva, não seria o futebol a ficar imune desta praga. As suspeitas recaem sobre as negociações de jogadores (valores declarados que não correspondem à verdade), convocações (influência de empresários e clubes) e até mesmo nas escalações (pálida dúvida sobre o goleiro titular, com relações pessoais com o técnico brasileiro, apesar de ele não poder ser acusado de nada, nem mesmo, talvez, de deficiência técnica). Na área fiscal, é possível suspeitar da existência de sonegação ou do não recolhimento de tributos ou contribuições sociais. Enfim, sobre corrupção, por maior que sejam os desatinos de quem fala, sempre há o risco de acertar.

FUTURO: a Confederação Brasileira de Futebol é mal administrada e suspeita-se de seus dirigentes. O atual e provisório, coronel Antônio Carlos Nunes, num caso em que ninguém mais fala, votou no Marrocos como sede da Copa, desrespeitando acordo anterior que o Brasil tinha com Canadá, Estados Unidos e México. O presidente a tomar posse é Rogério Caboclo, a quem caberá planejar a participação do Brasil nas eliminatórias e, se classificado, na futura Copa do Mundo do Futebol. Ninguém acredita que esse planejamento será tecnicamente superior ou suficientemente sério. O futebol continuará sendo a balbúrdia de sempre.

Por que o emprego não reage no Brasil?

Enquanto não houver uma revisão da forma de formalização do mercado de trabalho, o problema continua.
Essa reforma impede uma sustentação do emprego.

Por Marcio Pochmann*

Há uma mudança estrutural no mundo do trabalho basicamente puxada por dois fatores.

O primeiro é o processo de desindustrialização precoce pelo qual o Brasil vem passando, um movimento estrutural que começa nos anos 90 e que seguiu evoluindo.

O segundo é a mudança da organização da produção, com enxugamento de vagas internas, a terceirização e a externalização do processo produtivo. Sobre esse quadro, em 2015 vem uma recessão muito profunda, concentrada no setor secundário, industrial, e sobre o setor terciário, de serviços. Os dois setores que mais empregam.

O setor primário, que praticamente não sofreu com a recessão, é um setor em que o aumento da produção acontece sem aumento de emprego. Em 2017, o PIB cresceu 1% graças ao setor primário. Em 2017, a liberação de recursos como o FGTS ajudou de alguma maneira, mas isso não se manteve. A economia está sem frente de expansão.

Na verdade, não podemos dizer exatamente que saímos da recessão.

Segundo o IBGE, temos 27% da força de trabalho procurando trabalho. É a mais grave crise do trabalho no Brasil, pelo menos pós-1930. A cada três brasileiros, um está procurando trabalho. Algo dramático.

Por outro lado, sobre os dois terços que estão trabalhando há uma mudança na forma de contratação.

A reforma trabalhista institui um contrato que não garante um direito a renda mensal, o que estudiosos chamam de precarização do mercado de trabalho, aprofunda a instabilidade. Isso tira a previsibilidade da renda. Então é uma mudança estrutural sobre a qual vem uma recessão e depois a precarização.

Enquanto não houver uma revisão da forma de formalização do mercado de trabalho, o problema continua. A reforma impede uma sustentação do emprego.
Fonte: Facebook do autor

Nova Central e Contratuh discutem “reforma trabalhista” e suas consequências

Nesta terça-feira (17/07) a diretoria da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Turismo e Hospitalidade (Contratuh), acompanhados por José Calixto Ramos, presidente da Nova Central Sindical de Trabalhadores – NCST, reuniram-se no Centro Empresarial Brasília para discutirem os efeitos da reforma "trabalhista” vigente no Brasil.

“As consequências da dita reforma trabalhista refletirá na concentração de renda e redução do poder de compra dos trabalhadores”, disse o presidente da Contratuh, Moacyr Roberto Tesch. Segundo ele, é preciso implementar um projeto de desenvolvimento nacional que leve em conta as necessidades da população. O sindicalista alerta que a chamada reforma veio para permitir e facilitar um imenso processo de concentração de renda e empobrecimento dos trabalhadores, uma vez que cria diversas formas de flexibilizar contratos de trabalho e salários.

Já Calixto tratou dos prejuízos diretos que atingirão os trabalhadores e os futuros trabalhadores. Além de ressaltar sobre as consequências nefastas, principalmente para o país. “Será invertida a lógica do nosso sistema de relações do trabalho à medida que reduz a proteção institucional aos trabalhadores por parte do Estado e do Sindicato”.

Participaram da reunião, além do presidente da Contratuh e da Nova Central, Wilson Pereira, vice-presidente da Contratuh, Geraldo Gonçalves, secretário-geral da Contratuh e José Ramos Félix, tesoureiro geral da Contratuh.
Fonte: NCST

Pagamento da primeira parcela do 13º de aposentados começa em agosto

Aposentados e pensionistas começarão a receber, a partir de agosto, a antecipação da primeira parcela do 13º salário. De acordo com a Secretaria de Previdência, o depósito será realizado junto com a folha mensal de pagamentos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), entre os dias 27 de agosto e 10 de setembro, conforme a Tabela de Pagamentos de Benefícios 2018.

A estimativa é que essa antecipação chegue a R$ 20,6 bilhões nos meses de agosto e setembro. Cerca de 30 milhões de beneficiários terão direito à primeira parcela do abono anual, que corresponde a metade do valor do benefício. A exceção é para quem passou a receber o benefício depois de janeiro de 2018. Nesse caso, o valor será calculado proporcionalmente.

Não haverá desconto de Imposto de Renda nessa primeira parcela, que será cobrado apenas em novembro e dezembro, quando for paga a segunda parcela.

Tem direito ao 13º quem, durante o ano, recebeu benefício previdenciário de aposentadoria, pensão por morte, auxílio-doença, auxílio-acidente, auxílio-reclusão ou salário-maternidade. Aqueles que recebem benefícios assistenciais, como Benefício de Prestação Continuada e Renda Mensal Vitalícia, não têm direito ao abono anual.
Fonte: Agência Brasil

Em São Paulo, 'quadrilátero do desemprego' recebe milhares de currículos por dia

Quatro ruas na região da Lapa, zona oeste da capital paulista, concentram cerca de 20 agências de trabalho

Uma parcela das 13,2 milhões de pessoas que estão desempregadas no país, segundo os últimos dados do IBGE, pode ser vista circulando ao longo de quatro ruas localizadas no bairro da Lapa, na zona oeste da capital paulista. Isso porque as ruas Doze de Outubro, Afonso Sardinha, Antonio Raposo e João Pereira concentram cerca de 20 agências de empregos que oferecem diariamente novas vagas para quem busca uma reinserção no mercado de trabalho.

Com a crise, as agências que compõem o "quadrilátero do desemprego" ofertam vagas que, na sua maioria, se destinam a trabalhos temporários que registram uma média salarial em torno de R$ 1.000 a R$ 1.200. Embora exista demanda, o diretor de atendimento de uma dessas empresas, Eduardo Rodrigues, explica que parte dos empregadores não arca com os custos totais de transporte dos funcionários, o que impede muitas contratações de pessoas que moram longe do local do emprego. "Isso é algo que influencia e onera na contratação", afirma Rodrigues.

Aos 20 anos, Larissa Aparecida Dantas procura pelo primeiro emprego, algo ainda mais complicado em função da sua idade. De acordo com os dados do IBGE, a taxa de desocupação entre jovens de 18 a 24 anos chegou a 28,1% no primeiro trimestre de 2018.

"É muito difícil achar vagas sem experiência. Não tenho ainda área específica porque não me formei em nenhuma faculdade, assim, estou procurando o que aparece, mas está difícil", lamenta Larissa.
Fonte: Rede Brasil Atual

Ministra do TSE rejeita pedido do MBL para declarar Lula inelegível

A ministra do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) rejeitou nesta quarta-feira (18) pedido feito pelo Movimento Brasil Livre (MBL) para que o tribunal declare a inelegibilidade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Na decisão, Rosa Weber não entrou no mérito do pedido e entendeu que os representantes do movimento não tem legitimidade para levantar a causa. Além disso, a ministra afirmou que antes do período de registro de candidaturas, não se pode discutir legalmente a questão da inelegibilidade de candidatos.

Lula está preso na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba desde o dia 7 de abril, por determinação do juiz Sérgio Moro, que ordenou a execução provisória da pena de 12 anos e um mês de prisão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, no caso do triplex em Guarujá (SP). A prisão foi executada com base na decisão do STF que autorizou prisões após o fim dos recursos na segunda instância da Justiça.

Apesar de a Lei da Ficha Limpa ter definido que condenados por órgãos colegiados estão inelegíveis, o momento no qual a Justiça Eleitoral analisa a restrição ocorre após a apresentação do pedido de registro de candidatura, que deve ser feito a partir do próximo dia 20 de julho até 15 de agosto, depois da aprovação do candidato na convenção de seu partido.
Fonte: Agência Brasil

Projeto autoriza intimações judiciais por WhatsApp

No ano passado, o Conselho Nacional de Justiça aprovou o envio de intimações pelo aplicativo WhatsApp. Um projeto de lei em análise no Senado modifica o Código de Processo Civil para permitir expressamente o envio de intimações por meio de aplicativos de mensagens. A ideia é estimular o uso dessas ferramentas - já adotadas por alguns tribunais - para agilizar o funcionamento da Justiça.

O PLS 176/2018, do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), aguarda parecer do relator na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES). Conforme o texto, as intimações poderão ser feitas eletronicamente por meio de aplicativo de mensagens multiplataforma oferecido pelo juízo aos advogados e às partes que manifestarem interesse.

A intimação será considerada cumprida se houver confirmação de recebimento da mensagem por meio de resposta do intimando no prazo de 24 horas de seu envio A resposta deverá ser encaminhada por meio do aplicativo, em mensagem de texto ou de voz, usando as expressões “intimado(a)”, “recebido”, “confirmo o recebimento”, ou outra expressão análoga que revele a ciência da intimação.

Caso não haja confirmação de recebimento no prazo, deverá ser feita a intimação comum. Caso o interessado deixe de confirmar o recebimento de intimação no mesmo processo por três vezes, ele será excluído do cadastro do juízo e só poderá voltar a receber informações por aplicativo depois de seis meses.

Inovação
Ao justificar o projeto, Tasso lembrou que o uso do WhatsApp para intimações começou com a Portaria Conjunta nº 01, de 2015, elaborada pelo juiz Gabriel Consigliero Lessa, da comarca de Piracanjuba (GO), em conjunto com a subseção local da Ordem dos Advogados do Brasil. A iniciativa inovadora foi homenageada no Prêmio Innovare de 2015, que busca identificar, divulgar e difundir práticas que contribuam para o aprimoramento da Justiça no Brasil.

“A previsão legal do uso de aplicativos de mensagens revela-se essencial para que a prática possa ser disseminada no país com segurança jurídica e o Poder Judiciário possa utilizar a tecnologia disponível e popularizada para a maior eficiência na prestação jurisdicional”, defendeu o senador.

Câmara
Recentemente, a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados aprovou proposta que autoriza o envio de petições judiciais ao juízo via correio eletrônico ou meio similar. O Projeto de Lei 8578/17, do deputado Victor Mendes (MDB-MA), será enviado ao Senado, a menos que haja recurso para a votação no Plenário da Câmara.
Fonte: Agência Senado

TST divulga novos valores dos limites de depósito recursal

O Tribunal Superior do Trabalho divulgou os valores referentes aos limites de depósito recursal que passarão a vigorar a partir de 1º de agosto deste ano. Pela nova tabela, o limite do depósito para a interposição de recurso ordinário passa a ser de R$ 9.513,16. Já nos casos de recurso de revista, embargos, recurso extraordinário e recurso em ação rescisória, o valor será de R$ R$ 19.026,32.

Os novos valores constam no Ato 329/2018 e foram reajustados pela variação acumulada do Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC/IBGE no período de julho de 2017 a junho de 2018.
Fonte: TST

Tempo gasto com troca de roupa e higiene em frigorífico deve ser remunerado

O tempo gasto pelo trabalhador nas atividades preparatórias da jornada, como deslocamento, higienização e troca de uniforme, deve ser remunerado. Com esse entendimento, a 3ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região (GO) negou provimento a recurso de um frigorífico.

No entendimento dos desembargadores, a sentença não merece reforma porque o tempo gasto nessas atividades é ato imprescindível para o cumprimento das tarefas diárias e constitui tempo à disposição do empregador, conforme o artigo 4º, da CLT.

O relator do processo, desembargador Daniel Viana Júnior, destacou em seu voto o termo de inspeção elaborado pelo Ministério Público do Trabalho, que demonstrou que o tempo gasto pelos empregados entre a troca de uniformes e a chegada ao local de trabalho era de 25 minutos para os homens e 30 minutos para as mulheres. Segundo ele, foi correto o entendimento do juízo da 3ª Vara do Trabalho de Rio Verde em considerar esse tempo como à disposição, “pois excedem a 10 minutos diários, nos termos do artigo 58, § 1º, da CLT, e das Súmulas nº 366 e 429, do TST”.

O desembargador também declarou nula a cláusula normativa apresentada pela empresa que exclui o pagamento, como tempo à disposição, dos 15 minutos diários que antecedem ou sucedem o registro de ponto, destinados à troca de uniforme e higienização.

Dessa forma, sendo o trabalhador do sexo masculino, o desembargador reconheceu a média de 25 minutos para o tempo gasto pelos empregados entre a troca de uniformes e a chegada ao local de trabalho. Com informações da Assessoria de Imprensa do TRT-18.
Processo 0011502-33.2016.5.18.0103
Fonte: Consultor Jurídico

Trabalhador fica desprotegido na hora da demissão sem homologação no sindicato

Sem a fiscalização dos sindicatos no momento da rescisão dos contratos, trabalhadores ficam à mercê da boa vontade dos empregadores para ter seus direitos respeitados

Com o fim da obrigatoriedade da homologação das rescisões nos sindicatos para contratos com duração superior a um ano – uma das inovações da "reforma" trabalhista do governo Temer, que vigora desde novembro –, cresce o risco do trabalhador ser lesado e não ter os seus direitos devidamente respeitados no momento da demissão.

Na categoria bancária, por exemplo, antes da reforma, o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região realizava uma média de mil homologações por mês, com picos de até 1.500. Já neste ano, a média caiu para menos de 350 procedimentos mensais, o que não quer dizer que o número de demissões tenha se reduzido, mas que os contratos estão sendo encerrados muitas vezes dentro dos próprios bancos, longe da fiscalização das entidades sindicais.

A nova lei desobriga que as homologações sejam feitas nos sindicatos, mas também não especifica onde devem ocorrer, o que abre brechas para todo tipo de absurdo. A pesquisadora do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho (Cesit) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Marilane Teixeira relata que contratos têm sido encerrados via internet e, até mesmo, em padarias. "Dessa maneira, quais as possibilidades do trabalhador ter todos os seus direitos assegurados? Nenhuma."

Segundo levantamento do Cesit, a maioria das demandas trabalhistas na Justiça decorre do descumprimento reiterado dos direitos por parte dos empregadores. Dados consolidados de 2016 apontam que cerca de 60% das ações trabalhistas eram referentes a irregularidades no momento da rescisão dos contratos. Boa parte dessas ações, conta Marilane, se relacionava a eventuais erros ocorridos em contratos com duração inferior a um ano, que já eram desobrigados a passarem pelos sindicatos. Segundo ela, é uma prévia do que deverá ocorrer com os demais trabalhadores.

Para a pesquisadora, é justamente em contextos de mudança da legislação que os sindicatos teriam papel importante a cumprir no monitoramento do cumprimento das novas regras. Mas as alterações promovidas pelo governo Temer em associação com entidades patronais também têm como objetivo afastar o trabalhador da sua entidade de classe. "Uma das estratégias para o esvaziamento dos sindicatos, além da questão do custeio, sem dúvida nenhuma foi a retirada desse papel de fiscalização no momento da homologação. Todas essas distorções estão se reproduzindo em âmbito nacional. As homologações despencaram."

Outro indício de abuso cometido, segundo Marilane, são as demissões por acordo mútuo. Nessa modalidade, que já soma mais de 10 mil rescisões, o trabalhador tem direito a receber 80% do FGTS e metade da multa dos 40%. São, em sua maioria, trabalhadores do setor de comércio e serviços, com baixa escolaridade e menor nível de remuneração.

"Não dá para garantir, mas é bem possível que uma boa parte dessas demissões por acordo, na verdade, não sejam necessariamente acordos. Muitas vezes o trabalhador sequer sabe que ele assinou um contrato do gênero. Só vai se dar conta disso quando perceber que recebeu apenas metade da rescisão e não tem acesso ao seguro-desemprego", explica. Se ocorresse nos sindicatos, o trabalhador teria mais condições de ser devidamente informado sobre as cláusulas desse acordo.

A questão fica mais complicada quando o trabalhador faz parte de uma categoria que goza de direitos específicos que constam na convenção coletiva do segmento. A Constituição Federal garante que empresas com mais de 30 trabalhadoras devem contar com creche no local de trabalho ou arcar com auxílio-creche. Para algumas categorias, esse direito é garantido por meio da convenção, sem necessidade de um número mínimo de trabalhadoras.

"Se no momento da homologação identifica-se que a empresa não garantiu o pagamento do auxílio-creche durante um determinado período, evidentemente a primeira coisa é acionar a empresa na Justiça para exigir esse direito. Por isso que é importante que a rescisão se realize no âmbito do sindicato, são os homologadores que conhecem o conteúdo da convenção coletiva e sabem identificar exatamente se esses direitos estão sendo devidamente garantidos", destaca a pesquisadora da Unicamp.

Perdas e danos
A advogada responsável pelas homologações no Sindicato dos Bancários, Alessandra da Silva, conta que, entre os grandes bancos, o Itaú já não faz mais o procedimento na entidade. A estratégia para evitar que o trabalhador ficasse completamente desamparado foi criar a pré e a pós-homologação.

"O bancário do Itaú é convocado para a homologação na semana que vem, por exemplo. O que ele faz? Ele vem ao sindicato, traz a carteira dele e os 12 últimos holerites. Fazemos uma simulação dos direitos dele para que esse trabalhador não vá totalmente no escuro. Quando ele chega no banco e os valores estão relativamente parecidos, então está tudo certo. Tem alguma dúvida? A orientação é para que não faça a homologação e procure novamente o sindicato", explica a advogada.

Já na pós-homologação, o sindicato faz a conferência dos valores relativos a direitos trabalhistas, como férias e 13º proporcionais, FGTS e multa, se foram pagos adequadamente, bem como o cumprimento de outros direitos previstos na convenção coletiva. Foi na pós-homologação que ela constatou, por exemplo, três casos idênticos em que faltava uma parte do 13º. O sindicato então encaminhou ao Itaú a cobrança desses valores devidos.

"Segundo informações que os próprios bancários nos trazem, há uma lista que o banco manda para a portaria das pessoas que vão fazer a homologação num determinado dia. Se o bancário for acompanhado de um advogado, por exemplo, esse advogado não entra", destaca Alessandra.

Distorção mais grave ocorreu com uma bancária do Santander. Não fosse o banco continuar a fazer as homologações no sindicato, o erro poderia ter passado. O primeiro erro constatado é que a trabalhadora gozava de estabilidade e, portanto, não poderia ser demitida. O banco então se comprometeu a pagar cerca de R$ 22 mil reais de indenização, mas queria descontar os tributos, outra irregularidade combatida pelo sindicato. Não bastasse isso, o sindicato descobriu que, além da estabilidade, a bancária, que cumpria horas-extras (sétima e oitava hora), tenha outros R$ 140 mil a receber.

"Iam dar a ela uma quitação de 22 mil reais, menos os impostos supostamente devidos. É reflexo da reforma trabalhista. E se essa bancária não vem para cá? Hoje o Santander ainda está aqui, então a gente conseguiu detectar. Se fosse no Itaú, não teria como", relata a advogada do sindicato.

Revogar é a palavra
Para o senador Paulo Paim (PT-RS), a "reforma" desequilibra as relações de trabalho, pois atende apenas aos interesses dos empregadores, e relega o trabalhador a uma condição de "quase escravidão". Ele diz que o seu projeto, intitulado Estatuto do Trabalhador, prevê a revogação de todos os dispositivos da legislação trabalhista aprovada pelo governo Temer e traz novamente a obrigatoriedade para que as homologações sejam feitas nos sindicatos.

"Quando não se garante mais a presença do sindicato e dos seus advogados no acompanhamento das rescisões, o trabalhador fica totalmente à mercê do empregador. Ainda mais com a ameaça que existe de, se entrar na Justiça, ter que pagar parte do valor em caso de derrota no processo. É um prato feito para a exploração, quase aos moldes do trabalho escravo. O empregador não paga e ainda ameaça o trabalhador. É quase uma mordaça, um ato de terrorismo e covardia", diz Paim.

Outra questão central, segundo o senador, é garantir o financiamento dos sindicatos. "Enfraqueceram totalmente os sindicatos, não querem que as entidades tenham nenhum tipo de receita. Como é que uma entidade que as vezes cuida de dezenas de milhares de trabalhadores vai se manter sem nenhum tipo de receita?", questiona.

Outras situações criadas pela atual legislação, como o trabalho intermitente, a possibilidade de gestantes trabalharem em locais insalubres, além da cláusula que garante a prevalência de acordos entre patrões e empregados que estejam aquém do que manda a legislação (o chamado negociado sobre o legislado), também devem cair com o novo Estatuto do Trabalho, cuja aprovação o parlamentar espera que aconteça no próximo ano. Segundo ele, os pré-candidatos Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Ciro Gomes (PDT), Manuela D'Ávila (PCdoB) e Guilherme Boulos (Psol) já se comprometeram a trabalhar em cima de um novo texto que regule as relações de trabalho.

"É tão ruim essa reforma que não se aproveita nada. A palavra é revogar, voltar para a CLT e, aí sim, atualizar, fazendo com que dialogue com os novos tempos, conversando com empregados e empregadores, para construir um texto com equilíbrio, com direitos e deveres para as duas partes."
Fonte: Rede Brasil Atual

Centrais Sindicais: Frentes de trabalho contra apatia do governo

Na contramão do governo federal, as centrais sindicais querem dar uma guinada no cenário de recessão e crise que arrastou o trabalhador brasileiro para o desemprego e para a subocupação. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) são 13, 2 milhões de desempregados. Se considerar subocupados sobe para 28 milhões.

O documento intitulado Agenda Prioritária da Classe Trabalhadora que foi lançado em junho unitariamente por sete centrais sindicais traz 22 pontos sugerindo caminhos de curto e médio prazo, sobretudo com impacto no desemprego.

Matéria publicada nesta terça-feira (17) na Folha de S.Paulo mostra pessimismo entre consultores ouvidos pelo jornal: As projeções de serem criados 1 milhão de empregos para 2018 podem dar lugar a pífios 220 mil empregos formais. Longe de repor os cerca de 3 milhões de postos de trabalho perdidos com a crise.

O combate ao desemprego é um dos temas que se destaca entre as 22 propostas das centrais. As ações de curto e médio prazo visam a reversão do desemprego. A expectativa das entidades é que o tema ganhe força junto aos pré-candidatos às eleições de outubro.

Retomar obras públicas
Contratação de obras públicas e a retomada de obras de infraestrutura paralisadas são caminhos propostos pelos trabalhadores na Agenda, destacou Clemente Ganz em entrevista no final de junho à Agência Sindical. Ao lado da retomada das obras, o documento defende a criação de frentes de trabalho e “políticas de amparo aos desempregados” como aumento das parcelas do seguro-desemprego.

“O Congresso Nacional poderia dar um tratamento que melhorasse a contratação de obras públicas e também aprovar a liberação de recursos para a retomada de obras”. Clemente afirmou que existem cerca de 60 mil obras públicas paralisadas que poderiam aquecer o mercado de trabalho.

“Desde uma pequena ponte, ao conserto de uma estrada e em uma grande usina hidrelétrica. Destravar essas obras gera emprego rapidamente. É uma agenda para intervenção imediata com propostas de solução que podem ser implementadas no estado, na cidade e na União”, completou Clemente.

Movimento sindical mobilizado contra o desemprego
Na opinião do secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, o combate ao desemprego deve concentrar as atenções do movimento sindical. “Precisamos do máximo de esforço para erradicá-lo de nosso país. Esforço que deve ser de cada sindicato, federação, confederação e central sindical”, escreveu em artigo publicado nesta terça-feira (17) pelo portal Rádio Peão.

“Isso porque o desemprego é uma profunda chaga social. Ele produz violência, fome, o avanço de doenças, a evasão escolar, desagregação de comunidades, a delinquência. O desemprego é o ponto nevrálgico do subdesenvolvimento”, completou o dirigente da Força.

Divanilton Pereira, presidente em exercício da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), também vê como emergencial o combate ao desemprego dentro da agenda dos trabalhadores. Na opinião dele, as frentes de trabalho podem ajudar a recuperar o padrão de consumo das famílias, que sofrem com o desemprego e rebaixamento de salários.

Papel devastador da Lava Jato
O dirigente da CTB enfatizou o papel da Lava Jato no desmantelamento dos postos de trabalho no país. “Esse instrumento (a Lava Jato) inviabilizou a economia, detonou as grandes empresas de construção e infraestrutura, de mão de obra no Brasil e as que concorriam internacionalmente. Isso não é coincidência. A história nos dirá a quem serviu Sérgio Moro”, analisou Divanilton.

“O mundo inteiro pratica acordo de leniência quando você preserva o CNPJ da empresa e pune os corruptores. Aqui jogamos milhares no desemprego inviabilizando as empresas. Empresas europeias e americanas envolvidas em corrupção passaram por isso mas elas não desapareceram como no Brasil, onde tivemos desarticuladas cadeias de petróleo, gás e metalurgia pelo Brasil afora. A Lava Jato é uma grande contribuição à redução do Produto Interno Bruto (PIB) e esse número elevado de desempregados”.

Segundo Divanilton, a agenda prioritária é o instrumento de diálogo com trabalhadores empregados e desempregados e também servirá para influenciar nas eleições que “é a maior batalha que temos neste ano”, reiterou o dirigente. No dia 10 de agosto, as centrais sindicais unificadas realizam o Dia do Basta com protestos nacionais em defesa do emprego, da previdência social e contra o aumento abusivo do preço do gás de cozinha.
Fonte: Portal Vermelho

Mutirão do emprego leva milhares ao Sindicato dos Comerciários de SP

O total de desempregados no País chegou a 13,2 milhões e o número de desalentados (pessoas que desistiram de procurar) bate na casa dos 5 milhões. A situação é dramática e o problema pede urgência.

O Sindicato dos Comerciários de São Paulo oferece uma alternativa à superação dessa situação. A entidade realizou segunda (16) num só local para seleção, um mutirão para o preenchimento de centenas de vagas disponíveis para o comércio. São mais de 1.800 postos para vários setores, em diversas regiões da cidade (vagas também para pessoas com deficiência). Ao todo, dez empresas participaram do mutirão.

Ricardo Patah, presidente do Sindicato e da UGT, a afirma: "O Sindicato está cumprindo sua função social, que inclusive está prevista na CLT". Ele afirma: "o Artigo 513 da CLT já prevê essa função. O País vive um momento desastroso. São quase 14 milhões de desempregados e 5 milhões de desalentados".

O presidente da entidade destaca também mais dois pontos importantes dessa ação. "Estamos aperfeiçoando a relação capital-trabalho, principalmente quando temos a sobreposição do negociado sobre o legislado. Isso é importante porque, nas próximas negociações, ações como essa, em parceria com empresas, podem facilitar para que as negociações não emperrem", diz.

Patah continua: "Também é uma oportunidade para sindicalização. Com essa campanha pretendemos sindicalizar o máximo os trabalhadores".

Procura - "Em três horas de mutirão distribuímos mais de 3.500 senhas de atendimento. As pessoas vêm até o Sindicato com currículo e participam da seleção", comenta Cleonice Souza, diretora de Assistência Social e Previdência no Sindicato. Ela explica que o programa Vaga Social é realizado há quatro anos, mas desta vez as expectativas foram ultrapassadas.

"Nós fazemos o atendimento diariamente no Sindicato. Porém, essa forma de mutirão é mais abrangente. O desemprego é muito grande. Quando aparece uma oportunidade dessas é que vemos a dura situação nacional", ressalta.

Ela revela que a intenção é ampliar ainda mais esse tipo de ação. "A ideia é utilizar o espaço do Vale do Anhangabaú, com mais tendas, para aumentarmos a capacidade de atendimento. Estamos fazendo nossa parte. Todos serão atendidos. Se não hoje, serão ao longo da semana", destaca Cleonice.

Apoio - Para quem não tem Carteira profissional, a prefeitura de São Paulo, através do CAT, instalou um posto de atendimento no local a fim de emitir o documento. Basta levar RG ou outro documento oficial.

Mais informações: www.comerciarios.org.br
Fonte: Agência Sindical

Intenção de consumo das famílias recua 1,8%, diz CNC

A Intenção de Consumo das Famílias (ICF), medida pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), recuou 1,8% de junho para julho e atingiu 85,1 pontos em uma escala de zero a 200 pontos. De acordo com a CNC, os consumidores estão insatisfeitos em relação ao nível de consumo há 42 meses e não há grandes perspectivas se a economia não voltar a crescer de forma sustentada.

Os sete componentes do índice recuaram de junho para julho, com destaque para as pioras na perspectiva de consumo (-3,9%), momento para a compra de bens duráveis (-3,9%) e perspectiva profissional (-2,3%).

“Os consumidores ficaram mais cautelosos quando se depararam com a conjuntura desfavorável ainda reflexo da paralisação dos caminhoneiros e a desorganização da produção”, explicou o economista da CNC Antonio Everton.

Na comparação com junho de 2017, no entanto, a Intenção de Consumo das Famílias avançou 10,2%. Os sete componentes tiveram alta, com destaque para o nível de consumo atual (17%) e a perspectiva de consumo (16%).
Fonte: Agência Brasil

Caixa deve indenizar trabalhador por saque de seguro-desemprego após um ano da demissão

A Caixa Econômica Federal (CEF) foi condenada a pagar indenização por danos morais ao apelante, em razão de duplicidade no cadastro do Programa de Integracao Social (PIS) que o impossibilitou de sacar os valores relativos ao seguro-desemprego. A decisão, da Sexta Turma do TRF 1ª Região, reformou a sentença do Juízo da 1ª Vara da Subseção Judiciária de Cáceres/MT que havia negado o pagamento ao autor.

Consta dos autos que o autor, após ser demitido, teve seu pedido de pagamento do seguro-desemprego negado pela CEF visto que o número do PIS do apelante estava atrelado a de outro trabalhador. Após um ano da sua demissão, o recorrente finalmente conseguiu, por meio de recurso administrativo, receber o benefício pleiteado.

Insatisfeito com a decisão da 1ª Instância, o autor recorreu ao Tribunal requerendo a reforma da sentença, alegando que o responsável pelo cadastramento no PIS é a CEF, de modo que é incabível imputar a terceiro o equívoco de cadastrar outra pessoa com o mesmo número do PIS.

Para o relator do processo, desembargador federal Jirair Aram Meguerian, “diante da existência de erro grosseiro perpetrado pela CEF e suas consequências, como a negativa e demora de pagamento de seguro-desemprego, inegável a existência de violação a direito da personalidade da parte autora, sobretudo no que toca à sua honra subjetiva”.

O magistrado destacou que no momento de maior necessidade, em decorrência do desemprego, a parte autora teve o pagamento do seu benefício de seguro-desemprego negado, e tanto num caso como em outro, o que se revela é a falha no serviço prestado pela CEF relativamente ao cadastro do PIS, de maneira a permitir equívocos por parte dos usuários do sistema.

Por fim, o desembargador federal entendeu ser razoável fixar, para fins de por danos morais, a quantia de dez mil reais, montante que, segundo o desembargador federal, se coaduna com a jurisprudência do Tribunal e com a situação descrita nos autos.

Com isso, o Colegiado, por unanimidade, deu provimento ao apelo do autor, nos termos do voto do relator.
Processo: 0004466-84.2010.4.01.3601/MT
Fonte: TRF1

Trabalho aprova reajuste de contrato de prestação de serviço na data-base do profissional

A Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público aprovou projeto que torna obrigatório o reajuste do valor dos contratos de prestação de serviço na data-base da categoria do profissional contratado (PL 5100/13). Pelo texto, o reajuste é apenas para aqueles contratos cujo regime de dedicação é exclusiva, desde que garanta a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato.

O relator, deputado Jorge Côrte Real (PTB-PE), defendeu a aprovação do texto. Côrte Real apresentou versão que prevê a obrigatoriedade do reajuste na Lei de Licitações (Lei 8.666/93). No texto original, do deputado Laercio Oliveira (PP-SE), a alteração se dava na Lei do Reajuste Salarial Automático (Lei 7.238/84).

Segundo o relator, é importante excluir do alcance de tal regra os contratos privados e restringir o reajuste aos contratos celebrados pela administração pública e regulados pela Lei de Licitações e Contratos.

“É razoável determinar que os contratos de prestação de serviços sejam reajustados na data-base de cada categoria profissional, de modo a se propiciar a manutenção permanente do equilíbrio econômico financeiro do contrato”, explicou Côrte Real.

Tramitação
O projeto, que tramita em caráter conclusivo, ainda será analisado pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania.
Fonte: Agência Câmara

Governo antecipa primeira parcela do 13º de aposentados e pensionistas

A parcela será paga em agosto junto com o benefício do mês

Aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) receberão a primeira parte do 13º salário junto com a remuneração de agosto. A primeira parcela do abono anual corresponderá a até 50% do valor do benefício.

O decreto autorizando a antecipação foi assinado nesta segunda-feira (16) pelo presidente Michel Temer, mas ainda não foi publicado no Diário Oficial da União. A medida deve injetar R$ 21 bilhões na economia do país e movimentar o comércio e outros setores.

Como determina a legislação, não haverá desconto de Imposto de Renda na primeira parcela paga a aposentados e pensionistas do INSS. O imposto sobre o valor somente pode ser cobrado na segunda parcela da gratificação natalina, a ser paga junto com a remuneração de novembro.

Desde 2006, o governo antecipa a primeira parcela do 13º salário dos aposentados e pensionistas na folha de agosto.

Somente em 2015, o pagamento foi adiado para setembro, por causa do ritmo fraco da economia e da queda da arrecadação.
Fonte: Agência Brasil

Economia fraca e 'reforma' trabalhista criam novo perfil de desempregado

Desemprego atinge pessoas com nível superior e médio, cresce entre trabalhadores não brancos e é especialmente cruel com os mais jovens, atingindo 28,1% na faixa dos 18 aos 24 anos.

Por Marcio Pochmann*

Nas enquetes realizadas com a população, o problema da escassez do emprego emerge com maior centralidade entre os brasileiros. Ao mesmo tempo, o monitoramento dos riscos sociais revela que o medo do desemprego atinge patamar inédito, tendo o IBGE apontado para o universo de quase 28 milhões de pessoas comprometidos com a procura por trabalho, equivalendo a um trabalhador a cada três nessa dramática situação.

No governo Temer, o retorno das políticas neoliberais em uma economia combalida pela recessão não apenas aprofundou a dimensão do desemprego nacional. Também produziu um novo tipo de desempregado.

A elevação do desemprego em massa se transformou na principal referência relativa ao decréscimo do nível de atividade econômica no Brasil. Com a redução do nível de ocupação existente, a mão de obra crescentemente excedente passou a enfrentar o avanço da precarização movida pelo rebaixamento dos direitos e a liberalização desde os contratos a zero hora (trabalho intermitente) introduzidos pela reforma trabalhista desde o ano passado.

Da mesma forma que o tipo de ocupação foi sendo modificado em função do decrescimento da economia nacional, o perfil do desempregado altera-se segundo características pessoais. O contingente de desempregados cresce mais para pessoas com ensino superior, seguido para trabalhadores com o ensino médio.

Ao se considerar a evolução do desemprego conforme cor/raça percebe-se que a maior expansão transcorre para os trabalhadores não brancos, assim como levemente mais intenso aos homens. A evolução da taxa de desemprego nacional aponta a gravidade que assumiu para os segmentos com menos idade. O desemprego atinge mais de 2/5 das pessoas de 14 a 17 anos (43,6% de taxa de desemprego), ao passo que na faixa de 60 anos e mais de idade responde por 4,6%, quase 1/10 da taxa dos jovens desempregados. Na faixa de 18 a 24 anos, a taxa do desemprego encontra-se em 28,1%, ou seja, a cada três jovens que se encontram no mercado de trabalho, praticamente um situa-se na condição de desempregado.

Do ponto de vista do território nacional, o desemprego também apresenta comportamento bem diferenciado. Entre as cinco grandes regiões geográficas, a taxa de desemprego, a região Sul situa-se entre a que mais registra elevação, seguida da região Sudeste, do Centro Oeste, Nordeste e Norte, embora a maior taxa de desemprego tenha se concentrado na região Nordeste (15,9%) e a menor na região Sul (8,4%).

O estado da federação com maior elevação na taxa de desemprego aponta para Rondônia e o de menor aumento no Rio Grande do Norte. Em contrapartida, o estado do Amapá, com taxa de desemprego de 21,1%, registra o maior desemprego relativo à População Economicamente Ativa (PEA), ao passo que Santa Catarina, com 6,5% da PEA desempregada, mostra a menor taxa da nação.

Das 27 unidades da federação, constata-se que o conjunto de 12 estados apresenta taxa de desemprego abaixo da média nacional (13,1%) e 15 estados, em contrapartida, acima. Por outro lado, 17 estados registram crescimento na taxa de desemprego abaixo da média nacional e 10 unidades da federação apresentaram acima.

O novo perfil do desemprego no país expressa efeitos da fase do decrescimento no conjunto das atividades econômicas, bem como da reforma trabalhista imposta pelo governo Temer. Nesse sentido, os trabalhadores, em cada região do Brasil, sofrem tanto da mais grave queda no nível das atividades econômicas como da liberalização das formas rebaixadas de contratação laboral ao patronato, autorizadas pelo atual desmonte das políticas de garantia dos direitos sociais e trabalhista.

*Marcio Pochmann é professor do Instituto de Economia e pesquisador do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho, ambos da Universidade Estadual de Campinas.
Fonte: Rede Brasil Atual

Com Temer, renda e contribuição de autônomos à Previdência despencam

Pesquisa do Dieese aponta ganho é 33% menor, e que 80% desses trabalhadores deixaram de contribuir com a Previdência Social.
Mulheres negras são mais afetadas nos últimos dois anos

Os trabalhadores que se tornaram autônomos, nos últimos dois anos, ganham 33% a menos do que faturavam os brasileiros sem vínculos empregatícios antes do governo Temer. Além disso, oito em cada dez desses trabalhadores deixaram de contribuir com a Previdência Social.

Os dados que confirmam a realidade dessa categoria fazem parte de pesquisa divulgada pelo Dieese, com base em informações do IBGE. O instituto também revela que, assim como no trabalho formal, mulheres negras autônomas têm ainda menores rendimentos.

No Brasil, a cartilha neoliberal faz de empreendedorismo um eufemismo para tentativa de driblar o desemprego, encontrada pelos 5 milhões de brasileiros que começaram a trabalhar por conta própria durante o governo Temer. São 23 milhões de trabalhadores não têm vínculo empregatício.

De acordo com o economista do Dieese Gustavo Monteiro, os autônomos da crise econômica ganham menos de um salário mínimo por mês e assim como no mercado de trabalho formal, as mulheres negras têm o menor rendimento com uma média mensal de R$ 809.

"A diferença (salarial entre homens brancos e mulheres negras) persistente no mercado dos que estão por conta própria. Só que nesse caso é ainda pior, porque como eles estão em ocupações de mais baixa qualificação, em setores menos dinâmicos, eles já ganham menos do que os empregados assalariados", explica Monteiro, no Seu Jornal da TVT.

Outra questão levantada pelo relatório do Dieese afirma que mais de 80% dos trabalhadores autônomos não contribuem com a Previdência Social, o que atrapalha ou até inviabiliza a aposentadoria. Como explica o motorista por aplicativo, Lúcio Tomé da Silva, que há mais de um ano, precisou tornar-se autônomo para sair do desemprego. Hoje, com uma renda que caiu pela metade, o motorista não consegue arcar com a previdência. "Não pago porque não consigo ou não dá para programar. O dinheiro é mais curto também e vai fazer uma falta se você for paga por fora", ressalta Silva.
Fonte: Rede Brasil Atual

Para analista do Diap, eleição presidencial deste ano faz lembrar a de 1989

André Luís dos Santos avalia que ambos os períodos eleitorais acumulam grande quantidade de candidatos
e desconstrução de antigas estruturas políticas

A um mês do início oficial da campanha eleitoral, o analista político do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) André Luís dos Santos comenta o xadrez das articulações dos partidos e candidatos para as eleições 2018, que segundo ele, trazem semelhanças com o pleito de 1989 – o primeiro que teve Luiz Inácio Lula da Silva como candidato à Presidência. Em entrevista a Glauco Faria, da Rádio Brasil Atual, ele observou que os dois períodos eleitorais mostram características do que classifica como "conturbado cenário político".

Para André Luís, a quantidade de candidatos, a descrença da população com a política e o novo modelo de campanha eleitoral imposto pela minirreforma aprovada em 2017 são fatores comuns entre ambas as eleições, mas podendo levar à instabilidade do cenário eleitoral.

De acordo com as projeções divulgadas no início do ano pelo Diap, o pleito deste ano está marcado por um perfil mais conservador e com menor taxa de renovação, agravada pelas novas medidas eleitorais.

"O problema é que as condições que foram dadas para que as eleições aconteçam foram muito mais favoráveis a quem já está no mandato", argumenta André Luís, citando a redução no tempo de campanha e financiamento por meio do Fundo Partidário como exemplos de medidas que favorecem a reeleição dos atuais mandatos.
Fonte: Rede Brasil Atual

Com greve dos caminhoneiros, atividade econômica recua 3,34% em maio

A atividade econômica recuou em maio. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), dessazonalizado (ajustado para o período), apresentou queda de 3,34%, na comparação com abril, de acordo com dados divulgados nesta segunda-feira (16). O recuo veio após crescimento de 0,5%, em abril comparado a março, de acordo com dados revisados.

Em maio, o país foi afetado pela crise de desabastecimento gerada pela greve dos caminhoneiros no final do mês.Na comparação com o mesmo mês de 2017 (sem ajuste para o período), houve queda de 2,9%. No ano, foi registrado crescimento de 0,73%. Em 12 meses, a expansão chegou a 1,13%.

O IBC-Br é uma forma de avaliar a evolução da atividade econômica brasileira e ajuda o BC a tomar suas decisões sobre a taxa básica de juros, a Selic.

O índice incorpora informações sobre o nível de atividade dos três setores da economia: indústria, comércio e serviços e agropecuária, além do volume de impostos.

O indicador foi criado pelo BC para tentar antecipar, por aproximação, a evolução da atividade econômica. Mas o indicador oficial é o Produto Interno Bruto (PIB – a soma de todas as riquezas produzidas no país), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Para instituições financeiras consultadas pelo BC, o PIB deve crescer 1,5%, neste ano.
Fonte: Agência Brasil

Temer e Meirelles fracassam e meta de empregos fica em 20% do previsto

O número da criação de vagas formais de trabalho neste ano de 2018 é considerado pífio por economistas: apenas 20% do previsto no começo do ano. Ao final de 2017, as estimativas eram de 1 milhão de novos postos, mas o novo prognóstico é de 220 mil. O levantamento, da LCA Consultores com base nos dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), foi publicado no jornal Folha de S. Paulo.

"Embora o número de vagas com carteira assinada seja positivo no ano, o ritmo de contratações tem mostrado forte desaceleração nos últimos três meses, um sinal cada vez mais firme de interrupção do que parecia ser uma melhora gradual do emprego formal identificada ao longo do ano passado. No início de 2018, o ritmo de geração de vagas no mercado formal de trabalho era compatível com algo perto de 750 mil novos postos neste ano. Desde março, no entanto, a desaceleração tem sido tão brusca que, mantido o ritmo registrado a partir daquele mês, o mercado de trabalho pode fechar 2018 com um saldo líquido de apenas 220 mil vagas com carteira.

(...)

As contas do economista Marcelo Gazzano, da consultoria ACPastore, também apontam para uma deterioração importante da geração de vagas com carteira assinada. Segundo Gazzano, a média de 40 mil vagas criadas entre outubro e dezembro caiu para uma média de 24 mil vagas entre março e maio. Como foram perdidos 3 milhões de postos formais durante a crise, mantido o ritmo atual, o mercado de trabalho levaria nada menos do que dez anos para se recompor. Para fazer este tipo de previsão, os especialistas em mercado de trabalho não usam os dados brutos do Caged, mas lançam mão de um ajuste estatístico (conhecido como dado dessazonalizado)."
Fonte: Brasil247

Juíza segue STF e nega pedido para obrigar recolhimento de contribuição sindical

O Supremo Tribunal Federal já estabeleceu que o fim da contribuição sindical obrigatória, imposta pela última reforma trabalhista (Lei 13.467), é constitucional. Baseado nesse entendimento, a juíza Amanda Diniz Oliveira, da 24ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro, não acolheu pedido do Sindicato dos Comerciários para obrigar uma rede de supermercados a recolher a contribuição.

A juíza ressaltou que o Tribunal Superior do Trabalho já havia divulgado sua opinião favorável à constitucionalidade das alterações promovidas pela reforma trabalhista nos trechos que abordam a contribuição sindical.

“No entanto, diante da grande celeuma e divergências doutrinárias, foi ajuizada a ADI 5794 cuja decisão foi proferida no dia 29 de junho 2018 declarando a constitucionalidade do ponto da reforma trabalhista que extinguiu a obrigatoriedade da contribuição sindical”, ressaltou a juíza.

A defesa do supermercado foi feita pelo advogado Francisco Gabriel Pacheco Jr., do Martins & Bessi Advogados Associados.

No STF, foram 6 votos a 3 pela constitucionalidade da reforma. Prevaleceu o entendimento do ministro Luiz Fux. Entre os argumentos expostos por ele — e pelos ministros Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Gilmar Mendes, Marco Aurélio e Cármen Lúcia — está o de que não se pode admitir que a contribuição sindical seja imposta a trabalhadores e empregadores quando a Constituição determina que ninguém é obrigado a se filiar ou a se manter filiado a uma entidade sindical.

Além disso, eles concordaram que o fim da obrigatoriedade da contribuição sindical não ofende a Constituição. “Não é possível tomar capital para financiar sindicato sem o consentimento do empregado”, disse o ministro Fux. Processo 0100156-42.2018.5.01.0024
Fonte: Consultor Jurídico

Desenvolvimento Urbano aprova passe livre para idosos e deficientes carentes

A Comissão de Desenvolvimento Urbano aprovou projeto que concede passe livre aos idosos e pessoas portadoras de deficiência, comprovadamente carentes, no sistema de transporte coletivo urbano, intermunicipal e interestadual (PL 3372/97). A versão aprovada pelo colegiado altera a proposta original, da deputada Marinha Raupp (MDB-RO), que previa o benefício sem a ressalva da comprovação de renda e voltado apenas para o transporte intermunicipal.

O relator, deputado Caetano (PT-BA), explica que idosos e deficientes de menor renda são usuários frequentes dos ônibus, em razão da necessidade de deslocamento, seja para atividades rotineiras ou para acessar tratamentos de saúde ou reabilitação.

O texto prevê ainda que, para ter o direito à gratuidade, o registro de identidade civil deve constar a expressão “pessoa com deficiência”. O projeto também estabelece que o laudo médico de comprovação da deficiência seja exigido apenas uma única vez, para a emissão do documento de identidade para pessoas com deficiência permanente.

Lei em vigor
O Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741, de 2003) garante aos idosos a gratuidade no transporte público urbano e semiurbano e duas vagas gratuitas em cada veículo do transporte interestadual. No caso dos deficientes, a Lei nº 8.899, de 1994, concede passe livre às pessoas portadoras de deficiência, comprovadamente carentes, no sistema interestadual de transporte coletivo.

“Garantir aos idosos e deficientes a gratuidade no serviço público é, sem dúvida, um importante passo nesse sentido. Assim, não poderíamos ser contrários a medida dessa natureza, com a ressalva de que a gratuidade no transporte seja restrita apenas àqueles beneficiários comprovadamente carentes, para os deficientes nos três níveis da federação e, para os idosos, no transporte intermunicipal e interestadual”, explica o deputado Caetano.

Tramitação
O projeto, que tramita conclusivamente, ainda será analisado pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania.
Fonte: Agência Câmara

segunda-feira, 16 de julho de 2018

Mobilizações salariais devem reforçar atos do “Dia do Basta”

As Centrais Sindicais realizam dia 10 de agosto mais um dia nacional de luta e paralisações. Será o “Dia do Basta” ao desemprego, que terá manifestações em todo o País. O ato acontece no momento em que começam a deslanchar as campanhas salariais de importantes categorias, entre elas bancários, carteiros, metroviários, petroleiros e metalúrgicos.

Os dirigentes buscam uma forma de fazer com que esta coincidência potencialize ambas as lutas, que têm como eixo central a resistência aos ataques da nova lei trabalhista.

“Não podemos deixar que a lei trabalhista se imponha nos acordos coletivos, sobretudo agora que vamos passar por um período com campanhas salariais de setores peso-pesado. É importante trazer essas categorias para a manifestação do dia 10 de agosto”, aponta Paulo Barela, membro da executiva nacional da CSP-Conlutas.

O secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves (Juruna), destaca que fazer um dia nacional de luta forte influenciará decisivamente no resultado das negociações salariais.

“O desemprego mexe com as campanhas salariais. Nesse momento, propor uma questão nacional como esse debate reforça as discussões sobre os direitos. A mobilização não pode ficar somente em torno das Convenções Coletivas, mas também, em torno daquilo que prejudica e traz perdas de trabalho nas suas categorias. Químicos, metalúrgicos, têxteis, por exemplo, estão perdendo postos de trabalho”, avalia.

Para Sérgio Nobre, secretário-geral da CUT, o setor empresarial foi um grande ator no desmonte da legislação trabalhista. Categorias importantes estão sem Convenção assinada desde o ano passado, porque os empresários estão dificultando as negociações. Por isso escolhemos a Fiesp como local do ato em São Paulo”, diz.

Organização - Nova plenária ocorre dia 25 de julho, no auditório do Dieese, (rua Aurora, 957, Centro de São Paulo), às 10 horas. No encontro, Centrais e Sindicatos fazem os ajustes finais para a mobilização em agosto.
Fonte: Agência Sindical

Mais um ano perdido para a economia brasileira

Enquanto analistas ainda se agarram ao otimismo alardeado pelo governo, atores da chamada economia real são mais realistas e já reveem suas projeções para o ano. Não só porque sentiram na pele os efeitos do caos econômico gerado, por exemplo, pela política de preços da Petrobras, que resultou na greve dos caminhoneiros, mas também porque já não creem da cantilena de que a atual gestão é capaz de retomar a confiança de empresários e consumidores e, assim, trazer de volta o crescimento.

O setor de serviços caiu 3,8% em maio na comparação com abril - o pior resultado desde 2011. No mesmo mês, as vendas do varejo recuaram 0,6%, e a indústria voltou a patamares de 2003. De acordo com José Velloso, presidente-executivo da Abimaq, "o sentimento é de frustração".

O setor brasileiro de calçados também vive uma das mais graves crises enfrentadas até hoje, avalia Heitor Klein, presidente da Abicalçados, entidade que representa as empresas desse segmento. "A economia brasileira está fragilizada e não há condições por parte da população de comprar muitos dos bens de consumo, apenas o essencial. Não há problema de crédito para as empresas, mas de renda para os brasileiros”, disse, ao Estado de Minas.

Área que amargou o pior desempenho nos últimos anos, a construção civil - atingida pela Operação Lava Jato e pela crise - já não acredita em melhora. Segundo O Estado de S. Paulo, o PIB do setor, que inclui faturamento das construtoras e salários de trabalhadores, recuou 2,2% no primeiro trimestre, na comparação com igual período de 2017.

“Em nenhum momento a situação do setor (da construção civil) melhorou de verdade. O que estamos enxergando é que o ritmo da queda está diminuindo, mas continua caindo”, disse o vice-presidente de Economia do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP), Eduardo Zaidan, ao jornal paulistano.

Nos últimos 12 meses encerrados em abril, 58 mil vagas foram fechadas. Nos 12 meses anteriores, haviam sido 431 mil. “O País realmente está em um mato sem cachorro. Temos uma insegurança muito grande, que impede a geração de empregos e dificulta a tomada de decisões do consumidor”, afirmou ao Estadão o empresário Milton Bigucci, dono da construtora MBigucci.

Nesta sexta, o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) divulgaram que o Indicador de Confiança do Consumidor recuou 6,1% em junho na comparação com maio, o que representa o mais baixo patamar desde janeiro de 2017, início da série histórica.

A razão para tamanha descrença está no pífio desempenho da economia, que ainda não se recuperou das perdas acumuladas ao longo da crise e nem se reflete em melhora efetiva nos dados de emprego e renda. Em junho, o quadro foi agravado pela paralisação dos caminhoneiros ocorrida ao final de maio.

De acordo com reportagem da Folha de S. Paulo, donos de restaurantes, atacadistas, varejistas e a indústria já tentam se adaptar a um cenário mais adverso. Sem consumidores dentro do país, o setor de indústria de Máquinas e Equipamentos, que antes exportava 30% de seu faturamento, agora espera ampliar esse percentual para 50%.

Há economistas que apontam, no entanto, que o atual quadro da economia não surpreende. Além de não estarem sendo implementadas medidas que possam estimular o crescimento, houve um ataque ao mercado de consumo interno, com a persistência do desemprego, queda na renda e alta de preços que impactam diretamente na vida do trabalhador, como é o caso do gás de cozinha.

De acordo com o Ipea – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada -, a inflação das famílias de menor renda, em junho, foi mais que o triplo da registrada em maio, chegando a 1,5%.

Além do mais, já era esperado que as incertezas de um ano eleitoral deixassem empresários mais cautelosos, adiando as decisões de investimento. Com o cenário nebuloso em relação ao resultado das urnas em outubro, essa situação se agrava ainda mais.
Fonte: Portal Vermelho, com agências

Ciro busca o equilíbrio entre o discurso nacionalista e as alianças

Candidato pela terceira vez à presidência da República, o pedetista Ciro Gomes tem chances reais de chegar ao poder, mas corre um risco: o de fechar alianças com partidos de direita, como o DEM, e se forçado a abrir mão de propostas nacionalistas, como a retomada do pré-sal e da Embraer.

Ciro foi o primeiro candidato a construir um discurso nacionalista, em torno das propostas do economista Luiz Carlos Bresser Pereira, que desenvolveu o projeto Brasil Nação. No entanto, como não conseguiu o apoio do PT, que mantém a candidatura Lula, mesmo com todas as dificuldades judiciais, Ciro decidiu se aproximar de partidos do centrão, e mesmo de direita, como o DEM, para tentar fechar alianças e ampliar seu tempo de TV.

Neste sábado, depois de uma reunião com potenciais aliados, na casa de seu provável vice Benjamin Steinbruch, Ciro mostrou disposição em ajustar seu discurso, para ter o apoio do DEM na eleição. O pedetista se comprometeu levar para o seu plano de governo algumas das propostas dos democratas. Integrantes do DEM resistem, principalmente, às críticas de Ciro às reformas trabalhista e da Previdenciária. O presidenciável tem dito que, se eleito, vai revogar a reforma trabalhista aprovada por Temer e defende um sistema de capitalização para a Previdência. Ciro também critica duramente o 'Teto dos Gastos', que congela os investimentos públicos por 20 anos. Se fechar com o DEM, é possível que Ciro desista de anular leilões do pré-sal, uma vez que os democratas estão os principais responsáveis pela entrega das reservas brasileiras às petroleiras internacionais.
Fonte: Brasil247

Marun nega participação em supostas fraudes no Ministério do Trabalho

O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun negou no sábado (14) em nota que tenha participado de supostas fraudes no Ministério do Trabalho para beneficiar sindicatos em Mato Grosso do Sul, seu reduto eleitoral. A informação de que o nome de Marun estaria envolvido foi divulgada pelo jornal Folha de S. Paulo, com base em um relatório obtido junto à Polícia Federal (PF), que apura irregularidades na concessão de registros sindicais pelo Ministério do Trabalho.

Por meio de nota encaminhada por sua assessoria de imprensa, o ministro afirmou não haver interesse político uma vez que declarou, ao aceitar ser ministro, que não disputaria as eleições. “Na verdade, estão usando o fato de eu me predispor a atender com atenção os pleitos que me chegam de MS para tentar retaliar e enfraquecer o ministro que questiona abertamente os abusos de autoridade praticados, especialmente no inquérito dos Portos”, diz a nota.

A Operação Registro Espúrio, da Polícia Federal, foi deflagrada há um ano, a partir de denúncia sobre concessão de falsos registros sindicais. Segundo a PF, foi descoberto um “amplo esquema de corrupção dentro da Secretaria de Relações de Trabalho do Ministério do Trabalho, com suspeita de envolvimento de servidores públicos, lobistas, advogados, dirigentes de centrais sindicais e parlamentares”.

No início deste mês, a terceira fase da operação levou ao afastamento do então ministro do Trabalho Helton Yomura, que pediu demissão do cargo. O novo ministro Caio Vieira de Mello, ao assumir o comando da pasta, suspendeu por 90 dias todos os procedimentos de análise e publicações relativas ao registro sindical, em portaria publicada na edição do Diário Oficial da União da última quinta-feira.
Fonte: Portal EBC

Gestante que recusou oferta de reintegração ao emprego vai receber indenização substitutiva

A Oitava Turma do Tribunal Superior do Trabalho condenou a Arvi Ltda., de Ipatinga (MG), a indenizar uma atendente dispensada durante a gravidez. Segundo a decisão, a recusa à oferta de reintegração, formulada pela empresa em audiência, não afasta o direito à indenização substitutiva, que deve corresponder a todo o período de estabilidade.

Na reclamação trabalhista, a atendente afirmou que foi contratada mediante contrato de experiência. Mas, ao fim do prazo de 45 dias, encontrava-se grávida e não poderia ser dispensada. A empresa, na audiência, propôs a reintegração imediata, mas ela disse que não tinha interesse em voltar ao trabalho porque sua gravidez era de risco.

O pedido foi indeferido no primeiro e no segundo grau. Para o Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região (MG), a estabilidade é garantida uma vez comprovada a gravidez. Entretanto, no caso, entendeu que a atendente não comprovou a gravidez de risco e concluiu que seu interesse era puramente pecuniário. Com isso, condenou a empresa apenas ao pagamento dos salários desde a dispensa até a data da renúncia à estabilidade.

No exame do recurso de revista da trabalhadora, a relatora, ministra Maria Cristina Peduzzi, ressaltou que o artigo 10, inciso II, alínea “b”, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT) assegura a estabilidade “sem exigir o preenchimento de outro requisito que não a própria condição de gestante”. Segundo a ministra, a desistência ou a ausência de pedido de reintegração e a recusa à oferta de reintegração em audiência não caracterizam abuso de direito e não afastam o pagamento da indenização relativa ao período estabilitário.
A decisão foi unânime. Processo: RR-10729-13.2017.5.03.0089
Fonte: TST

Vedada renúncia à aposentadoria visando ao aproveitamento de tempo de serviço posterior à concessão do primeiro benefício

A 1ª Seção do TRF 1ª Região julgou procedente ação rescisória proposta pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e desconstituiu acórdão da 1ª Turma, que havia acatado o pedido de renúncia e cancelamento de benefício concedido pela Previdência Social, com o objetivo de concessão de novo benefício, computando-se o período laborado pelo autor após a primeira aposentadoria. O relator do caso foi o desembargador federal João Luiz de Sousa.

A autarquia previdenciária defendeu a vedação legal ao emprego das contribuições posteriores à aposentadoria. Asseverou que ato jurídico perfeito não pode ser alterado unilateralmente, bem como o caso em apreço não se trata de mera desaposentação, mas sim, de revisão do percentual da aposentadoria proporcional. “Portanto, o acórdão rescindendo teria violado o disposto no artigo 18, §2º, da Lei n. 8.213/91, e artigos 5º, XXXVI, 194 e 195 da Constituição Federal de 1988”, argumentou.

O relator entendeu que o INSS tem razão. Em seu voto, ele citou entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) segundo o qual, “no âmbito do Regime Geral de Previdência Social (RGPS), somente lei pode criar benefícios e vantagens previdenciárias, não havendo, por ora, previsão legal do direito à 'desaposentação', sendo constitucional a regra do art. 18, § 2º, da Lei nº 8.213/91”.

O magistrado ainda destacou que a Lei 8.213/91 veda a concessão de novo benefício com base em contribuições vertidas pelo segurado após o retorno à ativa. “Em que pese a interpretação sistemática que era dada por esta Corte, ao entendimento de que a referida vedação restringir-se-ia à cumulatividade de benefícios ao segurado já aposentado, essa tese foi afastada com a interpretação dada pelo STF. Portanto, a renúncia à aposentadoria visando ao aproveitamento de tempo de serviço posterior à concessão do benefício, conforme entendimento do STF, é vedada no ordenamento jurídico, sobretudo quanto o disposto no art. 18, § 2º, da Lei 8.213/91”, concluiu.
A decisão foi unânime. Processo nº: 0052367-74.2016.4.01.0000/MG
Fonte: TRF1

TRT-18 afeta como repetitivo recurso sobre turnos ininterruptos de trabalho

O julgamento que analisa a possibilidade de estabelecer turnos ininterruptos de revezamento, por meio de negociação coletiva, sistema de compensação de horário, com jornada superior a 8 horas será analisado como incidente de resolução de demandas repetitivas (IRDR) pelo Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região (GO).

A corte publicou edital de intimação para comunicar a todos os interessados (pessoas, órgãos e entidades) no processo. Caso queiram se manifestar nos autos do processo, os interessados deverão, no prazo de 15 dias da publicação no Diário Eletrônico da Justiça do Trabalho, requerer admissão nos autos como amicus curiae.

O IRDR foi introduzido pelo novo Código de Processo Civil com o objetivo de racionalizar o tratamento dado pelo Judiciário a milhares de questões de direito que forem baseadas na mesma tese.

Após o julgamento de um IRDR, a decisão passa a valer para todas as demandas semelhantes agrupadas em torno daquele incidente, dando mais segurança jurídica aos jurisdicionados com a uniformização da jurisprudência do Tribunal onde a questão estiver sendo discutida. Com informações da Assessoria de Imprensa do TRT-18.
Fonte: Consultor Jurídico