quinta-feira, 26 de agosto de 2021

Lideranças sindicais fazem balanço dos atos do 18A

 Dirigentes consideraram positivas as mobilizações em defesa dos trabalhadores brasileiros e do funcionalismo público realizadas por todo Brasil e ressaltam caráter devastador das políticas de Jair Bolsonaro


Líderes de várias centrais sindicais se manifestaram nesta quinta-feira (19) sobre os atos realizados no 18A, que ocorreram em diversas cidades de diferentes regiões do Brasil, pelos direitos dos trabalhadores e em defesa do funcionalismo público.


As duas pautas estão sob fogo cruzado no Congresso Nacional, onde tramitam a MP 1045, que precariza ainda mais as relações de trabalho no país, e a reforma administrativa (PEC 32), que pretende alterar todo o regramento que versa sobre os servidores públicos das três esferas de poder.


“O que está acontecendo no país é um desmonte sem precedentes, uma tragédia imposta pelo governo Bolsonaro e seus cúmplices no governo e no Congresso Nacional, que atinge não só os trabalhadores, mas toda a população, porque a maioria dos servidores presta serviços essenciais. Precarizar o trabalho e a ameaçar os serviços públicos não é a saída para o país voltar a crescer. E a saída para essa crise não é essa criada pelo governo, que com a MP 1045 acaba com direitos… E trabalho sem direitos é trabalho escravo, porque retira totalmente a proteção dos trabalhadores da iniciativa privada e do serviço público. A saída é o país voltar a crescer e é isso que estamos defendendo hoje nas ruas, nas redes, nos locais de trabalho”, falou confiante o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT).


Já o presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), Antonio Neto, afirmou que a resposta do funcionalismo e da classe trabalhadores veio de forma clara. “Os servidores estão respondendo à altura os ataques de Guedes e Bolsonaro. O povo brasileiro é grato ao SUS, aos professores, aos policiais, aos assistentes sociais e tudo isso é o serviço público. Atacar os servidores é atacar pessoas que sempre estão ao lado do nosso povo nos momentos mais difíceis”, disse.


Quem também comentou o 18A foi Miguel Torres, presidente da Força Sindical . “Conseguimos uma expressiva mobilização nacional, tanto dos trabalhadores do setor público quanto dos do setor privado, de diversas categorias. Só na base metalúrgica de São Paulo e Mogi das Cruzes foram realizadas mais de 50 assembleias, com mais de 8 mil metalúrgicos, conscientes sobre a importância do serviço público no Brasil e dos direitos da classe trabalhadora em geral”, resumiu.


O presidente nacional da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah, desabafou sobre a condição em que se encontra a população por conta do governo de Jair Bolsonaro. “O povo brasileiro está pobre, doente e nunca foi ouvido nem teve acesso às decisões sobre os rumos do país. Mas a coisa está mudando: ninguém aguenta mais as bobagens do governo Bolsonaro. A PEC 32 e a MP 1045, que acabam com os direitos dos trabalhadores, estão colocando a população na rua. E não vamos parar por aí. Hoje (18) milhares fizeram manifestações em todos os estados. Nas próximas manifestações serão milhões. Até o governo criar vergonha na cara”, disparou indignado.


José Reginaldo Inácio, presidente da Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST), frisou a abrangência das manifestações, que permearam todo o país. “Derrotar da PEC 32 deixou de ser uma agenda corporativa dos servidores para ser uma agenda social. Hoje, graças ao empenho e disciplina das entidades sindicais do setor público, podemos afirmar que não há um único município brasileiro aonde os retrocessos da PEC 32 não tenham sido discutidos. O cidadão brasileiro e os trabalhadores do setor privado estão tomando consciência de que não se trata de uma ‘reforma’, mas da destruição deliberada dos serviços públicos, condição que os coloca como maiores prejudicados”, explicou.

Fonte: RevistaForum

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