Para senadora, envolvimento de André
Vargas com doleiro não encontra justificativa
A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) acha
que a relação entre o deputado petista André Vargas, do Paraná, com um doleiro
"é um envolvimento que não encontra justificativa para ter acontecido e
acaba impactando no PT e na política".
Em entrevista à Folha e ao UOL, a ex-ministra da Casa Civil afirma que a eventual renúncia de
Vargas ao mandato "é uma decisão de foro íntimo". "Não me cabe
fazer julgamentos nem condená-lo nem absolvê-lo", declarou.
Antes de ficar conhecida a relação
entre Vargas e o doleiro Alberto Youssef, que está preso, o deputado faria
parte da coordenação da campanha de Gleisi ao governo do Paraná. A senadora
acha que o colega de partido "tem direito de fazer a sua defesa" e
"decidir se vai renunciar ou não". E se ele preferir ficar no
Congresso? "As instituições a que ele está ligado, tanto o PT como a
Câmara dos Deputados, têm processos próprios de averiguação."
Segundo Gleisi, mesmo com a renúncia de
Vargas, o impacto político do episódio tende a se arrastar durante toda a
campanha no Paraná.
"O fato em si foi muito negativo.
Não só para o PT, mas para a política brasileira. É mais uma denúncia, é mais
uma descrença na política que a gente tem que recuperar. Não sei se o fato de
renunciar, de esclarecer, pode recuperar tudo isso", afirmou.
Ao comentar reportagem da revista
"Veja" que cita comentário que Vargas teria feito afirmando que a
empresa de publicidade Heads, do Paraná, teria um esquema para favorecer a
senadora e seu marido, o ministro Paulo Bernardo (Comunicações), ela respondeu
que não há "nenhum fato concreto, a não ser insinuações de que alguém
disse que havia alguma coisa".
Sobre a Heads, a senadora afirmou
conhecer Cláudio Loureiro, presidente da empresa. "Temos uma relação
cordial com ele (...), mas nunca tive nenhum serviço prestado pela Heads",
diz.
Uma das mais ativas defensoras do
governo no Senado, Gleisi acha que se tornou inevitável a instalação de uma CPI
da Petrobras e prefere que a investigação seja a que foi proposta só no Senado,
e não no Congresso (que incluiria deputados e senadores).
Até agora, o governo jogou com todas as
possibilidades de CPI, propondo investigações só no Senado e também no
Congresso, sempre incluindo a Petrobras e outros casos como o do Metrô de São
Paulo (para atingir o PSDB) e sobre o porto de Suape, em Pernambuco (para
alvejar o PSB).
A senadora avalia que na semana que
vem, depois do feriado da Páscoa, tanto o Senado como o STF devem dar respostas
a pendências que até agora impediram a instalação da CPI da Petrobras.
17/04/2014 por Folha de S. Paulo
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