quinta-feira, 30 de julho de 2020

Junho registra 16% mais desempregados que maio, mostra Pnad Covid-19

A taxa de desocupação no país avançou de 10,7% para 12,4% na passagem de maio para junho, atingindo 11,8 milhões de pessoas. O número representou um crescimento de 16%, com mais de 1,7 milhão de trabalhadores sem emprego.


A pandemia ainda foi o principal motivo apontado para que a população fora da força de trabalho não procurasse uma colocação. Mais de 17 milhões de pessoas que gostariam de trabalhar não procuraram trabalho em função do novo coronavírus ou falta de oportunidade na região. Os dados são da Pnad Covid mensal, divulgada nesta quinta-feira (23) pelo IBGE.

 

A pesquisa mostra que caiu em 24,9% a quantidade de pessoas afastadas do trabalho devido às medidas de distanciamento social impostas pela pandemia. Mas 14,8 milhões ainda estavam longe de suas atividades laborais, 20% delas no Nordeste, região com a maior porcentagem de afastamento.

 

Cerca de 48% desses trabalhadores, ou mais de 7 milhões de pessoas, não tinham remuneração em junho. Em maio, esse número era de mais de 9 milhões de pessoas sem receber salário.


Entre aqueles trabalhadores não afastados, 8,7 milhões estavam atuando de forma remota no mês passado, com a região Sudeste liderando esse quadro.


A coordenadora da Pnad Covid-19, Maria Lucia Vieira, destaca que os indicadores mostram que o peso da pandemia sobre o mercado de trabalho diminuiu no mês de junho e indicam que pode haver aumento da desocupação com o fim da emergência sanitária.


A pesquisa investigou também o recebimento de auxílio durante a pandemia. Cerca de 29,4 milhões de domicílios brasileiros, o que representa 43% do total, tiveram, em junho, algum tipo de auxílio. O número aumentou em 3,1 milhões de residências frente a maio.


Em junho, quase metade da população, 49,5%, vivia em domicílios em que pelo menos um morador recebeu auxílio.


Entre as faixas de renda, a porcentagem das residências que contaram com esse suporte foi maior entre aquelas com renda domiciliar mais baixa, de até R$ 50,34. Nessa faixa, a cobertura dos auxílios chegou a 83,5% dos lares.


Em relação aos dados de saúde, a Pnad Covid-19 mostra que diminuiu o número de brasileiros que relataram sentir sintomas conjugados, que poderiam estar associados ao coronavírus. Em maio, eram 4,2 milhões de pessoas e, em junho, esse número caiu quase pela metade, com 2,4 milhões de brasileiros relatando as queixas, o que representa 1,1% da população. A região Norte teve o maior percentual de relatos de sintomas conjugados.


A procura por atendimento entre aqueles que tiveram sintomas também diminuiu de maio para junho. Foram 300 mil a menos nos serviços de saúde. A maioria dos casos de sintomas conjugados continuou procurando atendimento no SUS, que foi responsável por 82,3% dos cuidados prestados.


Entre as pessoas que apresentaram algum dos sintomas pesquisados, 115 mil ficaram internadas, a maior parte de cor preta ou parda; 58% dos que relataram sintomas também eram pretos ou pardos.

Fonte: Portal EBC

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