terça-feira, 5 de novembro de 2019

*É hora dos copelianos mostrarem sua energia*

Ocorrem nos próximos dias mais um período de assembleias para votar a proposta de acordo coletivo apresentado pela Copel. A segunda rodada retirou da mesa de negociação itens que tratam de direitos da categoria como fim do abono indenizatório e cortava o abono de férias. Restou a proposta do pagamento de 0.6 do salário + R$ 4850 fixos, valor abaixo das expectativas pleiteadas pelos copelianos. Essa proposta é reflexo do recado dado nas urnas pelos copelianos. Mais de 90% de rejeição e indicativo de paralisação.
Contudo, a direção da Copel não avançou em algumas reivindicações da categoria como ganho real e maior parcela do abono. Os motivos da empresa para não atender o pleito de seus trabalhadores são externos: cenário econômico difícil e a realidade do mercado. Argumentos difíceis de serem aceitos, uma vez que o discurso para os acionistas é bem diferente. Para eles, a diretoria da Copel enfatiza os lucros recordes a cada ano e a estabilidade do negócio consolidado em 65 anos de existência. Destacam que a Copel detém o monopólio no fornecimento de energia no estado e que não encontra concorrentes. Em outras palavras, é um excelente negócio.
E é uma afirmação que não discordamos. O único problema dessa equação é que o negócio só é bom porque existem milhares de trabalhadores que o tornam de ponta. Sem eles felizes e valorizados, não há lucro. Não existe time campeão se os jogadores não estão bem.
A direção da Copel insiste em dizer que nosso acordo deve se assemelhar a realidade do mercado e que "lá fora' não se registra abono indenizatório e outros benefícios. Agora, se as condições do tal mercado são "piores" dos que a da Copel, não somos nós que temos nos espelhar nele, reduzindo conquistas ou expectativas. Pelo contrário, é o mercado e as demais empresas públicas e privadas que devem se espelhar no modelo copeliano. Ou como se diz no jargão do futebol: em time que está ganhando não se mexe. Portanto, não é nosso "esquema tático" ou time que deve mudar, e sim os modelos e esquemas que estão no mercado e não tem a chancela de "maior empresa do Paraná".
Esses são os pontos que devem ser avaliados nas assembleias que se iniciam. A decisão deve se consideramos suficiente o que nos foi proposto ou se temos união, fibra e energia para seguir lutando em busca do que consideramos real valorização do nosso trabalho.
Já são pelo menos quatro meses de negociação desde a formação da pauta até a última rodada de negociação. É um processo longo e desgastante para todos. Ainda mais quando práticas antissindicais são executadas como divulgar uma "proposta" antes da realização da mesa de negociação. Em uma sociedade transparente e democrática, não se pode admitir que cláusulas sejam vazadas para se criar uma sensação de cartas marcadas e de que não é necessário a participação dos sindicatos para representar os trabalhadores.
Pelo contrário, tem sido a atuação dos empregados rejeitando a proposta que fizeram a empresa retirar da mesa de negociação sua intenção de acabar com o abono em um primeiro momento e do terço de férias para os futuros copelianos. É a insistência das entidades sindicais que nos últimos dois dias de negociação, em 31 de outubro e 1o de novembro, que leva ao CCEE que os lucros dos acionistas não serão conquistados na tensão dos trabalhadores.
*Momento de decisão*
A participação nas assembleias que começam nesta terça-feira (5) e vão até o dia 19 de novembro é fundamental. A abertura das urnas ocorre às 14 horas do mesmo dia, na Copel KM 3, em Curitiba. Nas assembleias será avaliada a segunda proposta da empresa, deliberação sobre paralisação no dia 2 de dezembro, caso não seja retomada a negociação, e a autorização para que os sindicatos solicitem mediação de Dissídio Coletivo de Trabalho junto ao Tribunal Regional do Trabalho da 9ª região. A empresa já informou que não está disposta a abrir a terceira rodada de negociação.
Ainda está previsto na pauta a discussão e deliberação da categoria sobre o modelo e Acordo específico da Participação nos Lucros e/ou Resultados – PLR 2019.
A decisão da categoria é soberana. Podemos encerrar esse processo agora. Podemos dar mais um recado de insatisfação. Podemos assumir os riscos e consequências de uma paralisação. Só não podemos admitir um curto circuito na nossa luta.

Nenhum comentário:

Postar um comentário