CELAC: A
Comunidade de Estados Latino Americanos e Caribenhos tem 33 estados-membros e
cinco línguas oficiais. A saber: 63% hispanófonos (Argentina, Bolívia, Chile,
Colômbia, Costa Rica, Cuba, República Dominicana, Equador, El Salvador,
Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Peru, Uruguai e Venezuela),
1,1% anglófonos (Antígua e Barbuda, Bahamas, Barbados, Belize, Dominica,
Granada, Guiana, Jamaica, Santa Lúcia, São Cristóvão e Nevis, Trinidad e Tobago
e São Vicente e Granadinas), 34% lusófonos (Brasil), 1,6% francófono (Haiti) e
0,1% neerlandófono (Suriname). Os doze membros da América do Sul contam com 87%
da área e 68% da população da Celac. A Celac evoluiu do Grupo do Rio e da Cale
(Cúpula da América Latina e Caribe). Apesar da força aparente, não se cogita
que a Celac venha a substituir a OEA (Organização dos Estados Americanos), como
querem uns poucos.
CÚPULA
EM CUBA: no
final de janeiro de 2014, os 33 chefes de Estado e de governo dos países da
Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) reuniram-se em
Havana, Cuba, e participaram da 2ª Reunião de Cúpula. Antônio José Ferreira
Simões, subsecretário-geral da América do Sul, de nosso Ministério das Relações
Exteriores, declarou: "A Celac em Cuba tem grande
significado porque, rompendo com o passado de isolamento, Cuba não só está
inserida dentro dela, como é presidente. E todos os chefes de Estado e de governos
vão a Cuba nessa celebração de um novo momento da América Latina e do Caribe, e
de um novo momento da integração. Outro ponto extremamente importante que tem a
Celac é que ela cria uma agenda comum. Antes da Celac havia agendas separadas,
que não se comunicavam. Hoje, todos os países do Sul, na América Latina e no
Caribe, têm uma agenda política de cooperação em conjunto.”.
PATRIOTADAS: é bastante comum ouvir nesses encontros
aquelas frases de efeito, demonstrações retóricas, normalmente além dos documentos
assinados, na maioria de intenções. Veja algumas:"Se para Barack Obama a espionagem é para garantir a
segurança mundial, então eu digo que teremos que espionar Obama para garantir a
segurança internacional" (Evo
Morales, Bolívia); "A integração regional não deve
ser um tema de agenda senão uma política de Estado" (Cristina Kirchner, Argentina); "Nossos
mercados são estratégicos. Nossos países têm as melhores oportunidades de
inversão e de consumo" (Dilma
Rousseff, Brasil); "A liberdade deve ser para nossos
povos e não para o capital" (Rafael
Correa, Equador). Não faltaram frases como "A Celac está chamada a
substituir em pouco tempo a OEA" (Ricardo Patiño, chanceler do
Equador). Alguns mais comedidos, como o presidente José Mujica, do Uruguai,
foram a Cuba com a intenção de ajudar a mediar o processo de paz colombiano.
Humala do Peru teve como objetivo discutir a decisão da Corte de Haia, sobre
fronteiras marítimas, com seu colega chileno, Sebastião Piñera.
REAÇÃO
AMERICANA: o
governo dos Estados Unidos afirmou que "a 2ª Cúpula da Comunidade de
Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) “traiu” o compromisso do
continente americano com a democracia ao ”abraçar o sistema de partido único em
Cuba” (Yahoo Notícias). “Estamos decepcionados. Urgimos aos membros da Celac a
demonstrar claramente seu apoio ao direito à assembleia pacífica e à liberdade
de expressão em todo o continente das Américas", declarou o porta-voz da Casa Branca.
Certamente, o governo americano se referiu ao trecho da declaração final que
diz: "devemos respeitar plenamente o direito inalienável
de todo Estado de escolher seu sistema político, econômico, social e cultura
como condição essencial para assegurar a convivência pacífica entre as
nações". A 2ª
Cúpula, com expressiva presença de Chefes de Estado, condenações explícitas ao
bloqueio econômico e demonstrações de solidariedade com a República de Cuba,
não deixa dúvidas, foi uma vitória política dos irmãos Castro.
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