quinta-feira, 20 de agosto de 2020

Volks quer flexibilizar e cortar mais de 5 mil trabalhadores

 Quatro sindicatos de metalúrgicos começaram a conversar com a montadora, que diz ser necessário se adequar diante da pandemia


O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC informou nesta quarta-feira (19) que “iniciou um processo de negociações com a Volkswagen” sobre uma pauta com várias medidas de flexibilização. Uma das principais, segundo a entidade, é a redução de 35%, em média, do efetivo nas quatro fábricas da montadora no Brasil. Isso significaria em torno de 5.200 trabalhadores. A Volks confirma a negociação com os sindicalistas, mas não fala em números.


A pauta foi apresentada ontem, após reunião com as representações sindicais nas fábricas de São Bernardo do Campo, no ABC, São Carlos e Taubaté, no interior paulista, e São José dos Pinhais, no Paraná. Juntas, somam 15 mil funcionários. O objetivo seria adequar a montadora aos efeitos da pandemia, projetando uma recuperação demorada do mercado.


Segundo o sindicato do ABC, as propostas da Volks incluem ainda flexibilidade de jornada, corte do reajuste salarial, redução do valor da participação nos lucros ou resultados (PLR) “e alterações em benefícios como transporte, alimentação e plano médico”. Em nota, a entidade afirma que “vai debater a pauta com a montadora, em conjunto com os dirigentes sindicais dos outros três sindicatos envolvidos na negociação, e vai informar os trabalhadores do avanço das conversas ao longo do processo”.


Revisão de acordos

A maior fábrica é de São Bernardo, com 8.600 empregados. É também a mais antiga, aberta em 1959. Depois vêm as de Taubaté (1976), São Carlos (1996) e São José dos Pinhais (1999).


Segundo a Volkswagen, a negociação conjunta sobre “flexibilização e revisão” dos acordos coletivos tem foco “na sustentabilidade de suas operações no cenário econômico atual, muito impactado pela pandemia do novo coronavírus”. A empresa cita projeção da Anfavea, a associação nacional dos setor, segundo a qual a produção de veículos deverá cair 45% neste ano – e a recuperação é prevista apenas para 2025.

Fonte: Rede Brasil Atual

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