Após oferecer um reajuste de 5,58%,
correspondente à inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor
(INPC), considerado inaceitável pelos 17 sindicatos que representam os
trabalhadores da Copel, o superintendente de Recursos Humanos da empresa, Luiz
Carlos Cavanha disse que irá se reunir com a direção ainda nesta quarta-feira
(10) para buscar uma nova proposta.
“Não queremos que vocês levem uma
proposta indecorosa [às assembleias]. Para ter mais, preciso levar os
argumentos que ouvi aqui e montar um cenário à diretoria”, disse ele, em nome
dos cinco representantes da empresa, ao fim do segundo dia de negociações do
Acordo Coletivo de Trabalho 2012/13.
Após apresentada, a proposta inicial
da Copel foi veementemente refutada pelos representantes dos trabalhadores.
“Mais uma vez, temos uma proposta
pífia. Todo ano, rigorosamente, joga-se um bode sobre a mesa. Este ano,
sabíamos, seria a renovação das concessões. Trabalhadores esperavam que, no
mínimo, partíssemos do que tivemos no ano passado. Mas andamos para trás”,
lamentou Claudeir Fernandes, presidente do Steem.
“Quando é que Copel irá priorizar os
empregados? A empresa sempre foi sensível às pressões dos acionistas. Pois este
é o momento em que nós estamos pressionando e exigiremos sair da negociação com
um aumento real”, disse Ulisses Kaniak, presidente do Senge-PR.
“Ao mesmo tempo em que fala de futuro
incerto e contenção de gastos, a direção da Copel se premiou com um aumento
salarial de 26,7%, fora o aumento de quadro, o que significa um salto de 42%
nos gastos com diretores e conselheiros. Enquanto isso, nossa pauta econômica,
de 18 itens, recebeu 100% de respostas negativas. A direção não mostra nenhuma
flexibilidade”, atalhou Lenadro Grassmann, diretor do Senge-PR.
“Aumento real não é bondade, é
merecimento. Também fazemos parte da maior empresa do Paraná”, falou Paulo
Sérgio Rodrigues, presidente do Sindel.
“Por que, mais uma vez, a Copel quer
apresentar uma conta para que o trabalhador pague? Em dez anos, nunca vi
aparecer a prometida solução para a situação dos trabalhadores. Está ficando
difícil para os copelianos acreditarem nisso”, lembrou Roberto Bispo dos
Santos, diretor do Sinefi.
“Reajuste pelo INPC apenas recompõe
salário. Para haver ganho, de fato, seria preciso primeiro zerar todas as
perdas que temos dentro da empresa. O que empresa oferecer além da reposição
irá apenas reduzir perdas que tivemos no passado. Basta olhar a carteira de
empréstimos da Fundação Copel e ver o endividamento do copeliano. Se, no
passado, muita gente da Eletrosul gostaria de trabalhar na Copel, hoje isso não
é mais verdade”, explicou Jonas Braz, diretor do Steem.
“A Copel procura demonstrar que nunca
há bom momento para os trabalhadores. Saio daqui motivado para mudar a postura
do copeliano, para mostrar que ele tem que se indignar. A única forma de
convencer os gestores e obtermos avanços será uma demonstração firme dos
trabalhadores”, alertou Alexandre Martins, presidente do Sindenel.