terça-feira, 1 de julho de 2014

UGTpress: SINDICALISMO INTERNACIONAL

ONDA DE FUSÕES: na primeira década do século (ou do milênio, como preferem alguns), houve duas importantes fusões no sindicalismo internacional. Elas foram, sobretudo, fruto do arrefecimento da Guerra Fria e decorrência dos novos tempos, sem muito espaço para ideologias radicais e com a nova e plena aceitação do pluralismo. Há ainda defensores da "luta de classes", mas isso ficou restrito a poucas correntes sindicais, embora se reconheça que as desigualdades não foram superadas e nem o progresso social chegou para a maioria. Há uma evidente constatação: os sindicatos perderam a batalha da comunicação. Embora tendo os seus próprios instrumentos para chegar à base, os sindicatos foram varridos da grande imprensa, só aparecendo quando a notícia é negativa. É que, hoje, a grande imprensa pertence a fortes grupos econômicos e, normalmente, são de direita, defendendo claramente o capitalismo e sua vertente mais recente, o neoliberalismo.

CSI: a primeira grande e principal fusão ocorreu na Europa. A Confederação Sindical Internacional (CSI) nasceu da fusão de CMT (Confederação Mundial do Trabalho) e CIOSL (Confederação Internacional das Organizações Sindicais Livres), ambas sediadas em Bruxelas, (Bélgica). Reuniu a maioria das organizações sindicais do mundo. O congresso fundacional da CSI ocorreu em Viena (Áustria), em 2006. A CSI recentemente realizou o seu terceiro congresso (18 a 23 de maio, em Berlim, Alemanha). Houve importantes mudanças, embora tenha sido mantida a secretária-geral, Sharon  Burrow. As mudanças mais visíveis ocorreram na presidência (foi eleito João Felício, da CUT-Brasil) e no conjunto de vice-presidentes. Também no Conselho Geral houve muitas mudanças, com vários brasileiros integrando-o.

EVOLUÇÃO: o segundo período de Sharon Burrow foi de evolução. Apesar de haver um candidato alternativo, ela se impôs como a melhor opção e recebeu a consagração dos congressistas. A presença de um brasileiro na presidência foi um salto à frente. A CUT-Brasil é atualmente uma das maiores centrais de trabalhadores do Ocidente e João Felício tem grande folha de serviços prestados ao sindicalismo: ex-presidente da CUT e seu atual secretário de Relações Internacionais, ele teve apoio em todos os continentes e foi uma unanimidade. Foi também apoiado por FS (Força Sindical) e UGT (União Geral dos Trabalhadores), centrais brasileiras. O presidente da UGT-Brasil, Ricardo Patah, fez questão de comparecer em Berlim para apoiar pessoalmente a candidatura de João Felício à presidência da CSI.

CSA: a Confederação Sindical dos Trabalhadores/as das Américas (CSA) nasceu da fusão entre ORIT (Organização Regional Interamericana do Trabalho) e CLAT (Central Latino Americana dos Trabalhadores). O congresso fundacional ocorreu em 2008 na Cidade do Panamá. Também se consolidou, tem direção homogênea na ação e no pensamento, algo raro de se ver em organizações sociais. Essa afinidade entre os componentes de sua diretoria proporciona um ambiente de realizações e avanços. Por isso, dentre as filiadas continentais da CSI, ela é a melhor estabelecida e mais desenvolvida sindicalmente, produzindo um trabalho incomparável, de fôlego. Sendo referência sindical, a CSA tem alianças com organizações públicas e privadas do Continente e é um sucesso. Seu secretário-geral é Victor Báez Mosqueira (Paraguai) e seu presidente é Hassan Yussuff (Canadá).

BRASIL: embora tenha havido essa onda de fusões em nível internacional e no Brasil, com o exemplo de CAT, CGT e SDS, as quais formaram a UGT, o Brasil ainda convive com muitas centrais sindicais. O ideal é a participação dos trabalhadores nas centrais sindicais, mas estas precisam ser poucas e com alta concentração de entidades sindicais. No Brasil e no Cone Sul das Américas, a participação dos trabalhadores nos sindicatos é bastante razoável, mas, em alguns países, a adesão aos sindicatos está diminuindo. 

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