sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Bancários aprovam greve nacional a partir da próxima terça-feira

Bancários de vários estados do Brasil aprovaram nesta quinta-feira (25) um indicativo de greve da categoria. Dessa forma, a paralisação, por tempo indeterminado, terá início na próxima terça-feira (30). Em assembleias feitas em todo o país na noite de hoje, os bancários rejeitaram a proposta de reajuste salarial apresentada pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) no dia 17 de setembro.

A proposta da Fenaban incluía reajuste de 7% no salário (0,61% de aumento real), na Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e nos auxílios refeição, alimentação e creche, além de 7,5% no piso salarial (1,08% acima da inflação).

De acordo com a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), a categoria pede reajuste salarial de 12,5%, PLR de três salários, além de uma parcela adicional de R$ 6.247, piso de R$ 2.979,25 e vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá no valor de R$ 724,00.

De acordo com a Contraf, 46 assembleias já aprovaram a greve, sendo que os maiores sindicatos, como Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre estão entre aqueles que já votaram pela paralisação. A confederação representa 134 sindicatos em todo o país.
Fonte: Portal EBC

Reforma política: plebiscito popular ganha força nas ruas

Ignorado pelos grandes meios de comunicação, a campanha do Plebiscito Popular por uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político obteve sucesso e conseguiu arrecadar exatos 7.775.436 milhões de votos em urnas fixas espalhadas por todo o país e por meio da internet.

O balanço divulgado em coletiva realizada na sede do Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo, nesta quarta-feira (24), mostra que 97,05% (7.525.680) são favoráveis à convocação da consulta e representa 95% das urnas apuradas. A expectativa é que o número total seja apresentado até o próximo mês.

Os estados de São Paulo (2.617.703 votos), Minas Gerais (1.354.399) e Bahia (774.218) lideraram a participação, que contou também com eleitores em outros países, quesito em que a França lidera (4.621). Os votos brancos e nulos somam 0,37% (28.691).

Manifestação
As organizações que integram a campanha, entre elas a Central Única dos Trabalhadores (CUT), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) entre outras entidades, entregarão o resultado das urnas para a Presidência da República, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal. A entrega será nos dias 14 e 15 de outubro.

No Brasil uma consulta popular oficial deve ser submetida ao Congresso Nacional. Para Vagner Freitas, Presidente da CUT, “a única forma de fazer a proposta andar é pressionar dentro e fora do Congresso e, principalmente, nas ruas como forma de ganhar a consciência popular”, comenta o dirigente sindical.

O diretor Executivo da CUT, Júlio Turra, lembra das bancadas que compõem o Congresso e as dificuldades para se avançar em temas caros para a sociedade. “Como é que vai fazer a reforma agrária com mais de 160 ruralistas no Congresso Nacional? Quando serão aprovadas as 40 horas semanais de trabalho com mais de 270 empresários no Congresso Nacional? Quando o aborto será descriminalizado com menos de 10% de mulheres no Congresso Nacional?”, criticou.

Entenda o movimento
A proposta de construção do plebiscito para debater o sistema político é um dos resultados das manifestações de junho e julho do ano passado, que sacudiram o Brasil. O tema do Plebiscito apresenta questões relacionadas ao sistema político, como o financiamento público de campanhas, a subrepresentação das mulheres, indígenas e negros no parlamento.

O movimento busca o fortalecimento de mecanismos de democracia, como a participação em conselhos e a construção de referendos e plebiscitos, que permitam ao povo participar das decisões políticas de forma efetiva.
Fonte: Diap

terça-feira, 23 de setembro de 2014

UGTpress: SALÁRIO MÍNIMO COMO TEMA ELEITORAL

SALÁRIO MÍNIMO: o debate eleitoral no Brasil trouxe de volta a questão do Salário Mínimo (SM). Atribui-se a Armínio Fraga a ideia de que o salário está alto, sem correspondência com os ganhos de produtividade. Ele, em entrevista de página inteira na Folha de São Paulo (01/09/14), procurou se explicar e reclamou de "patrulhamento" no debate sobre os problemas do país. Sobre o tema, a CEPAL (Comissão Econômica para a América Latina), junto com a UNAM (Universidade Nacional Autônoma do México) e a FES (Fundação Frederick Ebert), organizaram um fórum na Cidade do México, chegando à conclusão que, sim, as altas graduais do SM contribuem para reduzir a desigualdade. Alícia Bárcena, secretária-executiva da Cepal, reconheceu: "O enorme potencial que a política de salários mínimos tem para melhorar a renda dos menos favorecidos, promover a igualdade e fortalecer a demanda interna".

ANÃO DIPLOMÁTICO? após  uma alta autoridade israelense ter chamado o Brasil de "anão diplomático", muitas matérias têm sido veiculadas sobre o papel do Itamaraty. O caso de Israel, em evidente exagero e desconformidade com a boa educação, felizmente já corrigido, mostra que o Itamaraty tem se alinhado aos governos de turno para impor os traços mais marcantes de sua política externa. A pergunta é exatamente essa: deve a diplomacia estar vinculada aos presidentes ou imprimir-se como órgão que tem maior visão do xadrez internacional e, por isso, determinar os rumos da política externa? Provavelmente, a resposta mais sensata é a soma das duas coisas: um presidente ungido pelos votos da maioria tem sua própria visão, mas a prudência recomenda ouvir o Itamaraty a cada vez que vai falar sobre o tema, sobretudo em organismos internacionais. Cada vez mais, as tendências de comércio, mais do que o presidente ou a instituição, têm sido as maiores fontes de orientação para a política internacional. O Brasil, parece, equilibra-se sobre esses três pontos.

VICTOR BÁEZ MOSQUEIRA: o paraguaio Báez Mosqueira, secretário-geral da CSA (Confederação Sindical dos Trabalhadores/as das Américas), escreveu um bom artigo sobre o destempero israelense. Ele traçou um paralelo entre FHC (autonomia pela participação) e Lula (autonomia pela diversificação). O avanço em parcerias com sócios não tradicionais (China, Ásia-Pacífico, África, Europa Oriental, Oriente Médio, mundo árabe e América Latina e Caribe) com predominância da América do Sul, segundo Báez Mosqueira: "levou a um aumento da capacidade negociadora brasileira para reduzir as assimetrias nas relações com as nações mais poderosas" (sobre "enanismo diplomático" do Brasil, Viento Fuerte, Paraguai).

GEOPOLÍTICA DA COMUNICAÇÃO: é consenso que na última década avançaram bem os processos de integração regional, mas que não houve correspondência no universo das comunicações. Esse desencontro foi abordado em Quito, Equador, no mês de agosto (20), através do seminário "Geopolítica da Comunicação e Integração Regional: desafios e perspectivas". Pedro Bierger, diretor do Portal de Notícias da América Latina e Caribe (Nodal), disse: "Na América Latina, muitas vezes nos inteiramos mais das notícias dos países do Norte que de nossa própria região. Quando nossos meios cobrem os países vizinhos, geralmente o fazem com fontes do Norte, como as agências internacionais ou a CNN". Ele citou como exemplo a eleição de Ernesto Samper como secretário-geral da Unasul, assunto desprezado por nossos meios.

ATUALIDADE – O ERRO DO IBGE: em momentos de eleição, erros de instituições públicas são tidos como propositais, frutos da ingerência política. Não foi o caso. De acordo com José Roberto de Toledo (Estadão, 20/09/2014): “Foi incompetência mesmo”. Na verdade, é pior: trata-se de uma degradação inconteste da qualidade dos serviços públicos. Nessa mesma situação já esteve o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). São duas entidades de credibilidade que não deveriam cometer erros tão grosseiros em questões estatísticas.