quinta-feira, 27 de abril de 2017

Reforma prejudicará participantes de fundos de pensão, diz Abrapp


Jornal  GGN  -  Uma  das  emendas  feitas na Proposta de Emenda Constitucional 287, que trata da reforma da Previdência,permite  a  transferência  da gestão dos planos de previdência complementar dos funcionários públicos para a previdência aberta.

A alteração, prevista no artigo 40 no texto final do relator da Comissão da Reforma, Arthur Maia(PPS-BA), irá prejudicar os  participantes  dos  fundos  de  pensão,  na avaliação da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp).

Em  coletiva  de  imprensa  realizada  na manhã de hoje (25), Luís Ricardo Martins, presidente da Abrapp, explicou que a possibilidade  da  transferência da gestão destes planos para entidades abertas prejudicará os funcionários públicos, já que os rendimentos das aposentadorias serão reduzidos e haverá uma piora na governaça dos planos.

As aposentadorias perderão rendimento já que as entidades fechadas de previdência complementar não tem fins lucrativos, ao  contrários  das  empresas  abertas,  que  atuam  de acordo com a lógica do mercado. No caso dos fundos de pensão, os participantes  também  têm  representatividade  na  gestão  dos  planos, o que não ocorre no sistema aberto e permite um
acompanhamento e uma fiscalização mais próximos.

O  presidente  da Abrapp afirma que a justificativa da alteração, que é a de incentivar a concorrência, não se sustenta. ”A concorrência teria de se dar em condições justas”, afirmou.

Caso  a  PEC  com  a  alteração  sobre  a  gestão  dos  fundos  seja  aprovada,  Luís Ricardo afirmou que existe a “real possibilidade” da entidade ajuizar uma Ação Direta de Inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal.

Questionado  se  a  competição  não incentivaria a melhora da governança dos fundos, Martins ressaltou que os planos que apresentam  déficit  são  casos  pontuais,  além  de  reafirmar  a  solidez  do  sistema, que tem mais de 2,5 milhões de participantes diretos.

O  presidente  da  associação  afirmou  que a entidade tem procurado dialogar com lideranças políticas em Brasília, para mudar a questão referente à gestão dos fundos e também para apresentar propostas.

Martins  diz  que  o sistema cumpre sua missão de dar a devida proteção para os aposentados, além de desonerar o Estado.

Entretanto,  reclama  que  o  governo  não  enxerga  a  previdência complementar como uma solução de parte dos problemas previdenciários do país.

Na  coletiva,  o presidente da entidade também ressaltou que os fundos de pensão poderiam também auxiliar na retomada da atividade econômica, como investidores de longo prazo. “O estado carece de investimento de longo prazo”, ressaltou.

No  total, 138 entidades fechadas de previdência complementar administram 438 planos que estão superavitários,  enquanto 80 entidades administram 205 planos deficitários. De acordo com os dados da Abrapp, são pagos regularmente mais de R$ 42 bilhões em benefícios atualmente, com reservas de que superam R$ 790 bilhões.

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