segunda-feira, 10 de julho de 2017

Governo mantém vantagem na votação da reforma trabalhista, alerta Diap

“A conta que deve ser feita não é quantos votos o governo teria hoje e sim quantos votos nosso lado tem. Hoje, nosso teto bate em 30 votos, o que está longe de nos dar alguma expectativa de mudar o resultado no plenário na votação da reforma trabalhista”. O alerta é de Antônio Augusto de Queiroz (Toninho), diretor de Documentação do Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar).

Nesta sexta (7), o site do jornal O Estado de S. Paulo noticiou que o governo teria 42 dos 41 votos necessários. Setores do sindicalismo leram a informação como resultado do desgaste de Temer. Toninho comenta: “Ainda que o governo perca quatro ou cinco votos, manterá larga vantagem no Senado”. Ele orienta que o movimento não descuide da pressão e busque negociar melhorias.

Mercado - No encaminhamento das reformas, o governo passa a ter apenas papel formal. “Quem dá as cartas de verdade é o mercado. Os parlamentares estão preocupados com a eleição e as fontes de financiamento, oficiais ou paralelas. Eles manobram com a aprovação de emendas, mas ainda assim precisam de recursos para suas campanhas. E isso quem pode garantir é o setor privado”, diz Toninho.

Denúncias - Para o diretor do Diap, a onda crescente de denúncias enfraquece Temer e seu governo. Mas não tem impacto direto no encaminhamento das reformas. Segundo Toninho, “o mercado tem interesses próprios, autonomia e influência no Congresso.”

Oportunidades - Conforme Antônio Augusto de Queiroz, o setor privado teve três oportunidades de impor a agenda liberal e a desregulamentação nas relações de trabalho, ou seja, na Constituinte, na revisão constitucional e com FHC. “Mas a eleição de Lula travou essa possibilidade”, ele observa.

Pressão - Daqui até a votação pelo plenário, a pressão sindical deve continuar. Toninho orienta o contato direto senador por senador, outras formas de pressão nas bases dos políticos e, também, “no que for possível, extrair o máximo de eventual negociação com o governo e sua base”.

Mais informações: www.diap.org.br
Fonte: Agência Sindical

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