terça-feira, 7 de novembro de 2017

Maia: “Governo precisa reorganizar sua base para votar a reforma da Previdência”

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, afirmou nesta segunda-feira (06) que o governo precisa reorganizar sua base para tentar aprovar a reforma da Previdência (PEC 287/16). Segundo ele, sem isso será difícil conseguir os 308 votos necessários para aprovar a mudança.

Maia defendeu que o Executivo demonstre aos parlamentares, aos líderes e aos partidos o impacto no Orçamento da União no próximo ano se a reforma não for aprovada. Ele reconheceu que a votação das duas denúncias contra Michel Temer gerou desgaste para aqueles que apoiaram o governo. Em ambos os casos, o Plenário negou autorização para processos contra o presidente da República no Supremo Tribunal Federal.

“Passamos cinco meses de muita tensão, e houve um desgaste muito grande para os deputados que votaram com o presidente Temer. Os deputados estão machucados. Tendo o desgaste, cabe ao governo reorganizar sua base para voltar a ter número e votar a Previdência”, disse Maia.

O presidente da Câmara afirmou ainda que o governo pode apresentar um texto mais enxuto para a reforma, tentando aprovar mudanças na idade mínima para aposentar e novas regras para os servidores públicos.

“É exagero falar em privilégios, mas os que ganham mais precisam contribuir do ponto de vista do tempo. Então, a idade mínima e uma transição para cada um possa contribuir um pouco mais, não vejo problema, mesmo porque a expectativa de vida no Brasil cresceu muito”, defendeu.

Outros projetos
O líder do PMDB na Câmara, deputado Baleia Rossi (SP), disse que o governo não tem os votos para aprovar a reforma da Previdência e, por essa razão, deveria focar em outros projetos – como os que buscam o ajuste fiscal (as MPs 805/17 e 806/17 e o PL 8.456/17), que não necessitam de um quórum qualificado.

“Não é pauta única, temos outros assuntos importantes que também dizem respeito à economia. Não acho que o governo, para pauta do ajuste fiscal, que é prioridade do governo e da Câmara, dependa exclusivamente da reforma da Previdência”, disse.

Vice-líder da Minoria na Câmara, o deputado Henrique Fontana (PT-RS) afirmou que o governo não conseguirá aprovar a reforma e defendeu que a Previdência seja debatida durante o processo eleitoral do próximo ano.

“Temos um governo sem legitimidade, que pagou e comprou a preço de ouro a manutenção do presidente da República. Não há nenhuma condição para que esse governo vote uma alteração no pacto previdenciário do País. O correto é debater profundamente a Previdência durante a campanha eleitoral do ano que vem, e cada um apresentar suas propostas”, propôs.
Fonte: Agência Câmara

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