segunda-feira, 30 de maio de 2016

PMDB comandará estatais do setor elétrico

Presidente do PMDB no Rio, Jorge Picciani | Imagem: Agência O Globo
Sem o PT no governo para dividir o comando das estatais do setor elétrico, o PMDB vai assumir a presidência das principais empresas do setor. A maior delas, a Eletrobras, será mantida nas mãos do PMDB do Senado. O critério adotado na Petrobras, para onde foi escolhido um executivo reconhecido pelo mercado, Pedro Parente, não deverá ser a regra. Na Petrobras, o presidente interino, Michel Temer, disse que não seriam aceitas indicações políticas para a diretoria. No sistema elétrico, porém, será diferente.

— Não necessariamente. Estamos avaliando todas as alternativas. Mas a escolha será feita tendo como base a competência e a qualificação — afirmou um integrante do time de Michel Temer, ao negar a existência de veto às indicações políticas.

RENAN E EUNÍCIO INDICAM

O atual presidente da Eletrobras, José da Costa Carvalho Neto, nomeado pelo ex-ministro de Minas e Energia Edison Lobão, e que tem o aval do ex-presidente da República José Sarney, deverá ser substituído. O novo presidente também será indicado pelo PMDB do Senado, e terá como padrinhos o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), e o líder Eunício Oliveira (CE). A indicação de Renan está sendo mantida em sigilo.

Uma de suas tarefas é sanear a empresa, que teve um prejuízo de R$ 14,4 bilhões no ano passado, acumula uma dívida de mais de R$ 40 bilhões e está com suas ações em negociação na Bolsa de Nova York. A estatal tem participação ou controle acionário de dezenas de empresas de geração e transmissão de energia, entre as quais as usinas de Belo Monte (49,98% do total das ações), Jirau (40%) e Santo Antônio (39%).

PICCIANI TRABALHA POR FURNAS

O PMDB do Rio também faz pressão. Ele quer retomar o controle de Furnas. O presidente local da legenda, o deputado estadual Jorge Picciani, está fazendo as gestões. Entre os ex-presidentes da empresa escolhidos pelo PMDB fluminense estão Luiz Paulo Conde (2007/2008) e Carlos Nadalutti Filho (2008/2011). Este último caiu sob a alegação de que era indicado pelo presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. O presidente atual, Flávio Decat de Moura, nomeado em 2011, também teria o aval de Edison Lobão e José Sarney, embora nos bastidores diga-se que eles apenas apadrinharam uma pessoa escolhida pela própria Dilma.

O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, também será contemplado.

Seu partido, o PSB, vai assumir a presidência da Chesf (Companhia Hidro Elétrica do São Francisco). Esse cargo era ocupado por indicações dos socialistas desde a posse do ex-presidente Lula, em 2003. Mas, com a candidatura presidencial de Eduardo Campos, em 2014, a presidente afastada, Dilma Rousseff, nomeou para o cargo José Carlos de Miranda Farias, indicado pelo PP de Pernambuco.

A empresa Binacional Itaipu, que é presidida desde 2003 pelo petista Jorge Samek, também mudará de mãos. Ele já botou o cargo à disposição, embora seu mandato não se encerre agora, e só está esperando para fazer a transição. O próximo presidente, indicado pelo PMDB do Paraná, deve ser Rodrigo Rocha Loures, ex-presidente da Federação das Indústrias do Paraná (2203/2011) e atual vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI). O empresário é pai de um dos assessores de Michel Temer, o ex-deputado Rocha Loures.

DEM TAMBÉM DISPUTA ITAIPU

Apesar disso, uma ala do PMDB paranaense defende a escolha do atual vicepresidente de Agronegócio do Banco do Brasil, Osmar Dias. A nomeação teria como objetivo preparar sua candidatura ao governo do Paraná em 2018.

— Conhecer o setor não é um critério absoluto. Tem que ter capacidade gerencial. O Fernando Henrique era economista? E deu no que deu (Plano Real). O Osmar Dias virou referência no agronegócio — comenta um assessor de Temer.

O DEM também resolveu disputar o cargo, e está indicando o ex-deputado Abelardo Lupion, presidente da Companhia de Habitação do Paraná, que tem como avalista o governador Beto Richa (PSDB).

Fonte: O Globo

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