terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

CELAC: A Comunidade de Estados Latino Americanos e Caribenhos tem 33 estados-membros e cinco línguas oficiais. A saber: 63% hispanófonos (Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, República Dominicana, Equador, El Salvador, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Peru, Uruguai e Venezuela), 1,1% anglófonos (Antígua e Barbuda, Bahamas, Barbados, Belize, Dominica, Granada, Guiana, Jamaica, Santa Lúcia, São Cristóvão e Nevis, Trinidad e Tobago e São Vicente e Granadinas), 34% lusófonos (Brasil), 1,6% francófono (Haiti) e 0,1% neerlandófono (Suriname). Os doze membros da América do Sul contam com 87% da área e 68% da população da Celac. A Celac evoluiu do Grupo do Rio e da Cale (Cúpula da América Latina e Caribe). Apesar da força aparente, não se cogita que a Celac venha a substituir a OEA (Organização dos Estados Americanos), como querem uns poucos.

CÚPULA EM CUBA: no final de janeiro de 2014, os 33 chefes de Estado e de governo dos países da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) reuniram-se em Havana, Cuba, e participaram da 2ª Reunião de Cúpula. Antônio José Ferreira Simões, subsecretário-geral da América do Sul, de nosso Ministério das Relações Exteriores, declarou: "A Celac em Cuba tem grande significado porque, rompendo com o passado de isolamento, Cuba não só está inserida dentro dela, como é presidente. E todos os chefes de Estado e de governos vão a Cuba nessa celebração de um novo momento da América Latina e do Caribe, e de um novo momento da integração. Outro ponto extremamente importante que tem a Celac é que ela cria uma agenda comum. Antes da Celac havia agendas separadas, que não se comunicavam. Hoje, todos os países do Sul, na América Latina e no Caribe, têm uma agenda política de cooperação em conjunto.”.

PATRIOTADAS: é bastante comum ouvir nesses encontros aquelas frases de efeito, demonstrações retóricas, normalmente além dos documentos assinados, na maioria de intenções. Veja algumas:"Se para Barack Obama a espionagem é para garantir a segurança mundial, então eu digo que teremos que espionar Obama para garantir a segurança internacional" (Evo Morales, Bolívia); "A integração regional não deve ser um tema de agenda senão uma política de Estado" (Cristina Kirchner, Argentina); "Nossos mercados são estratégicos. Nossos países têm as melhores oportunidades de inversão e de consumo" (Dilma Rousseff, Brasil); "A liberdade deve ser para nossos povos e não para o capital" (Rafael Correa, Equador). Não faltaram frases como "A Celac está chamada a substituir em pouco tempo a OEA" (Ricardo Patiño, chanceler do Equador). Alguns mais comedidos, como o presidente José Mujica, do Uruguai, foram a Cuba com a intenção de ajudar a mediar o processo de paz colombiano. Humala do Peru teve como objetivo discutir a decisão da Corte de Haia, sobre fronteiras marítimas, com seu colega chileno, Sebastião Piñera.


REAÇÃO AMERICANA: o governo dos Estados Unidos afirmou que "a 2ª Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) “traiu” o compromisso do continente americano com a democracia ao ”abraçar o sistema de partido único em Cuba” (Yahoo Notícias). “Estamos decepcionados. Urgimos aos membros da Celac a demonstrar claramente seu apoio ao direito à assembleia pacífica e à liberdade de expressão em todo o continente das Américas", declarou o porta-voz da Casa Branca. Certamente, o governo americano se referiu ao trecho da declaração final que diz: "devemos respeitar plenamente o direito inalienável de todo Estado de escolher seu sistema político, econômico, social e cultura como condição essencial para assegurar a convivência pacífica entre as nações". A 2ª Cúpula, com expressiva presença de Chefes de Estado, condenações explícitas ao bloqueio econômico e demonstrações de solidariedade com a República de Cuba, não deixa dúvidas, foi uma vitória política dos irmãos Castro.

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