Sindicalistas paranaenses do setor
elétrico brasileiro já haviam alertado o governo federal sobre o risco de
apagões em todo país. Dessa vez foram mais de 6 milhões de brasileiros,
em 11 estados que ficaram às escuras na terça-feira, (04-02). Mas o risco de
apagões é bem maior do que é divulgado pelo Operador Nacional do Sistema.
No ano passado os sindicalistas Paulo
Sérgio dos Santos, presidente do SINDELPAR -Sindicato dos Eletricitários do
Estado do Paraná ( filiado à UGT- União Geral dos Trabalhadores) e Alexandre
Donizete Martins, presidente do SINDENEL -Sindicato dos Eletricitários de
Curitiba (filiado à UGT), estiveram em Brasília com o ministro das Minas e
Energia, Edison Lobão. Na oportunidade os dirigentes sindicais e da UGT,
falaram ao ministro sobre a falta de investimentos no setor elétrico brasileiro
e os riscos de apagões generalizados em todo país.
O presidente do SINDELPAR, Paulo Sérgio
quer ações do governo a curto prazo
“O governo federal precisa investir na
renovação de profissionais qualificados. A FENATEMA (Federação Nacional
dos Trabalhadores em Energia, Água e Meio Ambiente) chegou a ingressar
com uma ADIN (Ação Direta de Inconstitucionalidade), contra o governo,
denunciando a precarização do setor elétrico”, diz Paulo Sérgio. Para o
sindicalista, de nada adianta o Brasil ter um grande potencial gerador de
energia se a rede de distribuição não recebe a devida manutenção,
principalmente pela falta de profissionais devidamente treinados e
capacitados. “O governo precisa parar de pensar a médio e longo prazo e passar
a agir a curto prazo, senão esses apagões irão acontecer com maior frequência”,
alertou Paulo Sérgio.
Alexandre Donizete, presidente do
SINDENEL alerta para a necessidade de um número maior de profissionais no setor
de transmissão de energia
Por sua vez o presidente do SINDENEL,
Alexandre Donizete, lembrou que em todos os encontros com o ministro Lobão os
dirigentes sindicais mostraram-se preocupados com a falta de investimentos na
renovação do quadro funcional do setor elétrico. “ Nós vivenciamos essa
precarização no dia a dia de trabalho; trabalhadores se aposentam;
profissionais qualificados são arrebanhados pela iniciativa privada que oferece
melhores salários; e mesmo com o horário de verão, houve um aumento no
consumo de energia. Com isso há sobrecarga de trabalho e o que é pior, o
tempo de resposta entre o apagão e a retomada de distribuição acaba sendo
maior”, diz Alexandre Donizete. O dirigente sindical destaca que o
governo federal precisa pensar com a mentalidade gestora do Século XXI. “ Somos
mais de 200 milhões de brasileiros condicionados constantemente pela
propaganda indiscriminada ao consumo de produtos elétrico/eletrônicos e
que, com certeza, passam a utilizar de uma quantidade maior de energia
elétrica. O governo tem de estar preparado para essa demanda que é cada dia
mais elevada. Para o Brasil ingressar de fato nesse novo século, é preciso
investimentos em profissionais, treinamentos, qualificação e infra
estrutura, pois as variações climáticas não servem mais como desculpas para os
apagões”, conclui Alexandre Donizete.
Data: 06-02-2014 | Publicado por:
UGT - Paraná
Nenhum comentário:
Postar um comentário