quarta-feira, 7 de novembro de 2018

Nosso comportamento dependerá do dele, avisam centrais

Entidades fazem foco em possíveis reformas planejadas pelo novo governo.
Para dirigente, a eleição dividiu o povo, mas a defesa da Previdência voltará a unir

Quatro dias depois da eleição e a exatamente dois meses da posse do novo governo, as centrais sindicais se reuniram para traçar estratégias, tendo como foco, neste momento, uma possível "reforma" da Previdência, engavetada temporariamente por Michel Temer. Mas as entidades se preparam também para conviver com um Executivo cujo chefe, até aqui, se mostrou hostil aos movimentos sociais. "Nosso comportamento vai depender do dele. Será recíproco", afirmou o secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre, ao final da reunião, quinta (1º), na sede do Dieese, em São Paulo.

Segundo o dirigente, as declarações de Jair Bolsonaro "não foram animadoras" até agora. "Por isso ele não teve apoio de nenhuma central", observou. Mas ele espera que o novo mandatário assuma papel de estadista.

O presidente da Força Sindical, Miguel Torres, enfatizou a importância da unidade entre as centrais. "Reforma que tira direitos nós somos contra", afirmou. Na reunião de hoje, foi marcada uma plenária para o próximo dia 12, também no Dieese, para discutir a situação da Previdência.

Essa questão deverá mobilizar a sociedade, acredita o secretário-geral da Intersindical, Edson Carneiro, o Índio. "A eleição dividiu o povo. A Previdência vai unir o povo", comentou. Ele também espera outra postura do presidente eleito, que "deve respeito à Constituição".

"Estamos abertos ao diálogo", disse Miguel. "O governo tem de conversar com os trabalhadores e não só com os banqueiros", acrescentou o secretário-geral da CSB, Álvaro Egea. "Não podem jogar a crise mais uma vez nas costas dos trabalhadores", afirmou o dirigente da CSP-Conlutas Luiz Carlos Prates, o Mancha. "Dia 12 vamos dar o primeiro passo."

Sérgio Nobre, da CUT, lembrou que até o momento a proposta do próximo governo para a Previdência não está clara, mas as centrais não aceitarão redução de direitos. "Se isso acontecer, é evidente que os trabalhadores vão reagir", afirmou, citando a ideia, também ventilada, de fazer mudanças com base no modelo chileno, que ele chamou de "tragédia".

Em nota divulgada após o encontro, CSB, CSP-Conlutas, CTB, CUT, Força, Intersindical e Nova Central afirmam que vão "intensificar a luta contra a proposta de reforma" e organizar uma campanha de esclarecimento na sociedade, além de "reformar a luta por uma Previdência Social pública, universal, que acabe com os privilégios e amplie a proteção social e os direitos".
Fonte: Rede Brasil Atual

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