quarta-feira, 13 de agosto de 2014

UGTpress: FUSÕES E AQUISIÇÕES DÃO O QUE PENSAR

MICROSOFT: a empresa de Bill Gates não está em crise. Ao contrário, cresceu no último ano nada menos do que 13%. Seu problema é simples: a Microsoft comprou a finlandesa Nokia e a superposição de funções tornou obsoleta parte do contingente das duas empresas. De acordo com especialistas, quando duas empresas se fundem, apenas metade dos funcionários são necessários. O objetivo é abocanhar maiores fatias de mercado. Isso ocorre frequentemente e deverá ocorrer também com a nova empresa que surgirá da parceria IBM/Apple. Segundo Laerte Pires, especialista de Ribeirão Preto (SP), expert em computação: "em um mundo globalizado dominado por monopólios transnacionais uma máquina faz o serviço de duas, seja humana ou humanoide"(correspondência interna sindical: "Demissões no Vale do Silício se alastrando").

DEMISSÕES: as demissões que serão feitas ao longo deste e do próximo ano devem atingir 14% da força de trabalho da nova Microsoft, fabricante de softwares. A quantidade maior de demitidos deve sair da Nokia, empresa incorporada. Em resumo,  cerca de 18 mil trabalhadores devem perder o emprego . É o mais vasto e abrangente programa de reestruturação do setor, destinado unicamente a atender uma estratégica mercadológica. Segundo informações dos próprios dirigentes da Microsoft, esse é o maior corte de trabalhadores em 39 anos de existência da empresa.

NOKIA: como se sabe, a Nokia é uma empresa da Finlândia. Inicialmente, segundo executivos da Microsoft, serão demitidos mais de mil funcionários na Finlândia e quase dois mil trabalhadores na Hungria, todos da Nokia. Em outras palavras, metade dos trabalhadores da Nokia perderá o emprego. Calcula-se que somente os gastos com demissões poderão alcançar cerca de 1,5 bilhão de dólares. Eufemisticamente, Satya Nadella, diretor da Microsoft, diz que "o primeiro passo na construção da organização certa para nossas ambições é o realinhamento da nossa força de trabalho" (Estadão, 18/07/14). No caso, realinhamento quer dizer demissão.

INDAGAÇÕES: um projeto dessa magnitude faz pensar nos rumos do capitalismo do século 21: ingrato e cruel. Acrescentam-se especialidades e expertises profissionais, submetem-se linhas de produção sem competitividade à extinção de produtos e maximiza-se a produção com um número menor de braços e inteligências humanas. Isso nos leva a lembrar do ludismo, um movimento contra a mecanização do trabalho na Revolução Industrial, chamado por alguns de "anarcoprimitivismo", iniciado por Nedd Ludd Michel Homere (1834/1897), o inglês que quebrava teares porque eles substituíam a mão de obra humana. Neste mundo sofisticado do século 21, isso claramente não é mais possível (e nem foi no passado).

FUTURO: o futuro empresarial e comercial da Microsoft está aberto e, provavelmente, será promissor. Dona de avançada tecnologia, dominante no mundo dos softwares e agressiva nos negócios, a Microsoft entra nas primeiras décadas do século como uma das mais impressionantes marcas de produtos no mundo da cibernética. O mesmo não se fala de um país inteiro, a Finlândia. Segundo o americano David J. Cord, que vive em Helsinki, autor do livro "Declínio e queda da Nokia" “ela [a aquisição] afetou o espírito finlandês. Quando a Nokia estava no topo do mundo, a Finlândia também estava. Agora que fracassou, o país também a segue" (Estadão 18/07). Isso não só afeta os empregos, como a economia dos países.

PERIGO PERMANENTE: as construções brasileiras, públicas e privadas, vêm apresentando sérios problemas. Aumentaram muito as ocorrências entre as quais, quedas, quebras, desabamentos, incêndios e defeitos materiais colocam em suspeita a capacidade técnica brasileira. Ao lado das ocorrências, a falta de fiscalização, uma constante em nossas prefeituras.

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