sexta-feira, 5 de outubro de 2018

Centrais chegam unidas à reta final. Mas agenda perde peso, diz consultor

Em resposta às agressões da extrema direita, as Centrais Sindicais produziram duas Notas unitárias na semana passada. A primeira alertava sobre o risco-Bolsonaro, cuja proposta trabalhista é radicalmente neoliberal. A segunda repudiava a fala do candidato a vice na chapa do PSL, que pregou o fim do 13º salário e do abono de férias.

A unidade pode ser considerada uma vitória, destaca o consultor sindical João Guilherme Vargas Netto. Mas não basta. Ele aponta que faltou reforçar a Agenda Prioritária da Classe Trabalhadora, aprovada pelas Centrais e o Dieese, dia 6 de junho. “Alguns candidatos até prometem revogar a lei trabalhista. Mas os 22 pontos da Agenda não tiveram a repercussão à altura de seu potencial”, ele comenta.

Seu mais recente artigo (Votar bem e buscar votos) diz: “Está em jogo o respeito aos direitos trabalhistas, está em jogo a possibilidade de revogar a lei trabalhista celerada, está em jogo a eleição de candidatos comprometidos ou simpáticos à nossa Agenda de 22 pontos, está em jogo o respeito à nossa realidade sindical e aos meios reais de fortalecimento dos Sindicatos, está em jogo a valorização da democracia e do voto, guiada pela vigência plena da Constituição”.

Mulheres - Seu texto exalta a resistência feminina. “As mulheres nos deram um exemplo forte com o "#EleNão”, comenta Vargas. Ele escreve: “Cada dirigente sindical e cada ativista deve orientar seus representados nas empresas, nas redes sociais e nas discussões apoiando-se na liderança que conquistaram ao longo das lutas diárias que travaram em conjunto”. E completa: “Não é possível chutar pro mato, porque o jogo é de campeonato. É preciso votar, votar bem e buscar votos”.

Recomendação - Há uma velha polêmica se o dirigente deve ou não indicar o voto. João Guilherme Vargas Netto pondera: “Se o dirigente construiu sua liderança junto com a base, na defesa dos direitos da categoria, não há problema em revelar a sua cola, indicando em quem ele irá votar ou mesmo recomendar em quem não votar”.
Fonte: Agência Sindical

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