segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

Fórum se reúne em Brasília e define estratégias para audiência no TST

O Fórum Sindical dos Trabalhadores reuniu quarta (31), em Brasília, representantes das Confederações filiadas e outras entidades de classe, a fim de definir uma estratégia comum para a audiência no Tribunal Superior do Trabalho, que vai apreciar propostas de jurisprudência e precedentes relativos à reforma trabalhista.

A audiência, dia 6 de fevereiro, terá presença de entidades representativas da Justiça do Trabalho e advogados trabalhistas.

O coordenador do FST, Artur Bueno de Camargo, disse à Rádio Web Agência Sindical que, pelas regras estabelecidas pelo presidente do TST, Ives Gandra Martins, cada Confederação teria apenas 40 segundos para falar.

“Com esse ordenamento teríamos que escolher apenas um advogado pra falar, por meia hora, em nome de todas as Confederações. Só que cada categoria tem a sua particularidade e é afetada por pontos diferentes da lei. É impossível fazer qualquer com esse tempo”, diz.

Agravo - Por conta disso, as Confederações decidiram entrar com um agravo de instrumento, visando alterar as regras e ganhar mais tempo para falar na audiência. “Nesse agravo estamos pedindo mais tempo para debater os pontos da nova lei. São mais de cem modificações na CLT. É preciso tempo suficiente para esclarecê-los”, explica Artur.

O coordenador do Fórum defende o adiamento da audiência. Ele explica: “O Ives não pode recusar os agravos sozinho. Tem que ser votado pelo colegiado. O bom senso aponta para que se aguarde a posse do novo presidente. Ele é que irá conviver com as ações sobre a nova lei. Portanto, nada mais coerente, que ele presidir a audiência”.

Cargill - Artur Bueno também preside a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Alimentação (CNTA Afins). Na entrevista, ele denunciou os abusos da Cargill, empresa norte-americana do setor de alimentos, contra os trabalhadores da categoria. Segundo o dirigente, a multinacional tenta impor a todo custo a nova lei trabalhista em todas as suas fábricas.

O dirigente informa: “A empresa quer fazer ela mesma as homologações dos trabalhadores, implantar banco de horas e não pagar o tempo de deslocamento do empregado, chamado de horas in itinere, entre outros absurdos. E tudo isso sem qualquer diálogo com o Sindicato”.

Segundo Artur, “a Confederação já acionou a União Internacional dos Trabalhadores na Alimentação (UITA), que denunciou as ações para a direção da Cargill nos EUA”.

Abusos - O sindicalista também denuncia práticas antissindicais na multinacional. “Não poderia ser diferente, vindo de um grupo americano. Eles dizem aos trabalhadores que não há necessidade de participação do Sindicato em nenhuma decisão, que a nova lei acabou com essa exigência. E isso é crime”, afirma.

Ele ressalta que a Confederação está tomando as providências cabíveis. “Já acionamos a UITA e vamos entrar com representações em todos os órgãos aqui no Brasil, inclusive juridicamente. Esse tipo de atitude será sempre repudiada e combatida”, enfatiza.
Fonte: Agência Sindical

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