A política de precarização promovida
pelo governo federal poderá levar o sistema de distribuição de energia ao
colapso, denuncia o presidente do SINDENEL, Alexandre Donizete Martins
Trabalhadores das unidades da
Eletrobras de Curitiba, Guarapuava e Laranjeiras do Sul, no Paraná estão em
greve por tempo indeterminado. Terminou sem acordo a reunião dos sindicatos de
trabalhadores e o ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, ontem (17/07) em
Brasília. O ministro não apresentou nenhuma contraproposta de reajuste salarial,
como havia anunciado anteriormente, o que desagradou as lideranças sindicais.
O presidente do SINDENEL – Sindicato
dos Eletricitários do Paraná, filiado à UGT, Alexandre Donizete Martins esteve
na reunião e ficou decepcionado com a indefinição do ministro na questão dos
índices do reajuste e nas cláusulas sociais apresentadas pelos sindicatos
laborais. “Estamos há meses discutindo a pauta de reivindicações, pedindo 3% de
ganho real nos salários, mais a reposição da inflação dos últimos 12 meses e abono
correspondente a três talões de tíquete e pouca coisa avançou nos últimos
encontros com a companhia e o ministro. Outra questão importante é que a
Eletrobras quer tirar direitos trabalhistas dos funcionários contratados a
partir de 30 de abril desse ano. Dentre esses direitos a Eletrobras quer
reduzir a participação da empresa na cobertura do plano de saúde dos
trabalhadores para 50%, e o congelamento do adicional por tempo de serviço”,
destacou Donizete.
Os dirigentes sindicais alertam o
ministro sobre os impactos que a greve pode causar ao Brasil, na hipótese de
uma pane no sistema elétrico. “Evidente que os trabalhadores são responsáveis
em suas ações e não faltará energia, mas todo sistema de transmissão está
sujeito às intempéries, e sem quadro funcional adequado, o restabelecimento da
normalidade de transmissão deverá ser mais demorado”, alertou Alexandre.
Para os sindicalistas, mesmo sem
avançar nas negociações, não haverá risco de desabastecimento de energia.
“Descartamos essa possibilidade a curto prazo, mas com a política de
precarização promovida pelo Ministério das Minas e Energia e das companhias de
energia, sem a renovação de quadro funcional e ações de qualificação
profissional, o Brasil poderá sim sofrer uma grave crise de abastecimento de
energia”, adiantou o presidente do SINDENEL.
Pelo balanço do coletivo sindical, no
sistema Eletrobras são mais de 1700 funcionários de braços cruzados por tempo
indeterminado, ou até que haja uma proposta decente de reajuste. Dia 23 de
julho trabalhadores de outras unidades de transmissão deverão entrar em greve
em todo Brasil.
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