quinta-feira, 25 de junho de 2020

Maia: é preciso discutir soluções para uma renda mínima permanente

"Não é só a transferência da renda; precisamos de um programa de governo para melhorar todas as vulnerabilidades dos mais pobres", disse

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que é preciso encontrar saídas para a criação de uma renda mínima permanente para a população mais vulnerável. Ele disse que tem buscado soluções com especialistas, como, por exemplo, a melhoria dos valores do programa Bolsa Família e a utilização do cadastro único das prefeituras.

Maia destacou ainda que o Parlamento pode até prorrogar por mais dois ou três meses o auxílio emergencial de R$ 600, mas ressaltou que transformar esse valor de forma permanente é inviável. O presidente participou de live promovida pela Câmara de Comércio França-Brasil nesta terça-feira (23).

“O grande problema é o foco da política social: como garantimos a mobilidade social e quais são as vulnerabilidades sociais? Não é só a renda, temos outros problemas: saneamento, saúde, qualidade da educação que justificam a melhoria para a pessoa que está abaixo da linha da pobreza. Não é só a transferência da renda. Precisamos de um programa de governo para melhorar todas as vulnerabilidades dos mais pobres do Brasil, mas a renda de R$ 600 de forma permanente é inviável. Precisamos sentar e encontrar uma renda mínima permanente com base no cadastro único”, propôs Maia.

“Se as as maiores empresas do Brasil tem um lucro de R$ 330 bilhões, pagar R$ 600 por um ano vai consumir a riqueza do País, é inviável”, explicou o presidente.

Rodrigo Maia disse ainda que a renda mínima permanente, por meio do cadastro único, pode evitar que sejam beneficiadas as pessoas que receberam o auxílio emergencial sem precisar. Ele explicou que o governo organizou mal o cadastro para o acesso aos R$ 600.

“Estamos vendo aparecer muitas pessoas recebendo sem precisar. O governo precisaria pensar em um pente fino do cadastro, ver o que tem de excesso. O cadastro foi mal organizado porque o governo quis fazer sozinho e gerou confusão, mas devemos pensar, sim, em políticas de renda permanente”, disse.

Crédito para empresas
Maia destacou ainda que o grande desafio da Câmara para as próximas semanas é organizar o crédito para as empresas, inclusive para as grandes, como as do setor aéreo, de forma a garantir capital de giro para elas. Segundo ele, os recursos das medidas provisórias encaminhadas pelo governo (944 e 975) ainda não chegaram na ponta. Maia informou que as MP's devem ser votadas entre amanhã e a próxima terça-feira. Ele explicou que, se o País não resolver a questão do crédito, a queda da atividade econômica vai ser maior do que está sendo projetada.

“Nesta semana devemos votar a primeira [MP 944], ampliando o limite para o crédito de R$ 10 milhões para R$ 50 milhões [o texto original do governo é voltado para pessoas jurídicas com receita bruta anual entre R$ 360 mil e R$ 10 milhões] e, na MP 975, estamos criando melhores condições para poder usar para as grandes empresas também”, disse.
Fonte: Agência Câmara

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